SOU FAVORÁVEL À INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA SE...

Por Maruilson Souza | 15/11/2009 | Sociedade

SOU FAVORÁVEL À INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA SE...

 

 

 

A questão da internacionalização da Amazônia é algo que não tem saído de pauta nos últimos 30 anos. De vez em quando o assunto volta à tona. A discussão tem envido de políticos a diplomatas, de estudantes a intelectuais. Os seus defensores, geralmente dos paises ricos e alguns “pobres” daqui costumam argumentar que a Amazônia é o “pulmão” do mundo e não deve pertencer a um povo especifico, no caso, a nós brasileiros.

Chama-me a atenção que aqueles que querem cuidar das nossas florestas, foram os mesmos que destruíram as suas. Ora se eles não foram capazes de cuidar do que era deles, por que cuidariam do que é nosso? Estariam eles verdadeiramente interessados em cuidar do meio ambiente ou das riquezas?

Há alguns anos atrás, o ex-reitor da Universidade de Brasília, Cristóvão Buarque, foi aos Estados Unidos participar de uma serie de palestras e debates em Universidades americanas. Em uma delas um estudante lhe perguntou se seria a favor da “internacionalização da Amazônia”. Cristóvão lhe respondeu que como intelectual ele era favorável, mas como intelectual e brasileiro certamente que não. Endosso as palavras de Cristóvão. Eu poderia iniciar a pensar na possibilidade de apoiar a internacionalização da Amazônia, desde que pudéssemos:

  1. ...Internacionalizar o salário mínimo: O nosso salário mínimo seria, de preferência, uma média do da Dinamarca, Suécia e Noruega. Nenhum dos nossos aposentados poderia ganhar menos do que um aposentado em um desses países.

  2. ...Internacionalizar o padrão de qualidade de vida: Sugiro uma mistura da qualidade de vida Suíça e Canadense. Menos do que isso seria inaceitável.

  3. ...Internacionalizar o acesso à cultura: O que incluiria desde cinema, teatro, museus, apresentações de balés e orquestras e livros, a preço a que qualquer cidadão pudesse pagar sem lhe fazer falta. Sugiro o padrão finlandês.

  4. ...Internacionalizar o acesso à escola integral e gratuita: Onde as nossas crianças teriam acesso não só ao desenvolvimento intelectual e tecnológico, mas também aos esportes, lazer e uma boa alimentação. Sugiro o padrão americano, com alimentação no padrão francês ou italiano. Com isso não haveria mais crianças de rua e o Programa Fome Zero do governo, perderia a razão de existir.

  5. ...Internacionalizar as nossas favelas: Todos teriam acesso ao saneamento básico e moradias decentes. Nenhum cidadão brasileiro se sentiria envergonhado de dizer onde mora ou levar um estrangeiro à sua casa quando estivesse nos visitando.

  6. ...Internacionalizar o desenvolvimento regional: Regiões que fossem pouco desenvolvidas, como o sertão nordestino, receberia investimentos a fim de que a situação fosse revertida. Sugeriria os mesmos volumes de investimentos que a Comunidades Européia fez em países como Portugal.

  7. ...Internacionalizar os sem tetos: Com essa medida nenhum brasileiro ficaria sem casa própria e de qualidade. Não haveria famílias de ruas, nem pessoas morando em baixo de viadutos.

  8. ...Internacionalizar os sem terra: Todos teriam não só acesso à terra, mas especialmente a financiamentos subsidiados para que nela pudessem produzir. Os valores não deveriam ser inferiores ao que a França e a Inglaterra concedem aos seus agricultores.

  9. ...Internacionalizar a segurança: Com isso poderíamos andar tranqüilos pelas ruas a qualquer hora do dia ou da noite, sem riscos de ser assaltados ou receber uma bala perdida. Sugiro o padrão alemão, ficando decidido que se algum outro país adotar um modelo melhor, será seguido imediatamente.

Sim! Eu poderia iniciar a pensar na possibilidade de apoiar a internacionalização da Amazônia, se tudo isso pudesse acontecer. Como aqueles que defendem a internacionalização querem somente as nossas riquezas mas não os nossos problemas, prefiro permanecer com ambos, pois, se trabalharmos essas questões e cuidarmos desse patrimônio nosso (a Amazônia), o futuro do Brasil será diferente.   

 

 

Maruilson Souza, PhD.