Soneto A
Por Jacot Werner Stein | 16/12/2016 | PoesiasÀ Débora, à Gisele, à Vanessa.
A vida segue rigorosamente, é vontade de domínio.
Mas quando uma senhorita responde, tudo fica insólito.
A vontade torna-se desejo e o desejo deseja dominar.
O amor cativa, não domina! O amor deseja amar.
A vida segue como rio... Mas o rio não é rio, é água. O rio é!
No rio a senhorita é esperada, quando ela chega, é presença.
Ela chega e trás seu perfume e sua beleza. O rio leva o perfume...
Mas deixa a beleza. O presente é a própria presença.
A presença dela se impõe, não domina, mas requisita.
O rio nunca chega e nunca vai embora. Ele sempre é rio.
A senhorita não estava e passava a ser presença. Ela nunca é.
O rio nunca é porque ele não pode dizer que é e não é!
A senhorita muda o curso das águas, não o rio. Ele está no rio...
Mas se ela desagua em mim; eu oceano!
JACOT STEIN