Como Lidar com as Mordidas na Creche

Por Elça dos Santos Machado | 11/04/2018 | Educação

Tema: Como Lidar com as Mordidas na Creche

Publicado em 10 de Abril de 2018 por Elça dos Santos  Machado

 ELÇA DOS SANTOS MACHADO (1)

ELIANE SANTOS REZENDE MICHELATO (2)

LIDIANE DA SILVA XAVIER (3)

NORA NEY SABINO DE OLIVEIRA (4)

RAQUEL SANTOS SILVA (5)

RENATA RODRIGUES DE ARRUDA (6)

SIMONE BATISTA CAMPOS (7)

De acordo com Elinor Goldschmied e Sonia Jackson ( 2006),  a ação de morder , por parte da criança, provavelmente  é gerado mais pela ansiedade do que qualquer outra forma de agressão.Ser mordido é muito doloroso, e consequentemente favorece os pensamentos hostis, não somente nas crianças, mas também nos adultos. Algumas  vezes , chegamos a ouvir como sugestão  de alguns pais enfurecidos, ao ver as marcas na bochecha  ou no braço de seu filho que o adulto fizesse a mesma coisa com a criança que mordeu, para que ela sentisse como uma pessoa mordida se sente. Outra abordagem comum, porém questionável, propõe que a criança que mordeu seja pressionada imediatamente a beijar a criança que ela acaba de morder. Essa abordagem mistura gestos agressivos e carinhosos, deixando as crianças mais confusas.

O educador precisa ajudar a criança a controlar seus impulsos, apesar da tarefa não ser nada fácil, pois algumas turmas bem pequenas, ainda se encontram na fase oral, e ao mesmo tempo, evitar que elas sejam vistas como uma pessoa má e temida pelas outras. O professor precisa ser afetuoso e preocupado, mas também deve estabelecer as regras e os limites entre o grupo. Uma das sugestões é que ele deve ressaltar o  uso correto dos dentes;explicando repetidamente e de diferentes maneiras,  pra que serve  e que devem  ser usados somente para a mastigação de alimentos sólidos, distinguir claramente com fotos, cartazes de alimentos, o que se deve e o que não se deve morder.A punição e o isolamento da criança que morde,  não serão em nada eficazes para  que ela desenvolva  autocontrole que isso não aconteça novamente.

Observamos que as mordidas acontecem em momentos de maiores tensão, geralmente quando as crianças disputam por algum objeto do seu agrado, ou quando ficam em grandes números, num espaço pequeno e outras vezes, por ter associado inadequadamente as mordidas a uma forma de expressar-se, chamar atenção de um adulto para si, ou até mesmo por uma ação repetitiva descontrolada sem nenhuma intervenção.

Uma das abordagens sugeridas é  que num  primeiro  momento,  o atendimento seja feito a vítima, fazendo o  necessário para amenizar sua dor. Em seguida, chamar o agressor e mostrar o machucado causado  pela sua açao, ficando na mesma altura da criança, e esclarecendo com calma a verdadeira função dos dentes.

Devemos ressaltar aqui, o cuidado e a ajuda que o educador deve oferecer aos pais da criança que mordeu e a que foi mordida. Não deve ser nada agradável ter que encarar a mãe ou o pai da vitima no final do dia. É provável que eles fiquem aflitos e sintam  se culpados por ter deixado o filho na creche, visto que uma coisa dessas  poderia acontecer.Procurar acalmá-los, explicando o ocorrido, de uma maneira mais coerente possível, e em hipótese nenhuma, denunciar a criança que mordeu, preservando sua identidade, evitando danos maiores e situações conflitantes entre os pais.

Também precisamos refletir sobre aquelas crianças que parecem ser constantes vítimas de atos agressivos. Elas estão em dificuldades e precisam de apoio especial. Ocasionalmente, observamos  pessoas adultas, a quem decepções e desastres sempre parecem acontecer e quando ouvimos alguns relatos dessas pessoas, costumamos dizer:" Ah, coitado, só podia acontecer com  ele". Tais pessoas são facilmentes exploradas por seus pares e às vezes se tornam vítimas em um determinado grupo.

Assim como os adultos, há crianças em creches, que por causa das experiências em casa ou porque tem a saúde fragilizada, e não  estão  bem a maior parte do tempo, acabam se afastando do grupo e não têm vontade de participar nas atividades, ou então choram com mais facilidade mostrando se um tanto deprimidas. Outras crianças mais fortes e com um comportamento um pouco mais agressivo, podem querer tirar vantagem delas. O educador pode mudar essa situação através da atenção afetuosa e contínua, a observação diária e o diálogo constante para que  essa criança tenha coragem e saiba que ela tem alguém em que possa confiar e ouvir o que ela tem a dizer  e a expressar seus desejos e suas necessidades com mais autonomia e confiança.

Além disso, devemos ressaltar a importância de um bom relacionamento  com a família da criança, pois uma boa  comunicação garante a  troca de informações criando  uma ponte confiável entre a creche e o seu lar, obtendo mais informações a respeito da sua rotina, dos seus hábitos e das intervençoes feitas em determinadas situações pelos pais , e pelos  parentes mais próximos.

 

 

REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICAS:

Referencial Curricular Para A Educação Infantil.

Eucação de 0 a 3 anos: O Atendimento em Creche, ELINOR GOLDSCHIMIED E SONIA JACCKON

ELÇA DOS SANTOS MACHADO (1) Graduada em: Pedagogia e Ciências Biológicas; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

ELIANE SANTOS REZENDE MICHELATO (2) Graduada em: Pedagogia; Especialista em Psicopedagogia e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

LIDIANE DA SILVA XAVIER (3) Graduada em: Pedagogia; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

NORA NEY SABINO DE OLIVEIRA (4) Graduada em: Pedagogia; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

RAQUEL SANTOS SILVA (5) Graduada em: Letras; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

RENATA RODRIGUES DE ARRUDA (6) Graduada em: Pedagogia; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

SIMONE BATISTA CAMPOS (7)  Graduada em: Pedagogia; Especialista em Gestão Escolar e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.                     

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