Surgimento do cosmos
Por José Maria Borborema | 28/10/2013 | FilosofiaNa minha cosmovisão o cosmos não teve princípio e nem terá fim. Ele é eterno, porém está permanentemente em contínua transformação, retornando sempre ao seu estado inicial (mente cósmica + componentes da essência da matéria), por isso é cíclico, porém os ciclos não devem ser necessariamente iguais.
Para mim, quando se fala de surgimento do cosmos, significa surgimento de um novo ciclo.
A justificativa para esta concepção é a seguinte:
Caso o cosmos não fosse eterno, haveria 2 possibilidades para seu aparecimento: uma surgindo do nada e outra sendo criado por algo preexistente, Deus.
Surgir espontaneamente do nada é totalmente absurdo, pois como o nada é a ausência de tudo, nada pode surgir do nada. O nada não existe, é apenas uma criação mental do ser humano. Algo que não existe não gera nada. A própria teoria do Big Bang exige a necessidade da existência de algo anteriormente (átomo primordial, ovo cósmico, singularidade).
Ter sido criado por Deus, nos leva à questão sobre o surgimento de Deus. Esqueçamos esta questão e admitamos que sempre houve um Deus eterno. Então, antes do cosmos, só havia Deus e ele só poderia ser uma mente, pois se tivesse também matéria, já seria o cosmos, não havendo portanto sentido em Deus criar a matéria. Tudo o que existia era só Deus, nada havia além dele. Se Deus sempre existiu sem necessidade da matéria por que precisou criá-la? Admitamos que por algum motivo ele teve esta necessidade. Como nada havia além dele, ele não poderia criar a matéria fora dele, logo criou-a dentro de si mesmo, o que nos leva à conclusão que Deus é o próprio cosmos. Como sabemos que o cosmos está permanentemente em contínua transformação e que a tendência é as transformações cessarem definitivamente, o cosmos deverá então voltar ao seu estado inicial (mente + matéria). Como Deus teve anteriormente a necessidade de criar a matéria e as transformações cósmicas, por que iria "descriar" a matéria e voltar à sua existência única? É mais lógico admitir-se que a mente atuaria novamente sobre a matéria inicial para criar novas transformações cósmicas.
Em vista do exposto conclui-se que o cosmos é eterno, cíclico, constituído de mente e matéria e que Deus é a mente cósmica.