Talento não é Tudo
Por Marcio Vidal | 18/08/2009 | SociedadeNão quero dizer que não seja importante, mas, definitivamente, não basta possuir habilidades técnicas e ser bom no que faz para garantir o sucesso profissional, outras questões também devem ser levadas a sério.
O relacionamento pessoal, a resiliência e o equilíbrio emocional também são alguns aspectos fundamentais para se atingir os objetivos de carreira.
Ser competente tornou-se obrigação básica para a sobrevivência, e não é mais um diferencial, por isso, ter experiência e conhecimento é quesito básico para se conseguir uma boa posição.
Mesmo que o profissional domine sua função, se não for bem relacionado na empresa dificilmente obterá sucesso, porque não conseguira exercê-la com o apoio necessário.
É importante haver um bom ambiente de trabalho para desenvolvermos plenamente nossas qualidades, e para que isto ocorra é preciso a participação e colaboração das pessoas que fazem parte do processo.
Hoje em dia são muito similares as qualidades técnicas e formação dos profissionais. Um grande diferencial é ser resistente as pressões e saber utilizar a inteligência emocional, que, hoje em dia pode ser considerado um ponto decisivo para uma contratação ou promoção.
O relacionamento entre as pessoas nem sempre é fácil, mas a realidade é que precisamos conviver com colegas que muitas vezes não compartilham das mesmas idéias que as nossas. É preciso aceitar as divergências e identificar as ocasiões em que é necessário ceder, e, as ocasiões em que temos que defender nossas opiniões até o fim.
O crescimento nos leva a patamares cada vez mais competitivos, e uma coisa é certa: quanto mais uma pessoa brilha mais ela incomoda. Quanto maior o sucesso, mais explícitos ficam sentimentos como a vaidade e a inveja. Daí o desafio de saber lidar com estes sentimentos, não só dos outros, mas nossos também . . .
Os "líderes" inseguros sentem-se ameaçados por pessoas talentosas que estão em suas equipes, ao invés de valorizar a contribuição que um profissional qualificado possa oferecer e o beneficio que isto trará para a companhia, preferem limitá-los ou mesmo dispensá-los, garantindo assim a sua permanência no cargo. Este tipo de líder valoriza muito mais a confiança do que a competência.
Não é necessário se tornar um "puxa saco" ou romper com seus valores só para estar alinhado com uma empresa cuja cultura não temos identidade, mas, sabendo que nenhum lugar é perfeito, é bom conhecer o que a empresa e nossos superiores valorizam para saber se estamos no lugar certo para trabalhar desenvolvendo plenamente nossas habilidades e obtendo realização profissional.
Quando os mercados vão bem, não existem grandes diferenças entre um ótimo profissional e um profissional mediano. Nem todas as empresas analisam se o lucro é 10 quando poderia ser 12, assim como nem todas as empresas se preocupam com o longo prazo. Se o profissional mediano tiver melhor relacionamento com certeza estará melhor posicionado.
Quando as economias vão bem, a figura do político ganha mais espaço do que a performance do técnico, os populistas conseguem evidencia. Aquele que for mais carismático levara vantagem sobre aquele que possui apenas o conhecimento.
Muitos profissionais conseguem realizar seu trabalho com extrema eficiência, superam todos os resultados esperados, conquistam o respeito de colegas e de suas equipes, mas não são lembrados na hora de uma promoção.
Algumas pessoas de muito talento atingem todo seu potencial, enquanto outras, também talentosas, não conseguem tanto êxito.
Talento não é só obter resultados, ser talentoso é também ser flexível, saber lidar com as pessoas, ter equilíbrio, coragem, iniciativa, perseverança e saber administrar as responsabilidades que o cargo exige.
Enfim, o verdadeiro talento é habilidade de tirar proveito e maximizar nossas qualidades técnicas e emocionais.