SODOM E AMORAH
Por HERÁCLITO NEY SUITER | 07/07/2009 | ReligiãoReligião é uma palavra que significa religação (religare) com D'us. Ultimamente vivemos uma época de explosão religiosa.
O que era tido por ópio do povo (Marx), ou neurose universal (Freud) e que passou por todo tipo de repressão agora voltou com força vertiginosa.
A sedução do sagrado continua atraindo as pessoas desde os primórdios do homem. É a busca de respostas de dúvidas como a morte, o sofrimento, o além, o sentido da vida, etc. Tudo isso somada a queda de utopias sociais culminando em uma infestação de violência, desemprego, drogas e outras mazelas. Vivemos em um mundo sem alternativas e propostas convincentes para superar dificuldades jamais vista na história do homem.
O pior é que no bojo desses problemas sociais eis que surge imperando o materialismo dos tempos modernos ocasionando uma crise ético-moral entre os homens. A coisa chegou a tal ponto que já estão comercializando a fé em todos os cantos e novas religiões e seitas vem surgindo cada dia mais.
Constantemente ficamos sabendo de escândalos que vão desde pedofilia a corrupção generalizada dentro das igrejas. Existem congregações que se tornaram grandes empresas com sedes no estrangeiro, emissoras de rádio e TV, jornais impressos com tiragens significativas, iates, aviões, terrenos, fazendas e tudo mais que o dinheiro e o poder podem adquirir, sem contar as suas participações políticas em todas as esferas do poder público.
As igrejas protestantes vêm crescendo e com esse crescimento surgem problemas como a atual crise moral perante a sociedade, conseqüência de uma descaracterização da proposta inicial da Reforma de Lutero. Sem nenhuma dúvida esse é um dos piores momentos na história do Protestantismo. Batalhas espirituais, prosperidades materiais, pulinhos, gritos histéricos, mantras superficiais disfarçados de clamores e orações, ativismo e tribalismo, culto à personalidade e materialização da fé, 'estrelismos' e extremismos, 'showcultos' e outras terapias alternativas não nos levarão muito longe, e o futuro não se afigura dos mais animadores. Cada uma das congregações alegam ser a verdadeira religião de D'us, como se Cristo tivesse dono ou ligasse para questões materiais como a posse.
Como o Estado, as religiões estão falidas no real sentido dos objetivos para que foram criadas; só nos resta orar muito para que essa confusão nos templos de culto ao Criador seja estirpada , ou então, logo logo teremos uma avalanche de pessoas desgarradas de sua fé em D'us, e aí, salve-se quem puder, a coisa vai ficar muito pior do que já está; a história poderá se repetir e novas Sodomas e Gomorras surgirão. Finis coronat opus (o fim coroa a obra)...