TEORIAS EDUCACIONAIS E SUAS INTERAÇÕES DE SABERES

Por neuliane alves da silva | 13/12/2016 | Educação

 

Resumo:

Este artigo tem por objetivo analisar três teorias pedagógicas: Escola tradicional, Escola tecnicista e tendência progressista, procurando traçar um paralelo entre as disciplinas da segunda esfera do curso de Pedagogia. Tem também como objetivo compreender as teorias subjacentes nessas três escolas e seus reflexos na educação da atualidade.

Introdução

Neste artigo se trabalha três teorias educacionais, mostrando seus principais objetivos e características e como tais tendências influenciaram e ainda influencia os modelos educacionais de hoje. É comum professor se adequar melhor a um tipo de escola como a tradicional, progressista e tecnicista, mas o que nos leva a pensar é qual a melhor forma de se ensinar em um mundo totalmente globalizado em que a informação está a mãos de todos, é uma difícil tarefa para esse atual educador ou ele se adapta ou vai estar frequentemente em crises com si próprio. O ensino tradicional, por exemplo, são considerados métodos ultrapassados, já que as famílias também se modificaram, pois antes os pais cobravam do aluno hoje o professor que é o culpado então pra dar certa tal disciplina seria necessários uma reestruturação familiar e o aluno estar disposto a deixar seu conhecimento adquirido em casa.
A tendência progressista nasce de uma nova perspectiva de ensino, a pratica na forma de aprendizado, aprender através de suas experiências. Nunca levado realmente para dentro das escolas é um ensino que nada da vivencia do aluno será descartado e sim através dessa vivencia que ele aprenderá.
A tendência tecnicista, um tipo de ensino totalmente voltado para o capital, nasce da ideia de produção de mão de obra especializada e barata, e hoje temos a volta desse ensino em discussão no governo. Esse ensino acaba com a ideia do professor ser construtor de pensamento e formador do cidadão para mero transmissor de conhecimento técnico para aprendizagem pratica e deteriorização do ser pensante.
Veremos a seguir, mas profundamente o impacto destas escolas no cotidiano, e em o que impacta até hoje nos meios escolares.

ENSINO TRADICIONAL E OUTRAS MANEIRAS DE ENSINAR

Não se tem uma data base de quando o ensino tradicional foi difundido, pois esse nome deve-se aos novos métodos de ensino que foram surgindo dando a entender que tradicional seja pelo fato de ser o primeiro a ser aplicado nas escolas. Esse ensino tem fortes vestígios da religião e da forma de como a educação familiar era nessa época, em que os pais educavam de maneira rígida. Colocando toda a culpa da dificuldade de aprendizado somente na criança.
Esse ensino segundo Meksenas (2003) tem como principal objetivo colocar o professor como o centro, para que o mesmo possa transmitir as informações necessárias ao aluno que por sua vez deve ouvir em silêncio a fim de enriquecer sua cultura individual, o tornando assim um ser passível e mero recebedor de conhecimentos.
Umas das características muito marcantes no ensino tradicional é a disciplina, que recebe muita crítica pela forma como é imposta, já que o aluno é por diversas vezes oprimido através de exagerados castigos que acaba por podar o aluno o deixando-o constrangido e sem vontade de estudar, o que se traz de saber acumulado na vivência é deixado de lado pelo professor. Essa falta de valia ao aluno é muito preocupante, porque pode prejudicar o aluno tanto na sua vida escolar como na pessoal, dessa forma:

[...] o aluno deve ser despertado para relevância daquilo que vai ser ensinado, caso contrário ele não se posiciona de modo ativo diante da matéria, da mesma forma é o professor que quando privilegia a passividade da criança acaba tornando-a sem vontade e sem iniciativa para desvendar e descobrir. (CUNHA, 2008, p.20)

Outras tendências pedagógicas surgem com o objetivo de transformar o ensino tradicional como a escola nova que diferente dessa forma de ensinar tradicional, parte da teoria e vai para prática, colocando o aluno como o centro. Uns dos teóricos que mais apoia os ideais da escola nova é Celestin Freinet, que segundo FERRARI (2002) afirma que ele tem umas das teorias que mais discorda da relação de distanciamento entre professor e aluno, pois, descobriu que a forma mais profunda de aprendizado é o envolvimento afetivo. O professor não é visto apenas como mestre, mas como amigo e companheiro numa relação de respeito simultâneo. Freinet trabalha com uma forma pedagógica bem prática, entre elas as aulas passeio e produção de cartas em que os próprios alunos enviavam.
Muitas tendências surgem e todas com o mesmo objetivo, procurar a melhor forma de ensino e valorização do estudante, mas como saber a melhor forma de ensinar as crianças se a sociedade vive em constante mudança? Hoje não é somente, a forma de ensinar que mudou, mas sim a educação familiar, é comum ver pais cobrando dos professores se o filho reprova não mais ao contrário. A forma de se aprender se tornou amplo o conhecimento está em toda parte como exemplo a tecnologia, que se encontra presente em todas as faixas etárias.
Pensando nisso o professor tem que agir como mediador e não apenas como transmissor, como era no ensino tradicional.
Das teorias pedagógicas que trabalharemos, a escola tecnicista é a que mais se tem vestígio da tradicional, e para Meksenas (2003), ambas tem o mesmo objetivo: trabalhar para o sistema capitalista, pois não educa o aluno para ser um ser crítico, e sim o domestica para aceitar aquilo que lhe é imposto. Diferente das ideias progressista que tem como objetivo educar o aluno para ser um ser crítico. Veremos essas características mais adiante.

ESCOLA PROGRESSISTA UMA NOVA FORMA DE ENSINAR

A tendência progressista nasce da educação de adultos utilizando-se da pratica da vivencia deles, esta tendência tem uma visão de uma educação que pode transformar o social, com ideias novas, e novas maneiras de ensinar podendo até dizer que ela prega contra o capitalismo, como diz Meksenas:
"[...] as tendências pedagógica progressista se constituem nas teorias que terão como objetivo central tentar conceber criticamente a educação e a escola na sociedade capitalista, buscando ainda perceber de que forma essa educação e escola podem ajudar no processo de superação das desigualdades sociais, contribuindo ainda para a construção de uma nova sociedade." (MEKSENAS, 2003, P.86)

Neste sentido abordaremos duas das tendências educacionais progressistas, a libertadora e a crítico social. A tendência libertadora parte do principio da liberdade de pensar, pois acredita que as pedagogias conservadoras acabam por serem domesticadoras, como exemplo a tradicional e o ensino tecnicista, já que essas escolas se preocupam mais com a transmissão de conteúdo ao aluno e acaba por não se preocupar em relacionar os conteúdos com as questões políticas que acontece na sociedade.

"A proposta da pedagogia libertadora é partir dos problemas enfrentados pelo aluno no seu cotidiano para que ele possa compreender criticamente a sua classe social de origem, de modo a ter uma pratica transformadora da realidade que o cerca [...]." (MEKSENAS, 2003p. 87)

A tendência libertadora é uma pratica conhecida como a pedagogia dos oprimidos, geralmente encontrada mais em grupo de estudo dos sindicatos, até mesmo porque ela valoriza debates, assembléias e a formação de conselhos populares que tem como objetivo resgatar a cultura popular que é esmagada pela ideologia dominante. É essa valorização de cultura popular que Antônio Flavio Barbosa Moreira questiona em seu texto os parâmetros curriculares em questão, já que ele fala da falta do multiculturalismo nos PCN, e no que isso implica dentro da sala de aula, "[...] Penso que uns dos fatores que mais tem contribuído para o fracasso escolar de crianças pertencentes a grupos oprimidos, em função de classe social raça e gênero, é o abismo entre seus backgrounds culturais e a cultura da escola [...]" (MOREIRA, 1996, p.18). Moreira é pontual na questão do PCN, pelo fato de não acreditar que dão à devida atenção a diversidade de cultura existente no Brasil, apesar dos parâmetros serem somente uma base, os professores devem estar atento para receber essa diversidade principalmente porque é na escola que se vai aprender respeitar e conhecer outras culturas. Discutir e repensar os PCN do ponto de vista progressista, é o mesmo que ter de repensar todo o PCN, pois Moreira acredita que, "[...] ser indispensável verificar se a proposta curricular do governo busca romper com as "verdades" da pedagogia tradicional e abrir espaço para a diversidade [...]" (MOREIRA, 1996, p.18). Do ponto de vista progressista o que o governo faz com as escola é formar a criança para o capitalismo, deixando de lado as questões culturais é uma forma de se moldar o cidadão para a ideologia imposta a ele desde o nascimento.
Ser professor e se deparar com esse tipo de realidade, pode-se ter duas vertentes ou se adapta a situação ou procura a melhor forma de se ensinar para que esses alunos não cresçam presos em suas "cavernas sem poder conhecer a luz do sol", e a ideia progressista de ensinar, é essa transformar esses alunos em um ser crítico, aprenderem a ver as desigualdades do capitalismo e conhecer os caminhos que possa mudar essa sociedade.

[...]

 

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