TEOFANIAS DA TRINDADE NO VELHO TESTAMENTO

Por ANTONIO CARLOS AGDA NOVAES | 29/10/2016 | Religião

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo realizar uma exposição das Pessoas da Tri-unidade Divina, baseando-se principalmente nas teofanias. Teofanias são manifestações (visuais/sonoras) de Deus aos homens, buscando um relacionamento pessoal, e preparar o caminho para o Messias, o Verbo Encarnado. Várias foram as teofanias registradas na Bíblia como exemplo, o Anjo do Senhor que aparece a Abraão nos carvalhais de Manre, o Fogo na sarça, manifestada a Moises, o Anjo que apareceu a Jacó, e outras várias, as quais se relacionam às três Pessoas Divinas, ou a apenas a uma delas isoladamente, porém a maioria delas se relaciona a pessoa de Jesus Cristo, e assim denominadas de Cristofanias.  O trabalho foi divido em capítulos, no primeiro, procura-se demonstrar a existência de um Deus Tri-uno, ou seja, um Deus existente eternamente como Três Pessoas, a saber: Pai, Filho e Espírito Santo, presente e agindo conjuntamente desde o princípio. No segundo capítulo, procura-se fazer um breve comentário acerca do nome de Deus, demonstrando que O Senhor, na Sua maneira de ser e nos pactos firmados por Ele com os homens, é mais do que um, ainda que “um só YHWH”. O terceiro trata de Angeologia, procurando demonstrar a diferença entre o Anjo do Senhor e os anjos ministradores. No capítulo quatro tratou de teofanias relativas a Trindade, porém não buscou diferenciar nelas as Três Pessoas de Deus. Já nos capítulos cinco, seis e sete se fez uma breve distinção de cada uma das Pessoas através das teofanias, enfim o trabalho confirma a existência de um Deus Tri-uno presente, que se revelou ao homem de diversas formas.

INTRODUÇÃO

Havendo Deus criado o homem a sua imagem e semelhança,  comunicava-se com ele (o homem), diretamente através do contato face a face e companheirismo pessoal, porém com o advento da queda esta relação foi rompida e o homem foi afastado do seu do seu Criador (ALLEN, 1982).

Para atravessar o abismo de separação, empregando “diversas maneiras”, Ele procurava trazer a humanidade de volta para um relacionamento pessoal, e para preparar este caminha buscou comunicar-se com a humanidade através de Sonhos e visões (GRUDEM, 1999).

Deus tem através da história aparecido de muitas maneiras para o Seu povo [Hebreus 1:1]. As várias aparições de Deus no Velho Testamento são chamadas de Teofanias, termo utilizado para descrever alguma manifestação visível de Deus, na forma que Ele quiser. Várias foram as teofanias registradas na Bíblia como exemplo, o Anjo do Senhor que aparece a Abraão nos carvalhais de Manre, o Fogo na sarça, manifestada a Moises, o Anjo que apareceu a Jacó, e outras várias (DAVIDSON, 1994; ERICKSON, 1997).

As teofanias podem estar relacionadas às três Pessoas do Tri-unidade, ou a apenas a uma delas isoladamente, porém a maioria delas se relaciona com a pessoa de Jesus Cristo, a qual recebe a denominação de Cristofania que significa: aparições de Cristo antes da sua encarnação. Deus, na forma de Filho, isto é Jesus, o qual apareceu em forma de anjos, como é o caso da palavra usada como Anjo do Senhor ou em forma de outros elementos, como a Rocha em Horebe (BRUEGGEMANN, 1982).

Pode também se ver claramente aparições como é o caso da coluna de fogo entre os egípcios, a chama na sarça em Horebe, o fogo que consome o holocausto  com Elias, pode-se identificar como Teofania relativas ao Espírito Santo (EVARISTO, 1994)..

Em outras Teofania  podem-se ver as três pessoas distintas como é o caso da aparição dos três anjos a Abraão durante a destruição de Sodoma e Gomorra. (EVARISTO, 1994).

Sabendo-se que a Triunidade Divina procurou se manifestar ao homem desde o Velho Testamento, e em função de na atualidade  estar se multiplicando as teologias Unicistas, é que se propõe o presente trabalho tendo em vista o esclarecimento do leitor para a revelação autêntica acerca daquilo que Deus tem para os seus.

CAPÍTULO I

A TRINDADE DIVINA

A Igreja Cristã tem como fundamento o conhecimento de Deus, que tem se revelado ao homem de diversas formas e deixado escrito em Sua Palavra, a Bíblia Sagrada, através da qual poderemos chegar a uma correta compreensão da sua pessoa, pois disse o Senhor Jesus: investigais as escrituras, pois são Elas que de Mim testificam e cuidais ter Nelas a vida eterna (Jô 5:39) (KEELE, 2000).  

A Bíblia demonstra Deus como ser Tri-uno, ou seja, um Deus existente eternamente como Três Pessoas, a saber: Pai, Filho e Espírito Santo, e todos os demais conceitos teológicos são afetados direta ou indiretamente pela noção que tivermos dessa doutrina (HORRELL, 1994). 

  • Conceituando a Trindade

A doutrina da Trindade é uma realidade expressa por toda a Bíblia, ao mesmo tempo, é um conceito difícil, pois a identidade trina de Deus é além da experiência humana e de sua compreensão plena em função da fragilidade e finitude humana perante Deus na tentativa de descrevê-Lo, porém pode-se descrevê-lo em essência, substância, caráter, etc. (GRUDEM, 1994).

Trindade, termo que designa um só Deus em três, pessoas, embora não apareça na Bíblia, tem se considerado uma designação conveniente para o único Deus que se revelou nas escrituras  como Pai, Filho e Espírito Santo.Isso significa que dentro da única essência  da deidade temos que  distinguir três “”pessoas””, coiguais e coeternamente (BOYER, 1995). 

No Velho Testamento, embora alguns entendem que não haja provas  claras para a doutrina da Trindade, nele podem ser encontradas grande número de evidências que atestam a existência de uma pluralidade na Divindade (BAILLIE, 1983).

São fortes os indícios relativos ao ensino da Trindade, como se pode verificar nas próximas passagens BÍBLICAS, Gênesisּ 1:26, 11:7; Isּ 6:8. Porém, em Isּ 48:16,  a visão da TRINDADE é apresentada de modo muito mais claro. Em Salmoּ 110:1, não vemos a idéia da Trindade, porém, vemos o salmista declarar uma verdade que não poderá, jamais, ser desprezada quando do estudo sério sobre a Trindade, qual seja: “Disse o SENHOR ao meu SENHOR: Assenta−te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés” (HORRELL, 1994).

 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. (Gn. 1:26)

Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro. (Gn. 11:7) 

Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. (Is. 6:8)

Chegai-vos a mim, ouvi isto: Não falei em segredo desde o princípio; desde o tempo em que aquilo se fez eu estava ali, e agora o Senhor DEUS me enviou a mim, e o seu Espírito. (Is. 48:16) 

Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. (Sl. 110:1) 

Segundo Bruner (1983), “nas profecias messiânicas encontra-se indícios de uma pluralidade na Divindade. Em Isaías 9:6 o Messias é chamado “Deus Forte, Pai da Eternidade”, e “Príncipe da Paz”; e no Salmo 45:6 e 7 o “Ungido de Deus” é dito ser Deus, à semelhança dAquele que O ungiu. No Salmo 33:4-6 e em Provérbios 8:12-31, aparecem a “Palavra” e a “Sabedoria” de Deus sendo personificadas como uma antecipação ao “Verbo” de Deus de João 1:1-14.

Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. . (Is. 9:6) 

6 O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de eqüidade.

7 Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros. (Sl. 45:6,7) 

4 Porque a palavra do SENHOR é reta, e todas as suas obras são fiéis.

5 Ele ama a justiça e o juízo; a terra está cheia da bondade do SENHOR.

6 Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca. (Sl. 36:4-6) 

8 São justas todas as palavras da minha boca: não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem pervertida.

9 Todas elas são retas para aquele que as entende bem, e justas para os que acham o conhecimento.

10 Aceitai a minha correção, e não a prata; e o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido.

11 Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; e tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.

12 Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e acho o conhecimento dos conselhos.

13 O temor do SENHOR é odiar o mal; a soberba e a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu odeio.

[...]

 

Artigo completo: