Sofrimento e Hedonismo
Por Camila de Mesquita Lopes | 19/02/2013 | FilosofiaO sofrimento hoje em dia é visto como o maior dos males. Ninguém quer sofrer. Não é à toa que o mundo prega justo o contrário, a lei do menor esforço, da vantagem, do individualismo, do egoísmo e do hedonismo.
Por vezes achava que estava livre disso, mas não estou. Não tenho cara nenhuma de criticar este mundo hedonista, pois sou a maior hedonista de todas. Não gosto de me sacrificar, de fazer o que me mandam, de me humilhar, de fazer coisas que vão ser um esforço grande para mim. Todavia, quando resolvo fazer, me sinto bem melhor. Pois ser hedonista não é só a busca pelo prazer descontrolado. Não precisamos ir tão longe. Ser hedonista é fugir do trabalho, é querer apenas descansar sempre, é cultivar a preguiça como o maior dos bichinhos de estimação.
O sofrimento faz parte do ser humano. Também não adianta pôr fardos pesados para os outros carregarem sendo que eu não quero carregar. Descobri que estava trilhando por este caminho. Mas agora não quero mais. Descobri também que a fuga do sofrimento era a causa de todos os meus fracassos. Pois não queria sacrificar a minha “felicidade”. Sendo que a felicidade que idealizamos, influenciados pela mídia, é aquela sem sofrimento, sem nada, a das novelas, as imagens das férias. Mas até as férias tem sofrimento. Tudo tem sofrimento contido. Eu fui também contagiada por essa ideia que não preciso e nem tenho que sofrer.
É preciso servir. Servir é bom. Trabalhar é bom. Não me neguem isso. Não mostrem isso como algo ruim. Pois é bom. É virtude. É a vida. É salvação.