Terra que me criou
Por Claudio Cordeiro | 20/12/2011 | PoesiasPor vezes sinto-me ignorado
pela terra que me criou
a pele da cara.
E como o pão nocturno
no coração estático da Primavera.
Estremeceria o silêncio
se a palavra ignorasse
um rio espelhado
no ligeiro alto
de uma loucura profunda.
Há um espírito sem nome
na fantasmagórica claridade
dos antigos ignotos
que cegamente sonham
com a voz universal
possuida pelo ouro.
E levanta-se do alto
uma solidão tão pura
como o gelo criador.
A desconhecida noite
que se inapercebe
do mal, repousa
ao lado da forma
que domina a tristeza
e se desfaz em lágrimas
num desfiladeiro de carne.