Tecnocentrismo
Por Saulo Barreto | 20/09/2009 | TecnologiaAntigamente, diante das novas ideologias que surgiam e se organizavam rapidamente, os pensadores para sustentar suas novas correntes de pensamento, criavam uma espécie de palavra chave para dar ênfase naquilo que acreditavam. O mundo passou pelo Teocentrismo, Antropocentrismo, Geocentrismo, onde essas tendências se tornavam o centro do universo, e ditavam regras que marcavam toda uma época.
Atualmente, se cogita a ideia de que a sociedade tem como o epicentro das coisas a tecnologia. O mundo, as coisas e o homem circulando em torno dela. Diante dessa nova ordem, que poderia muito bem ser chamada de "Tecnocentrismo", o planeta subitamente se organiza. A tecnologia, assim como muitas outras coisas, surgiu para beneficiar. Todavia, assim como o homem, ela é também passível erros, e dependendo da situação pode ser utilizada de maneira não muito proveitosa.
Desde a Revolução Industrial surgida Inglaterra, o mundo vivenciou uma nova realidade que perduraria até hoje, a mecanização gradual das linhas de produção nas fábricas. Isso ocasionou a inevitável dualidade entre criador e criatura, pois o homem ao mesmo tempo que criou a máquina para auxiliá-lo, também se sentiu ameaçado, haja vista que uma só máquina tomava o trabalho de muitos operários.
Essa modernização gerou aumento de produção e lucro de poucos, em paralelo a muito desemprego, flagelo e ira por parte de muitos, que sofreram com as repentinas mudanças. Houve revolta, com a conseqüente quebra das máquinas, que dava início ao movimento chamado de Ludismo, que foi o levante de operários contra, as máquinas, suas desleais competidoras.
Trazendo os fatos para os dias hodiernos sabe-se que a tecnologia, se tornou uma arma poderosa nos mais diversos setores da sociedade, auxiliando no combate do isolamento, desconhecimento e burocracia.
Ela atualmente é mais comumente utilizada como ferramenta de pesquisa, lazer, entretenimento, trabalho e comunicação tudo disponível a um só clique, portanto devendo, ser vista com bons olhos, principalmente se usada de maneira racional e não de maneira consumista.
No campo científico quando quer, produz maravilhas, auxilia nas descobertas científicas auxiliam no prolongamento da vida, através do desenvolvimento de vacinas e medicamentos no combate e tratamento de doenças que afligem a humanidade. Ajuda ainda a implantar também meios sustentáveis de energia que contribuem para diminuir danos ambientais que posteriormente garantirá nossa vivencia futura aqui na Terra.
Bem mais presente, nessa realidade tem-se o computador, nas suas mais diversas variações, como carro-chefe, dessa invasão tecnológica em nossas vidas. Em pouco tempo o PC tomará conta de todos os lares e passará sintetizar todas as mídias existentes, impulsionando um novo modelo de equipamento minúsculo e portátil, capaz de nos auxiliar nas tarefas diárias, que vão desde um simples pagamento de contas até a regulagem de temperatura de uma casa.
Quem vê esse leque de benefícios e da praticidade que a tecnologia proporciona principalmente no mundo doméstico, não imagina que numa visão ampla, essa relação ainda gera sérios conflitos.
Ter domínio tecnológico entre as nações, significa ter poder. Quando mais se desenvolve a tecnologia, mais um país imprimi domínio sobre o outro. Um exemplo na prática disso é o poderio bélico dos EUA, que por ter um exército e armas mais modernas acaba por ser uma nação destemida perante as outras. Isso sem contar dos seus avanços internos, sempre à frente investindo pesado em pesquisas espaciais e mecanização de indústrias, acaba fazendo com que eles alcancem níveis altíssimos de crescimento na economia.
Essa fórmula exata de investimento em tecnologia e posterior retorno, brota cobiça por parte de alguns líderes políticos que viram nesse modelo uma forma precisa de obterem respaldo perante o mundo. Muitos chefes de estados manuseiam e armazenam clandestinamente elementos nucleares de forma perigosa sob o pretexto de o fazerem unicamente com intuito de energia alternativa.
Mas, qual será a real intenção por traz disso? A corrida desenfreada pela construção de usinas nucleares, além de aumentar o risco de contaminação por vazamento, possibilita o uso alternativo e pernicioso em prol da guerra, já que a paz, ainda é muito relativa entre as nações.
Vivemos em meio à instabilidade, núcleos de conflitos explodem no mundo todo com grande facilidade. O que preocupa é que essas substâncias radioativas, que podem muito bem serem convertidas em armas de destruição em massa, caiam nas mãos de terroristas com cargo políticos o que geraria enorme tensão.
Partindo para retíssima final, fica evidente que por mais, que a humanidade se empenhe para resolver os problemas do mundo com avanços, é salutar ressaltar que, uma ação sempre gera uma reação. E que por mais que essa ação, em princípio, seja feita de boa-fé, nem sempre, ela fará jus ao motivo pela qual foi criada, e aí sua reação poderá ser a mais diversa possível.
Saulo Barreto Lima