Tema II: Tipos de conhecimento

Por Frei Jonas Matheus | 29/04/2012 | Filosofia

A curiosidade é integrante-atuante da vontade humana, pois pela inteligência a pessoa humana se pergunta pelo ser das coisas, a fim de reter conceitos na memória e participar da cultura social através da linguagem.

A sede de conhecimento acompanha o ser  humano desde quando ele pensa e se relaciona socialmente através da linguagem; porém as modalidades de conhecimento vêm sendo aprimoradas ao correr da história humana. Daí termos no campo do conhecimento as modalidades: senso comum, religião, arte, filosofia e ciência positiva.

Para o filósofo Hegel (1770-1831): “Em si, o pensamento é livre, mas, geralmente, se apresenta em alguma forma, é um pensamento determinado, particular...”. Então, como enfatizamos, há cinco modos particulares de conhecer as coisas, ou seja, cinco modos de dar razão para justificar a ordem do mundo e da vida.

O Senso comum é uma modalidade de conhecimento mais frequente no povo simples, que não teve maior encontro com a cultura elaborada. É um conhecimento oriundo da observação de repetições que ocorrem na natureza; um conhecimento adquirido com uma longa experiência de mundo e, que pode ser transmitidos dos mais velhos para os mais novos.

O conhecimento religioso busca explicação para a existência e ordem das coisas, no mundo da divindade. Esta via leva o ser humano a buscar o profundo sentido de sua existência na perfeição absoluta que é o Outro(divindade). As narrativas míticas pertencem a essa categoria, enquanto parábolas contadas pelos homens que representam o sagrado a fim de manifestar uma verdade que seja objeto da crença religiosa.

O conhecimento artístico, sobretudo a poesia, manifesta a experiência da beleza. Este é expressão do artista que traz à sociedade uma profunda experiência que envolve os,  entendimento e sensibilidade, humanos e agrada universalmente, sem precisar de conceitos, como pensa o filósofo Kant(1724-1804).

A Filosofia, como foi apresentada no Tema I, é um modo de conhecer no qual o ser humano, após espantar-se com a novidade de algum fenômeno, pergunta pelo ser mesmo das coisas, buscando respostas pelo pensamento. Trata-se de uma resposta que seja racional e válida universalmente.

A ciência positiva almeja, através de experimentos e pesquisas, chegar às certeiras fórmulas e leis matemáticas que delimitem e prevejam os fenômenos biológicos, físicos e químicos; dando ao ser humano as condições de controlar esses fenômenos, através da técnica. Neste rumo, expressou  Francis Bacon(1561-1626), que ‘conhecer é poder’.

Por isso, o ser humano desde que pense e se relacione socialmente pela linguagem, busca o conhecimento para participar da construção da cultura. Deste modo, temos os conhecimentos do senso comum, da religião, da arte, da filosofia, e da ciência positiva. Estas áreas do conhecimento, procuram, cada uma em seu terreno, conhecer a verdade e, por isso, todas elas merecem ser respeitadas, fazendo parte de nossa cotidiana busca de conhecer.

 

REFERÊNCIAS: 

CIVITA, Victor (Ed.). Os pensadores. São Paulo: Abril cultural, 1973.

 CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 13.Ed. São Paulo: Ática, 2006.