Sociologia da Educação

Por Pedro José Ferreira Aragão | 22/08/2016 | Filosofia

PEDRO JOSÉ FERREIRA ARAGÃO

INTRODUÇÂO

Sociologia é uma ciência que tem como proposta pensar sobre o homem e a sua interação, produzir conhecimento para pensar o processo social e como funciona esse processo social, Essa construção da sociedade. Sociedade que se faz o tempo todo, que se modifica sem parar.

Existem várias teorias que são utilizadas para tornar a sociedade melhor. De que forma como educadores podemos contribuir para educação, a educação está dentro da sociedade como um todo. Para que vão servir as teorias? Como essas teorias nos ajudariam, os teóricos servirão para dar embasamento, para pensar na realidade atual, como responder certos problemas que estão acontecendo.

A proposta da Sociologia da educação é a interação, a troca. A teoria não serve de nada sendo apenas teoria, ela vai deixar de ser teoria quando nós implementar ela na nossa prática que é construída o tempo todo, no cotidiano, a partir da ação de cada um ser humano, na prática pedagógica, No convívio social, tudo isso e construído e reconstruído o tempo todo.

Portanto, a sociologia nasce enquanto ciência como uma tentativa de explicar as mudanças sociais, num momento de grandes mudanças sociais, marcado pela Revolução Industrial, Revolução Francesa e a Formação dos Estados Nacionais, a chamada Modernidade.

A Sociologia da educação é uma ciência produtora de conhecimentos específicos que levam a discussão da democratização e do papel do ensino, promovendo uma reflexão sobre a sociedade e seus problemas relacionados à educação. Seu papel é investigar a escola enquanto instituição social, analisando os processos sociais envolvidos, todas as mudanças ocorridas em nossa sociedade, trouxeram mudanças para a educação.  

As teorias sociológicas fornecem alguns conceitos que servirão de embasamento teórico também para a sociologia da educação. [...] sociologia é uma disciplina potencialmente humanista porquanto pode aumentar a área de escolha que os homens têm sobre suas ações.

Os primeiros grandes sociólogos entenderam a educação como um caminho para propiciar o pleno desenvolvimento da personalidade, das aptidões e das potencialidades, tendo como fim último o exercício pleno da cidadania. De acordo com Tedesco educação é mais do que apenas a transmissão de conhecimentos e a aquisição de competências valorizadas no mercado. Em suma, introduz as pessoas numa ordem moral. Por isso mesmo, também deve dar conta das transformações que experimenta o contexto cultural imediato em que se desenvolvem as tarefas formativas, ou seja, o contexto de sentidos e significados que permite que os sistemas educacionais funcionem como meio de transmissão e integração culturais.

De acordo com Lakatos  a sociologia da educação “examina o campo, a estrutura e o funcionamento da escola como instituição social e analisa os processos sociológicos envolvidos na instituição educacional”.

Foi Auguste Comte (1798-1857) quem deu o primeiro passo e a quem é atribuído o uso, pela primeira vez, da palavra sociologia. É dele também a preocupação de dotar a sociologia de um método. Comte priorizou a noção de consenso, que se apoiaria em idéias e crenças comuns, se não a todos, ao menos à maioria da sociedade, e na supremacia do todo sobre as partes.

AS TEORIAS SOCIOLÓGICAS E A EDUCAÇÃO

Para Gramsci, por exemplo, a cultura seria o espaço no qual se travaria a luta de classes e, portanto, seria por meio de uma revolução cultural que se poderia mudar a estrutura da sociedade.  Destaca, então, o papel fundamental que a escola e os intelectuais exerceriam nesse processo, estratégias para que o sucesso pudesse ser alcançado.  Essa escola, que chamou de única  (e unitária do ponto de vista do conhecimento) seria freqüentada tanto por operários quanto por intelectuais, todos recebendo uma formação profissional e a cultura clássica. Esse processo resultaria na formação do intelectual orgânico, comprometido com sua classe social e com um saber (erudito e técnico-profissional). Acreditava que somente dessa maneira  não se teria  mais a separação entre trabalho intelectual e trabalho material, possibilitando que esse intelectual fosse promotor da mobilização política que levaria à revolução cultural que, por sua vez, transformaria a sociedade.

Já Althusser identificava-se bastante com o marxismo, sendo, portanto, crítico do capitalismo e engajado com as questões do seu tempo e do seu país, especialmente o maio de 19684. Concorda, mas vai além de Marx ao discutir o conflito e fazer uma conexão entre a educação e o que chamou de aparelhos ideológicos de Estado, certos dispositivos que quando acionados tendem a manter as classes dominantes no poder. As instituições escolares seriam um desses aparelhos e funcionariam como aparelhos de reprodução e alienação, meios através dos quais o Estado exerceria o controle da sociedade, sem utilizar a violência e/ou a repressão, gerando e mantendo a reprodução social e submetendo o indivíduo à ideologia dessa classe dominante. A escola seria, então, o aparelho ideológico mais expressivo, até em função do tempo em que permanece “exposto” à sua influência. Quando esse processo não atinge seu objetivo, isto é, controlar os indivíduos, “modelando-os” para a vida em sociedade, entraria em ação.  Um dos aparelhos repressivos do Estado é a polícia, feita, entre outras coisas, para conter qualquer manifestação de descontentamento e/ou resistência ao sistema.

No Brasil, a educação não está deslocada de seu contexto social, dai podemos ver como se deu a institucionalização da disciplina (que foi dentro do processo do positivismo), como passou a fazer parte do currículo e por quê? Em primeiro lugar aparecem os problemas educacionais, procurando soluções.

No início do século XX se inicia a caminhada da disciplina dentro das instituições educacionais, mas alguns problemas continuam até hoje, mas foram tratados desde o início, e de varias maneiras conforme o contexto histórico.

O positivismo de Comte encara todos os fatos como coisas, passíveis de serem analisados. A sociologia enquanto disciplina vai aparecer num contexto de inquietação social. Dentro das transformações que a sociedade passa são momentos de mudanças sociais que o mundo do trabalho vai acontecer.

 A uma distancia entre sociólogo e educadores, porque não é objeto dos sociólogos a educação, não buscava esse tema como objeto de estudo.

Na década de 50 e 60 momentos de industrialização, as grandes cidades sofrem transformações. 

Nessa mesma década já se tem uma bagagem, mas nada voltado para os problemas da educação, tudo dentro da idéia de que o Brasil tinha de evoluir, se desenvolver.

 A formação dos primeiros sociólogos dos anos de 1950 e 1960 vai ser muito importante, mas vai discutir muito pouco sobre temas como; repetência, evasão escolar. Nesse período vão ser discutidas as diferenças regionais, o Brasil tinha muitas particularidades conforme as regiões, e isso tinha de ser resolvido. Com isso surgem as superintendências regionais( Sudan, Sudene, Sudeco), que tinha a idéia de planejamento ( investigar regiões)

Educação e desenvolvimento caminham juntos principalmente a partir de 1960. A educação agora é vista como um tema e não mais como objeto. Os primeiros sociólogos dessa época vão pensar educação como algo que seja acesso a toda educação, como facilitar o acesso a educação. O tema que não fugiu  da educação era o analfabetismo, pois a preocupação principal ainda era muito pautado na economia.

Surge o Mobral, momento em que os militares na década de 64 tentam resolver esses problemas, mas o objetivo era apenas pra ensinar a ler e escrever, não tinha interesse de preparar o cidadão era apenas para instrumento para trabalho.

Uma nova preocupação do processo educativo só vai surgir na década de 70, vão começar a fazer relação entre nível de renda e reprovação escolar, ou seja, alguma coisa esta errada e não é o aluno, isso é revolucionário dentro da sociologia da educação.

Assim o tema evasão escolar, etc., vão passar a ser um tema efetivo, e vai dentro dessa perspectiva, vai dar um novo tratamento nesse questionamento. Sociólogos vão ter preocupação com a democratização do estudo.

Dois franceses Bourdieu e Althusse tiveram a idéia de que a educação é um espelho da sociedade, se a sociedade é uma forma de inclusão a educação será também. Naquele momento era inquietante pensar em educação dessa maneira. É um contexto que vai se transformando devagar até chegar em 1985- momento importante, período de abertura política, processo de redemocratização do pais. A sociologia adquire corpo, não aceitar mais que a evasão escolar não  fosse tema que devessem ser tratados pelos governantes, etc.

  No Brasil, segundo alguns estudiosos como Gilberto Freyre, há a predominância da família patriarcal, desde o Brasil-Colônia, no Império e até a atualidade. Mas há estudiosos que discordam, dizendo que, particularmente São Paulo, assim como em outras regiões do Brasil (como a região Sul), havia muito mais famílias nos moldes da “família nuclear”.

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