TÁ VIVO, TEM ALMA

Não se engane,
tudo que vive tem alma.
Podemos acreditar,
segundo a bestialidade
religiosa ou científica,
que só o humano tem esse privilégio.

Quando você corta uma árvore,
você ceifa uma alma.
Quando você mata um boi pra comer,
você ceifa uma alma.
Quando você come o boi,
você come o que a alma deixou.

Imagina a alma como um cordão
contido em cada ser vivo
que liga a terra ao céu.

Um cordão biomagnético.

Cada alma um cordão.
Cada ser vivo um cordão.
Dá pra imaginar o que a gente faz quando a gente mata,
ou quando prende, ou quando sufoca, ou quando controla,
ou faz chantagem emocional com alguém?
A gente tira a alma do seu lugar,
distorce o seu sentido ou a elimina.

Imagina todas essas cordas
compondo um grande instrumento:
a vida na Terra.
Imagina essa sinfonia?

Cada ser ligado como uma corda.
É fácil compreender como todos estão ligados,
quando vemos esse grande intrumento de cordas.
Quando interferimos na vida no planeta,
interferimos nessas cordas,
nessa relação magnética
que a vida criou nesse organismo planetário.

O urbano é um espaço sem alma,
sem cordas.
As pessoas vivem suas almas
em um espaço sem alma.

Nessa relação de cordas magnéticas,
muitas já foram rompidas com a devastação
e com acimentamento do chão.
Imensos buracos sem alma,
só construção.

Esses imensos buracos
estão afetando as relações magnéticas do planeta
e irão povocar instabilidade
em todas as correntes e fluxos.

Não precisa ser vidente,
nem grande cientista
para enxergar esse composto orgânico
chamado por nós de Terra,
precisando se remexer para reequilibrar a besteira que fizemos.

É o magnético que sustenta as pessões.
Como o magnético está sendo muito remexido e eliminado,
a pressão está aumentando.
Só consigo enchegar a Terra cuspindo fogo
pra se aliviar dessa pressão
que nós provocamos.

De agora em diante
quando falarmos em preservação,
falemos em almas,
não em animais, florestas ou pessoas.
Preservar a vida no planeta
é preservar o direito à vida de qualquer alma.

Rosam