TEMPESTADE DE AREIA

Por FELLIPE KNOPP | 09/03/2010 | Poesias

 

         Registro: 263.279    Livro: 471     Folha:439   [FNB/EDA]

 

 

 

09-11-99

 

                                 

 

 

 

Destinos e olhares; pegadas na areia;

caminhadas por lugares áridos; vagante pelo deserto;

sem água e sem alimento; fugindo da ventania, fugindo da tempestade,

mas a tempestade que me derruba é feita do que me sustenta,

é o vento forte que transporta as montanhas.

Caminho em busca do oásis, mas nesse deserto não sei se há um.

Fomos o mais longe possível, voamos o mais alto que pudemos,

mas você não conseguiu ir adiante. Estamos nas extremidades, tentando chegar ao centro,

e o vento quebrou suas asas.

Terei de fazer grande esforço, por mim e por ti.

Voz do que clama no deserto, endireitai as veredas, pois vem gente após ti, não vá desistir!

Com milhares de pensamentos me lembro daquela velha casa,

estava destruída e abandonada, e eu a consertei. Mas fiquei ausente porque estava cativo,

e quando regressei já tinha gente habitando nela.

Só eu tenho de ser paciente, só eu tenho de perseverar, só eu tenho de ir adiante,

isso está me cansando!

Calma, tudo acontece no seu tempo.

Mas, que tempo é esse que só faz aumentar o sofrimento!

Ilusórias da poeira fria e sem cor, sal insípido que deixa na boca gosto de mágoa e solidão,

que se alterna com o odor da erva sonífera, enquanto eu fico sozinho, tentando ir adiante,

esperando por alguém

que pode ser que nunca venha,

ouvindo uma voz que me pergunta: existe alguém de quem você está com saudade?

 

 

                               

 

 

 FELLIPE KNOPP