Tesouros Ocultos

Por Zilmar Timoteo Soares | 14/08/2008 | Ambiental

Zilmar Timoteo Soares; Evertom Sousa Ferreira

Universidade Estadual do Maranhão

A simples e real chance de termos recursos chave ainda não descobertos, nos dá atributos para exercermos um programa de conservação visando resultados futuramente efetivos. Um desses seria o investimento em floresta secundária. A tática de reflorestamento no Brasil por mais tardia que seja, mas tem tido lá seus efeitos. Em se tratando das matas que circundam os rios, especificamente o rio Tocantins, o caso seria o mesmo. O objetivo é que além de minimizar consideravelmente os processos erosivos, estaríamos paralelamente desenvolvendo um programa de educação ambiental para preservar essa floresta secundária.

Os ecossistemas vizinhos são pobres e a diversidade biológica muito baixa. Existem trechos onde se observa vestígios de mata ciliar, no entanto, a maior preocupação é o desaparecimento dessa riqueza natural que a natureza nos proporciona. . É interessante lembrarmos que antes mesmo de nós os descobrirmos, eles já estavam lá. Fatores como a queda na densidade de populações de peixes é um de nossos desafios a serem encarados.

O fator tempo é atuante neste caso. A implantação de espécies arbóreas, de preferência nativas da região, seria o primeiro passo. Ao passar do tempo verificaremos os inevitáveis efeitos de um ecossistema reconstituído. Quanto à fauna iremos implantar espécies de plantas, de preferência aquelas que oferecem alimento, por exemplo, a espécies nativas de pássaros dessa região. É claro que não teremos um sistema absurdamente diverso, mas buscaremos o mínimo necessário para preservar populações locais, isso em se tratando de fauna e flora.

Um dos maiores interesses dos conservacionistas, é mostrar de que forma a preservação da diversidade irá beneficiar as populações. É triste, mas o simples fato de não ser útil torna descartável e estéril a idéia de muitos biólogos. A ridícula atitude de poderes públicos em investimentos desnecessários em programas que beneficiam uma minoria é nosso obstáculo maior. O tema em questão é cultivarmos o que temos. Em regiões são cortadas por rodovias federais, são tristemente pobres em fauna e flora. Os pastos e as plantações de eucalipto têm substituído à vegetação nativa ás margens das rodovias.

Tesouros naturais que significativamente apresentam valor inigualável necessitam ser preservados. Um exemplo desses é o projeto TAMAR, que trabalha pra a preservação da tartaruga marinha, onde processos como monitoramentos são aplicados para controle do animal.

Inventários são consideravelmente importantes para inicio de um trabalho sério e consciente. A área a ser estudada, a quantidade de espécies encontrada, é de grande utilidade quando se pensa em recuperar recursos naturais degradados.

Os recursos naturais que aparentam ser insignificantes possuem um valor maleável para nossa sobrevivência e do planeta. Por isso, merece toda nossa atenção com o objetivo de conservarmos para futuras gerações.

Os fatores ecológicos, não menos importantes que os demais, também estão em foco aqui. Uma vez que os sistemas ecológicos envolvidos na questão, tanto aquáticos como terrestres, dependem deste recurso precioso, as cabíveis medidas conservacionistas por parte dos biólogos e com a ajuda da sociedade, devem tratar precocemente este real risco futuro. As conseqüências econômicas são consideráveis aqui também. Na região onde a economia baseia-se na pesca a extinção de algumas espécies de peixes geraria uma carência no mercado local, fazendo-se necessário a importação do produto de outros municípios, o que aumentaria o preço do mesmo, e provavelmente a demanda seria menor.