Sociedade Falsa

Por Claultyon Andrey Farias | 09/10/2010 | Filosofia

Quantas vezes você já ouviu e repetiu o ditado "errar é humano"? Experimente errar! Seja corajoso e erre! Não aquele erro com pedido de desculpas no verso do disco. Mas erro de cabeça erguida e peito estufado. Erro de quem tem certeza. E talvez tenha mesmo...
O ditado existe e é bonito... no papel. No dia-a-dia, na relação pessoal, profissional, religiosa, amorosa, quem erra é crucificado. Por isso, usa o bordão: quer se justificar; e quem ouve sabe que é apenas uma desculpa. Quer dizer, existe consciência do erro, mas não aceitação. Existe um desejo inconsciente de complacência, mas não de condescendência.
Quase todos formam opinião a respeito das pessoas baseados, muitas vezes, num único ato. Criam um paradigma e passam a julgá-la em razão desse fato isolado. E como os paradigmas tendem a se generalizar, estenderão esse conceito a todas as pessoas da área, setor, profissão, departamento etc.
Se foi a um Posto de Saúde, e o funcionário responsável não estava na sala ou atendeu mal, já sabe. A partir desse fato, cada vez que alguém falar em funcionário publico, o estigma de sua visita ao posto vir-lhe-á a mente e terá uma opinião formada a respeito dos serviços ali prestados.
Idêntico raciocínio pode ser estendido à historia e à política. Um fato isolado pode rotular o conceito de alguém para sempre. Lembra do ex-presidente Collor que ousou bater no corrupto Parlamento e foi deposto pela sua arrogância. Que imagem ficou dele para a história?
Richard Nixon, do que lembra? Caso Watergate. O que ele fez como presidente dos EUA, poucos sabem, mas todos conhecem o escândalo que o tirou do poder. O que você sabe sobre Bill Clinton, além do caso da secretaria Mônica?
Outro exemplo histórico foi Adolf Hitler. Quando assumiu a chancelaria da Alemanha, encontrou um país soterrado nas ruínas da Primeira Guerra. A inflação havia reduzido o Marco a papel de embrulho, a auto-estima no ralo, e as industrias, escolas, estradas, casas, cidades e agricultura simplesmente inexistiam. Em poucos anos, o Führer transformou a Alemanha na maior potência militar do Planeta, recuperou a economia, reconstruiu o país e fez a Educação um modelo para o mundo. Todavia, a História o colocou na galeria dos criminosos. É e será conhecido pelo holocausto dos judeus.
Hitler foi condenado por ter tentado estender seus domínios sobre o mundo. Napoleão Bonaparte fez a mesma coisa, mas foi considerado herói. Os EUA despejaram duas bombas atômicas sobre o Japão, mas são catalogados como defensores da humanidade.
Porque alguns são crucificados e outros endeusados se fizeram a mesma coisa? Porque a História é contada pelos vencedores e sempre será injusta com os derrotados. Se trocasse o resultado, bandido viraria mocinho e vice e versa.
É curioso como todo aquele que fala do outro, não fala do outro, mas de si mesmo. Por isso, a melhor maneira de conhecer alguém é ouvindo o que ele diz dos outros