SURGIMENTO DOS MUNICÍPIOS DO SERTÃO PERNAMBUCANO

Por Djalmira Sá Almeida | 28/05/2010 | História

O resultado das entradas e bandeiras foi a dizimação dos índios, por meio da estratégia de ? descimento?, liberação das áreas de sesmarias, reduções e missões para os colonos e , consequentemente, provocando a necessidade da fragmentação das grandes áreas de terra em lotes. As feitorias e sesmarias do período de capitanias tornaram-se centros urbanos e seus lotes rurais foram sendo redistribuídos por venda ou troca e ocupados por novos colonos, de forma que os povoados que ficavam muitos anos como Vila ou Distrito, a partir da Proclamação da república, passaram mais rápido à condição de cidade e município. Assim, logo que um grupo político se formava na região ou quando em algum povoado aparecia um líder, geralmente do partido contrário ao governo da época, apareceram redutos que se tornaram municípios. Essa fragmentação trouxe novas perspectivas para cada município criado, no entanto, não garantiu que esses pequenos municípios desenvolvessem, de tal forma que, alguns foram diminuindo de tamanho, perdendo parte de sua área inicial , no caso de Cabrobó e Salgueiro, para formar outros novos municípios e até mudando de nome como foi o caso de Leopoldina (Parnamirim) e Serrinha (Serrita). Atualmente, as grandes áreas que compreendiam as grandes fazendas de gado e plantação de algodão e cana do passado, na organização político-administrativa do Estado de Pernambuco, correspondem às duas mesorregiões do interior do Estado: a do sertão de Pernambuco e a do São Francisco.


Conferindo o mapa do Estado verifica-se que ele está organizado em 5 Mesorregiões: Metropolitana de Recife, Zona da Mata Pernambucana, Agreste de Pernambuco, Sertão Pernambucano e do São Francisco que, por sua vez, subdividem-se em microrregiões.
A Mesorregião do São Francisco está dividida em 2 microrregiões: a de Itaparica com 7 municípios (Jatobá, Tacaratu, Petrolândia, Floresta, Carnaubeira da Penha, Itacuruba, Belém do são Francisco) e a de Petrolina com 8 municípios (Cabrobó, Terra Nova, Orocó, Santa maria da Boa Vista, Lagoa Grande, Petrolina, Dormentes, Afrânio). Outrora, a divisão político -administrativa de uma área acontecia exclusivamente por decisão do governo. Hoje, a divisão geopolítica de uma região dá-se pela influência socioeconômica das atividades de sua população, e, no caso da Mesorregião do São Francisco ocorre mais pela importância sociológica e antropológica em torno do Rio São Francisco do que por interferência das relações políticas com o governo.
A atual mesorregião do Sertão de Pernambuco está dividida em quatro microrregiões: a de Araripina, com nove municípios (Moreilândia, Exu, Granito, Santa Cruz, Santa Filomena, Ouricuri, Bodocó, Ipubi e Araripina; a de Salgueiro, com sete municípios: Mirandiba, Verdejante, São José do Belmonte, Salgueiro, Cedro e Parnamirim ; a do Pajeú, com dezessete municípios: Itapetim, Brejinho, Santa Terezinha,São José do Egito, Tuparetama,Ingazeira, Itabira, Solidão, Afogados de Ingazeira, Iguaraci, Carnaíba, Quixabá, Flores, triunfo, Calumbi, Santa Cruz da Baixa Verde e Serra Talhada); e a do Moxotó, com oito municípios: Sertânia, Arcoverde, Ibimirim, Manari, Inajá, Custódia, Betãnia e Trindade. A divisão do Estado em mesorregiões ocorre geralmente por relação político-administrativa a divisão, entretanto em microrregiões, pode ocorrer por tipo de atividade econômica ou pela facilidade de acesso através das rodovias federais, estaduais e locais.