Sucesso e Fracasso
Por João Drummond | 18/12/2008 | CrônicasSucesso..., apenas mais uma palavra..., mas como se destaca o tempo todo à nossa frente.
Ela representa um anseio secundário do ser humano, depois da sobrevivência e da procriação.
Mas pensando bem, para sobreviver e procriar não dependemos também de ações bem sucedidas?
O sucesso nos ronda a consciência como uma mosca esvoaçante a ponto de se tornar obsessivo e mais importante do que simplesmente viver.
É claro que cada qual tem seu próprio conceito de sucesso. Este é um valor intrínseco.
Ele sempre representa um estado futuro e diferente do estamos vivendo no aqui e agora.
Uma vez sendo bem sucedidos numa empreita um novo alvo nos desponta no cardápio de objetivos.
Muitos vêem o sucesso como algo que chega por obra do acaso ou golpe de sorte.
Para outros, ele representa o resultado de trabalho duro, dedicado e inteligente.
Eu pessoalmente via o sucesso como uma construção solida, estável, fincada em terreno firme, pré-escolhido após prospecções cuidadosas e detalhadas.
Até que observei muitas destas construções "sólidas" indo ao chão sob as bruscas e imprevisíveis mudanças das leis de mercado.
Nós agimos em geral balizados por modelos criados na prancheta do imaginário, alimentados por informações captadas e processadas por "softwares" mentais mal formatados.
Se o resultado final não deu certo foi porque o modelo mental que criamos não funcionou dentro do complexo, dinâmico e instável padrão de realidade em que vivemos.
Precisamos buscar então novos modelos de pensamentos padrão e formatar os programas executivos, que inadvertidamente foram sendo instalados em nossas redes neurais.
Dentro destas reflexões um modelo de sucesso me pareceu mais adequado e funcional.
Um sistema dinâmico, flexível, personalizado e adaptado ás nossas qualidades e talentos. Isto porque ficou evidente que a formula que funciona para um pode ser péssima para outro.
Imaginei o sucesso como algo dinâmico, um sistema sinergético, construído por unidades menores que são representadas pelos pequenos sucessos do dia a dia.
Mas este modelo ainda não estava resolvido uma vez que estas unidades menores não se somavam para formar um sistema confiável, mas gerando muitas vezes um falso sucesso, de pouco serviço prestado e tempo de duração limitado.
Os falsos sucessos podem ser observados nas empresas que sobem como foguetes e caem como sacos de batatas, produzindo a sua volta muitos danos, ou naqueles "artistas" de "quinze minutos de fama", produzidos com estardalhaço pelas mídias ávidas e inconseqüentes.
O material que pode compor uma liga que une as pequenas vitórias, formando com isto um modelo mais prestativo e duradouro, tem na sua composição como elemento principal o estoque de fracassos que acumulamos ao longo da vida.
Fracasso, derrota... Palavras e sentimentos difíceis de lidar.
Assim como o sucesso nos provoca e estimula, o fracasso nos assombra. Temos dificuldades de aceitar e conviver com o fracasso. Em geral nossa melhor saída é racionalizar, jogando culpas e responsabilidades nos ventiladores alheios.
O fracasso visto neste novo modelo é um material da melhor qualidade que tem que ser trabalhado como se trabalha a argila.
Temos que encará-lo de frente, olhá-lo devagar, conviver com ele sem pressa até que ele se torne familiar.
Manipulá-lo entre os dedos e formar aquele material maleável que vai finalmente compor a liga confiável do nosso sistema.
Sem perder o medo do fracasso ninguém consegue ser bem sucedido, porque o medo nos paralisa e destrói nossa veia empreendedora.
Cair e levantar é a chave. Cair e ficar sentado, porque a derrota nos apavora é a formula dos derrotados de véspera.
Uma formula interessante que encontrei de enfrentar meus medos foi transformá-los em esporte radical.
Nossos medos formam um capitulo á parte em nosso processo de aprendizado.
O medo tem que ser visto como uma entidade autônoma de vida e vontade próprias que habita, como o minotauro, dentro dos labirintos de nossa psique.
Enfrentá-lo de frente não tarefa fácil muito menos inteligente.
Temos que negociar com ele ate que ele se torne em nosso aliado, jogando adrenalina em nosso sistema circulatório e transformando nossos desafios em interessante e excitante jogo de aventuras.
Isto requer muitas vezes profissionais facilitadores e técnicas terapêuticas mais abertas e dinâmicas. No meu caso foi a Biodança e Oratória
João Drummond
"Thomas Alva Edson fez duas mil experiências com materiais diversos até finalmente encontrar um que pudesse compor o filamento da lâmpada elétrica.
Perguntado por um repórter sobre: o que ele achava de ter fracassado tantas vezes em busca de seu objetivo, Edson respondeu que não fracassara nenhuma vez, apenas completara um processo de dois mil passos"