Soneto E
Por Jacot Werner Stein | 11/04/2017 | PoesiasAh! C'est la vie. Dignamente exclama o poeta, rompe-se tudo.
Menos a dor, tudo pode ser refeito: reificado fica o amor! Mas...
Este interlúdio não é lírico ou filosófico. O que terá comunicado?
Ah! C'est la vie. Clama o mendigo que, morto de fome, entrega o pão.
No mesmo gesto, na entrega, filósofo e mendigo tornam-se homem.
Somam-se em tudo! Mas em cada prática particular diminiuem-se...
No particular não existe o homem, mas o mendigo e o poeta...
Ah! C'est la vie. Chora o moribundo que, nas vascas da morte, grita:
__Ah! C'est la muerte. Viver é esperar ou espernear ante à morte...
Um sentimento pouco ou nada consciente é de angústia, est la vie.
Ah! C'est la vie. Silencia o pensador das pedras, sem porta, sem dor.
Não vivemos sem dor ou somente na dor. Simplesmente vivemos.
A cada dia corremos! A cada noite amamos, mesmo se morremos.
Viver é simples: trabalhar, ajuntar, pagar, descançar e voltar...