Tédio
Por E Azevedo | 12/08/2008 | PoesiasCheguei em casa, me sentei e olhei a chuva cair.
Cada gota d'água conta os segundos a passar.
Encostei a cabeça na janela para abstrair
Todos os pensamentos que me fazem chorar.
Assim como a chuva que cai, vejo meu dia esvair
Em cada respiração, cada palavra esquecida no ar
Como se eu visse a pessoa mais amada partir
No balanço lento do navio do cais à zarpar.
O tédio consome meus sentidos, não consigo discernir
Será essa a realidade ou só a mente a falar
Que tudo posso, tudo sou, e aonde eu quiser ir
ela me leva sem pedir, sem falar, sem cessar.
Só mesmo o tédio de observar a chuva a cair
Nos faz nas coisas mais loucas pensar
Nos faz das maiores idiotices rir.
Sem ter que abrir a boca ou levantar.