TEMA: A CRIANÇA E A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por Elça dos Santos Machado | 04/05/2018 | Educação

TEMA: A CRIANÇA E A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Publicado em 03 de Maio de 2018 por Elça dos Santos Machado

 Adriana Peres de Barros (1)

Elça dos Santos Machado (2)

Jane Gomes Castro (3)

Nora Ney Sabino de oliveira (4)

Raquel Santos Silva (5)

Renata Rodrigues de Arruda(6)

Simone Batista Campos (7)

                  A CRIANÇA E A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

" Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntas as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes".                                                                                                                                                Rubem Alves                                                                   

A palavra música tem origem na mitologia grega e significa “a arte das musas”. Desde a Antiguidade, a música já estava presente na sociedade, ela era usada para celebrar casamento, nascimento, fertilidade, ou até mesmo em momentos de perda e de morte.  Com o desenvolvimento das sociedades, a música passou a ser utilizada também em louvor a líderes.

 Segundo Leda Osório (2011) estudos realizados permitem dizer que a infância é um grande período de percepção do ambiente que nos cerca, pois a criança é influenciada pelo que acontece a sua volta. A música é uma linguagem que comunica e expressa sensações, a criança desde o nascimento vive ao mesmo tempo em um meio onde descobre coisas todo tempo, pois sua interação com o mundo a permite desenvolver o individual.

O contato com a música em diferentes momentos do cotidiano na educação infantil proporciona as crianças pequenas uma interação com a musicalização de forma intuitiva. Nesta fase, do primeiro ao terceiro ano de vida, os bebês desenvolvem os modos de expressão musical pelas conquistas vocais e corporais. Elas se expressam através dos aspectos intuitivo e afetivo e também manuseiam os materiais sonoros, explorando a habilidade sensório-motora.

As crianças conseguem associar a música as diferentes atividades, como os jogos e as brincadeiras, cantando enquanto brincam, dançam e dramatizam situações sonoras diversas, dando significados simbólicos aos instrumentos musicais e aos objetos sonoros.

A música no contexto da educação infantil vem contribuindo para o aprendizado de diferentes maneiras como por exemplo; na formação de hábitos, atitudes e comportamentos: lavar as mãos antes do lanche, escovar os dentes, a memorização de conteúdos, números, letras etc, traduzidos em canções.

O Referencial Curricular ainda relata que muitas instituições de ensino encontram dificuldades para integrar a linguagem musical ao contexto educacional, mostrando a defasagem existente.

Segundo Teca (Ferramentas com Brinquedos - A Caixa de Música, 2014)

"O fazer musical é um modo de resistência, de reinvenção (questões caras ao humano, mas ainda pouco valorizadas no espaço escolar) que, ao mesmo tempo, fortalece o estar juntos, o pertencimento a um grupo, a uma cultura. O viver (e conviver) na escola - espaço de trocas, de vivências e construção de saberes, de ampliação da consciência - deve, obviamente, abarcar todas as dimensões que nos constituem, incluindo a dimensão estética."

Na educação infantil são inúmeras as contribuições que o trabalho com a música pode oferecer. Os materiais usados nas atividades com músicas podem ser diversos, não necessariamente é preciso dispor de materiais caros. O trabalho com a música permitirá a criança desenvolver sua criatividade, socialização, expressão e autonomia.

A música é uma importante fonte de estímulos, tanto na oralidade quanto na escrita, despertar  sentimentos que ajudam a criança a lidar com situações do seu dia a dia. Na Educação Infantil , a música estimula o desenvolvimento mental e psicológico das crianças, contribui para o seu desenvolvimento, promove  a socialização na sala de aula, desenvolve a criatividade, a  coordenação motora, a expressão corporal e a linguagem oral.

Para WEIGEL (1988, p. 15) assegura que o trabalho com a música pode proporcionar essa integração social, já que as atividades geralmente são coletivas e o trabalho em grupo produz compreensão, cooperação.

Os conteúdos musicais devem ser trabalhados em situações lúdicas, incorporadas ao contexto e as   demais atividades realizadas. o professor deve ouvir bem o que as crianças falam e cantam ; as canções significativas da vida da criança, o repertório familiar, os jogos e as brincadeiras, devem ser perceber e considerar a diversidade musical existente, sendo essa uma das ações fundamentais para a construção do conhecimento referente a música.

é importante que o professor trabalhe com as crianças , desde bebês , a importância de zelar e cuidar dos materiais sonoros, de valorizar a voz humana e o corpo como materiais expressivos.

 Para Chiarelli (2005), a música é importante para o desenvolvimento da inteligência e a interação social da criança e a harmonia pessoal, facilitando a integração e a inclusão Para ele a música é essencial na educação, tanto como atividade e como instrumento de uso na interdisciplinaridade na educação infantil, dando inclusive sugestões de atividades para isso.

O objetivo no currículo da educação infantil não deve ser o de formar, necessariamente, concertistas, e nem profissionais como músico. o objetivo nesta fase, é aliar a música a elementos importantes , facilitando a formação e o desenvolvimento cognitivo e social da criança.

 Bréscia (2003, p. 15) afirma:

O trabalho de musicalização deve ser encarado sob dois aspectos: os aspectos intrínsecos à atividade musical, isto é, inerentes à vivência musical: alfabetização musical e estética e domínio cognitivo das estruturas musicais; e os aspectos extrínsecos à atividade musical, isto é, decorrentes de uma vivencia musical orientada por profissionais conscientes, de maneira a favorecer a sensibilidade, a criatividade, o senso rítmico, o ouvido musical, o prazer de ouvir música, a imaginação, a memória, a concentração, a atenção, a auto -disciplina, o respeito ao próximo, o desenvolvimento psicológico, a socialização e a afetividade, além de originar a uma efetiva consciência corporal e de movimentação.

De acordo com Sonia Jacjkson e Elinor ( 2004), fazer música é uma atividade na qual é fácil e prazeroso incluir os pais, caso esclarecemos que nenhum conhecimento prévio é necessário. Fiona Stuart oferece um modelo útil para organizar uma sessão semanal da música, para os pais e as crianças em conjunto (Stuart 1992). desde o  seu nascimento, a criança já desenvolve os sentidos.

 Uma das funções da escola é proporcionar situações em que a criança possa explorar e desenvolver todos os sentidos harmonicamente. Deve-se proporcionar espaços e oportunidades para que a criança aprenda a ouvir o mundo. a educação musical da criança se inicia pelo contato com os sons, o ritmo, a melodia. (ROSA, 1990).

 De acordo com Rosa (1990), o professor poderá trabalhar o ritmo utilizando atividades como:

- Pedir às crianças que observem as batidas do coração e o tique-taque de um despertador;

- Deixar uma torneira pingando e pedir para as crianças que observem o ritmo do pinga -pinga;

- Colocar música, abaixando o volume a intervalos. Pedir às crianças que andem ao ouvira música e para quando o som acabar.

A criança pré-escolar apresenta certa dificuldade na percepção correta de alguns ritmos mais complexos. O importante é proporcionar aos alunos oportunidades frequentes e variadas de contato com os ritmos e não recriminá-los por possíveis erros.

As crianças precisam ter experiências concretas com objetos que emitem sons, instrumento

 A musicalização é um processo de construção do conhecimento, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e  de movimentação.

REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICAS

.BRÉSCIA, Vera Lúcia Pessagno. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. São Paulo: Átomo, 2003.

GARDNER, Howard. Estruturas da mente: a Teoria das Múltiplas Inteligências. Porto

_________________. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

LOURO, V. S. Educação musical e deficiência: propostas pedagógicas. São José dos Campos: Ed. do autor, 2006

SCHLICHTA, Consuelo Borba Duarte e TAVARES, Isis Moura. Artes Visuais e Música: Curitiba: IESDE Brasil, 2005.http://www.mec.com.br

BRITO, Teça Alencar de. Música na Educação Infantil: propostas para a formação integral do indivíduo.São Paulo: Peirópolis, 2003.

FRANÇA, Cecília Cavalieri. Do discurso utópico ao deliberativo: fundamentos, currículo e formação docente  para o ensino de música na escola regular. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 15, p. 67-79, set. 2006.FRANÇA, Cecília Cavalieri. Para fazer música. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.

 Luis Ricardo Silva; MARINHO, Vanildo. Educação musical nas escolas de educação básica:

SCHROEDER, Sílvia Cordeiro N.; SCHROEDER, Jorge L. “Conversas sobre música”: Uma experiência de apreciação musical junto a educadores. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO

MUSICAL, 13, 2004, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 2004b.

SCHROEDER, Sílvia Cordeiro N.; SCHROEDER, Jorge L. Música e Ciências Humanas. Pro-posições, Campinas, v. 15, n. 1(43), p. 1-9, jan./abr., 2004a.FRANCHI, C. Linguagem: atividade constitutiva. Cadernos de Estudos Linguísticos.

Campinas, SP, n.22, 1992.MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Brincar: prazer e aprendizado. Petrópolis: Vozes, 2003.OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de (org.). A criança e seu desenvolvimento:  perspectivas  para se discutir a educação infantil. São Paulo: Cortez, 1995. 

 Adriana Peres de Barros (1) Graduada em: Pedagogia; Especialista em Educação Infantil e Alfabetização e Assistente de Desenvolvimento Educacional na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis. 

Elça dos Santos Machado (2) Graduada em: Pedagogia e Ciências Biológicas; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

Jane Gomes Castro (3) Graduada em: Pedagogia e Ciências Biológicas; Especialista em Ecoturismo e Educação Ambiental e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

Nora Ney Sabino de Oliveira (4) Graduada em: Pedagogia; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

Raquel Santos Silva (5) Graduada em: Letras; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

Renata Rodrigues de Arruda (6) Graduada em: Pedagogia; Especialista em Educação Infantil e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.

Simone Batista Campos (7)  Graduada em: Pedagogia; Especialista em Gestão Escolar e professora na Rede Municipal de Ensino Público na cidade de Rondonópolis.                     

 

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