Studio Ghibli: O legado

Por Sarah Aniceto | 21/01/2015 | Contos

Studio Ghibli- A história do melhor estúdio de animação do mundo (Em minha opinião). Entre meados de1984 e 1985, três amigos dividiam um sonho, o sonho de criar um lugar onde a arte falasse mais alto que todo o capitalismo que rondava e ronda na área do cinema (ou você pensou que fazem os filmes pensando na qualidade e nas pessoas?), esses amigos eram Toshio Suzuki, um repórter de revistas de animação que tinha prestigio no Japão, Isao Takahata, diretor dos filmes que fez muito sucesso naquela época, intitulados de “Hórus, o príncipe do sol” e “As aventuras de panda e seus amigos”, e Hayao Miyazaki, diretor de filmes que até hoje são lembrados pelos japoneses que são “Lupin III- O castelo de Cagiostro” e “Kaze no tani Nauchica” (coloquei o titulo em japonês porque eu sabia, mas aqui no Brasil, o filme se chama “Nausicaä do vale do vento”.). Nausicaä foi um sucesso tanto nos cinco mangás feitos por Miyazaki, quanto pelo filme que junto com o filme “Akira”, é um dos maiores animes de todos os tempos. O diferencial de Nausicaä era que, ao contrario de muitas produções que colocavam as mulheres em postos menores, às vezes aderindo ao clichê da princesa que prescisa ser salva, Miyazaki se preocupou em diferenciar sua produção das outras, colocando a princesa Nausicaä (Nauchica no fonema japonês) como protagonista e elaborou uma história que fugia de clichês. Nausicaä teve a mesma pegada de Safire do anime “A princesa e o cavaleiro”, pois abas são corajosas e fogem dos clichês de princesas. O sucesso do filme de Nausicaä foi instantâneo, o filme foi aclamado pela critica, e tanto ele quanto o mangá emocionaram e ambos são disputados a tapas por colecionadores, eu mesma consegui o DVD exclusivo que a Versátil lançou e me orgulho disso. O futuro desses três amigos era mais do que certo, eles fundaram com muito esforço e dedicação o Studio Ghibli, mas a pergunta é: O que significa Ghibli? Se você achou que era uma referência à Disney e que elas não são tão originais, meu amigo você está enganado e tem que ficar mais tempo na escola. Para quem não sabe Ghibli ou Jibli no fonema japonês é uma referencias aos aviões da Itália na primeira guerra mundial (acho eu), e essa expressão significa “O vento quente do deserto do Saara”. Como o Miyazaki gostava muito de aviação e ninguém estava usando o nome, ficou até hoje “Studio Ghibli”. No ano seguinte, 1986 (muita coisa boa surgiu naquele ano), a popularidade do Studio Ghibli começou a crescer, pois Miyazaki já tinha soltado o trailer de seu próximo filme que era intitulado de “Tenkû no shiro Lapyuta” (“Laputa o castelo no céu”), que misturava ficção, ação e aventura. Assim como no filme anterior, esse filme trazia uma protagonista feminina chamada Sheeta (O nome verdadeiro é Lusheeta), e assim como Nausicaä, é uma princesa que está disposta a salvar o mundo, mas diferente de Nausicaä que tem 18 anos, Sheeta tem 11 anos, por isso ela é um pouco mais inocente e indefesa que Nausicaä e prescisa da ajuda de seu amigo Pazu. Laputa (se lê “Lapura”) foi um sucesso de bilheteria e foi aclamado pela crítica da época, só não ganhou o Oscar porque não teve o reconhecimento merecido (a Disney ofuscou essa obra-prima, e não foi a única a ser escondida por ela). Em 1988, Miyazaki tinha um projeto ambicioso que era do filme intitulado “Tonari no Totoro” (“Meu vizinho Totoro”), mas sua história foi rejeitada por ser considerada absurda na época. Para que não sabe, esse filme consistia na história das irmãs Satsuky e Mei, que, para ficar perto de onde a mãe estava internada, mudaram-se para o campo, sendo que, elas descobrem três criaturas que se assemelham a monstros morando em uma arvore próxima de sua casa. Essas criaturas são chamadas de Totoro e ajudam as meninas nesse momento delicado de suas vidas. Mesmo que muitos da época considerassem a história absurda, já que monstros eram visto como criaturas maquiavélicas, Miyazaki insistiu na história. Isao também tinha planos de lançar um plano de lançar um filme, só que, esse filme não era para crianças, pois fala da segunda guerra mundial que havia devastado o Japão em 1942 (acho que esse é o ano que se passa o filme). O filme tinha o nome de “Hotaru no Haka” (“O tumulo de vagalumes”) e recomendo para quem está estudando a segunda guerra mundial (AVISO: ESSE FILME É CONHECIDO POR FAZER OS FÃNS DO STUDIO GHIBLI DESABAREM DE CHORAR!). Ambos os filmes saíram um atrás do outro, e foram muito bem recebidos pela crítica e até hoje ele ficam entre as maiores animações japonesas de todos os tempos, junto com “Akira”, “Paprika”, “A viagem de Chiriro” (Vou falar desse aí mais para frente), entre outros. Em 1989, Miyazaki fez o filme “O serviço de entregas da Kiki”, que é um alerta para as meninas de todo o mundo e o primeiro filme do Studio Ghibli a ser dublado para a nossa língua (pelo o que eu vi). A protagonista do filme é a mais carismática e engraçada que o Miyazaki criou: A Kiki, uma bruxa de 13 anos que foge dos estereótipos que meninas dessa idade trazem nas costas. O filme custou mais caro do que a própria Nausicaä, mas ele teve um retorno muito bom para o estúdio. Uma curiosidade é que dizem que para fazer o movimento da saia do vestido da Kiki, o Miyazaki ficou observando o movimento de uma praça ao lado do estúdio. Em 1991, Isao pegou o embalo do filme de Miyazaki e lançou “Omohide Pororo” (“Only Yesterday”) que tinha a mesma proposta de Kiki. Como eu não vi o filme, eu não posso dizer detalhes de com ele é, mas se alguém souber, por favor, me diga. Entre 1991 e 1992 saiu “Kurenai no buta” (acho que escrevi errado a versão em japonês, mas em português o nome do filme é “Porco Rosso, o ultimo herói romântico”) que tinha tema da primeira guerra mundial e começava a mostrar o porquê de Miyazaki gostar tanto de colocar protagonistas femininas em seus filmes (Também saiu no Brasil). Em 1992 (Acho eu) foi terminada a nova sede do Studio Ghibli nos subúrbios de Tóquio, era cheia de arvores e belezas naturais, perfeitas para ter boas ideias. Uma curiosidade a parte é que o banheiro feminino era melhor que o masculino, o porquê disso era simples: Miyazaki é feminista. Como foi ele que fez as plantas da nova sede, ele se preocupou em deixar a sede perfeita para as mulheres, já que para ele, para uma empresa dar certo, as mulheres devem ser valorizadas. Entre 1992 e 1995 foi lançada a comédia majestosa de Isao intitulada de “Pom Poko: A guerra dos guaxinins”. Esse filme trata bem o assunto ecologia, e só de olhar o trailer, já dá para ver que o humor é mantido a todo o instante. Esse eu também não vi (QUE RAIVA DE MIM!). Em 1995 (mais ou menos) foi lançado o especial para a TV, com o nome de “Ocean Waves” (“Ondas do Oceano”) que era voltado para o publico adolescente, por tratar de assuntos como primeiro amor e outras coisas. Esse filme foi feito pelos jovens que eram treinados por Isao e Miyazaki e só por que é feito por alunos, não significa que é ruim. Em 1996 foi lançado o filme “Mimi wo Sumaseba” (“Sussurros do coração”) que trazia como enredo, uma menina que queria descobrir si mesma por meio de sua imaginação. Junto desse filme, surgiu um “Easter Egg” muito conhecido pelos fãs do estúdio (Irei comentar depois). O curioso é que nem Miyazaki e nem Isao foram os diretores desse filme, eu não lembro quem era o diretor desse filme, se alguém souber me diga. Em 1998 surge o filme mais POLÊMICO do Studio Ghibli, dirigido por Miyazaki, o filme “Mononoke Hime” (“Princesa Mononoke”) sem duvida foi o filme mais polêmico do Studio Ghibli por ser extremamente violento e ter cenas de decapitação. Apesar de ser polêmico, esse filme é uma obra-prima e merece ser visto, pois sua trilha sonora é espetacular e sua história é extremamente cativante e tem uma grande reviravolta no final. Em 1999, é lançada a produção de Isao Takahata “Tonari no Yamada-kum” (“Meus vizinhos, os Yamadas”) que apesar de simples, é bem animada e lembra mais uma série de TV do que um filme. Em 2001 nasce o filme mais conhecido do Studio Ghibli, “Sem to Chihiro kamikatoshi” (“A viagem de Chiriro”) que é considerada por muitos, uma das maiores animações de todos os tempos e é o meu filme preferido (Saiu no Brasil e tá fácil encontrar!). Esse filme teve uma pegada muito mais sombria do que os outros, mas a ação e a sensação de estar na pele da Chiriro foi muito grande e fez muitas pessoas se emocionarem e outras como EU ficarem aterrorizadas com os espectros do lugar onde Chiriro estava. Mas do mesmo jeito, eu adoro esse filme! (Bom trabalho Miyazaki!). Em 2002 foi lançado o filme “O reino dos gatos” também do Miyazaki e que também saiu no Brasil, ele conta a história de Haru, uma colegial japonesa que vai para em um reino de gatos e é salva por Barão, um gato que foi proibido de circular naquele reino e ganha a vida como detetive. Esse filme pode ter tido uma nota menor que Chiriro, mas não deixa de ser bom. Entre 2004 e 2005 foi lançado “O castelo animado” (ANIMADO na tradução não por que) também do Miyazaki, e trazia como protagonista Sophie, uma chapeleira que é transformada em velha por uma bruxa e parte para “As terras abandonadas” em busca da bruxa para ela desfazer o feitiço, quem a ajuda é Holw, um poderoso mago que mora em um castelo andante com seu aprendiz Mark e um Yukai (Criatura sobrenatural ou Demônio) chamado Calcifer. Esse filme teve um avanço tecnológico muito grande, pois a movimentação do castelo foi muito bem detalhada. Em 2006 foi lançado “Contos de Terramar” que foi o filme que menos teve sucesso no estúdio. O diretor do filme foi Goro Miyazaki (Se você pensou que ele é filho do Miyazaki, você esta certo!) e não foi bem aceito pelos fãs, já que o estilo do filme era diferente do jeito fantasioso de Miyazaki e do humanismo e humor de Isao. Entre 2008 e 2010 foi lançado “Gaze no Ue Ponyo” (“Ponyo: Uma amizade que veio do mar”) que renasceu o jeito clássico de Miyazaki. Ponyo foi todo feito a mão, sem a ajuda do 3D (Pelo qual Miyazaki sente antipatia) e mesmo assim ele é um espetáculo a parte. O enredo é a perfeita mistura de “A pequena sereia”, pelo fato de Ponyo ser uma espécie de sereia, só que com o formato de peixe e sem a parte humana, e a lenda japonesa de “Urashima Tairo” (Eu acho que escrevi errado), pelo fato de Sosuke ir para o reino de Ponyo. Esse filme se encontra dublado e passa no “Discovery Kids” de vez em quando. Entre 2010 e 2011 foi lançado “O reino dos pequeninos” que foi aclamado pelos fãs do estúdio e está na lista dos filmes que eu não vi (RAGE TOTAL DE MIM MESMA!), mas que eu conheço a protagonista que é a Arrietty (Como o Miyazaki tem ideias tão boas para protagonista femininas?). Em 2011 foi lançado “O reino das papoulas” (Acho que o nome está errado, quem souber o certo diga para mim) que foi dirigido pelo Goro Miyazaki, e se trata da adaptação de um mangá. Eu também não vi esse filme e nem li o mangá. Em 2013 e 2014 foram lançados os filmes “Kaguya-hime no Monogatari” (“O conto da princesa Kaguya”) de Isao Takahata, “Vidas ao vento” de Miyazaki (Que foi o ultimo filme dele, e tem previsão de estreia no Brasil) e “Where is Marnie There” feito pelo mesmo diretor de “Sussurros do coração” (QUE EU NÂO SEI O NOME) mais a série animada do Studio Ghibli intitulada “Ronja: A filha do ladrão” que não tem previsão de estreia no Brasil. O Studio Ghibli marcou muitas pessoas no mundo, mas a Disney ofusca tanto o brilho dele e não ajuda ele a ser popular aqui no ocidente que parece que ela tem inveja dos filmes que eles fizeram. Seja qual for à época, esse estúdio de animação sempre vai ter fãs que o amam e sonham em ser igual a seus criadores. Curiosidades: 1-Barão na verdade é Muta de “Sussurros do coração”, portanto é um Easter Egg. 2-Os filmes “Laputa”, “Castelo animado” e “Contos de Terramar” foram inspirados em livros. 3-Miyazaki já foi chamado de “Wall Disney Japonês” em uma entrevista e rebateu com a seguinte frase: “Wall Disney era um produtor e eu sou um diretor”. 4-Toda a trilha sonora dos filmes do Studio Ghibli foi feita por Joe Hisashi, e a filha dele já cantou alguns temas de alguns filmes do estúdio. 5-A popularidade do Studio Ghibli ficou tão grande, que os fãs gringos resolveram misturar o desenho “Adventure Time” (“A hora de aventura”) com os filmes do Studio Ghibli, e ficou muito bacana! 6-Para quem acha que esse estúdio trata mal seus empregados se enganou, já que eles dão massagens relaxantes aos sábados para os funcionários e os tratam como eles merecem (Tanto quem eu quero trabalhar no Studio Ghibli e na SEGA quando eu crescer). 7-O dublador de Haku da “Viagem de Chiriro” é o mesmo dublador do “Junior” do “Eu, a patroa e as crianças” e Lin (Também da “Viagem de Chiriro”) é dublada pela dubladora do Tails no anime Sonic X. 8-O jogo Ni No Kuni teve a arte e os gráficos feitos pelo Studio Ghibli (Sendo que ele é de Playstation 3).