Sociedade de Consumo e a Pobreza
Por Wanderson Boareto | 19/01/2015 | SociedadeSociedade de Consumo e a Pobreza
Wanderson Vitor Boareto
O capitalismo mostra sua capacidade de transformação através do tempo e espaço. A exploração do trabalhador ainda é real em nossa atualidade. Homens e mulheres enfrentam longas jornadas de trabalho e baixos salários. As 44 horas semanais são uma ilusão. As férias são um discurso dando ênfase ao ócio, estimulando ainda mais o consumismo, e o sofrimento das classes mais baixas que gastam muito em tão pouco tempo. A chamada melhor distribuição de renda, é um sonho infantil; visto que a segurança não existe, a educação está falida e a saúde não atende as necessidades básicas dos trabalhadores, esses são termômetros de uma sociedade em declínio.
Existem várias políticas públicas que tentam amenizar esta realidade, mas o sistema do capital é feroz! Cria a necessidade do consumo, e relaciona o consumo a felicidade. Estimula a competitividade, mesmo sem condições de igualdade. O pior é que a maioria das pessoas acredita que a vida esta melhorando.
A realidade é outra... as famílias têm acesso a linhas de credito, à obtenção de produtos e serviço que até então pertenciam a uma minoria. Mas existe um contraditório, a maior parte dos produtos e serviços utilizados pelas camadas populares é desnecessária em sua aplicabilidade. Para se entender melhor esta afirmação, vou dar um exemplo simples: uma funcionária com o cargo de auxiliar de limpeza, que tem o salário básico de R$780,00 reais, em uma conversa disse que fez um contrato com uma determinada operadora de celular para ter acesso a internet, no valor de R$90,00 reais. Ela comprometeu mais de 10% do seu salário, em um serviço que ela provavelmente pouco utilizará, pois na sua maioria são pessoas semi-analfabetas e não dominam por completo a tecnologia e muito menos interpretam o manual de instruções. Sua justificativa foi: “Todo mundo tem por que eu não posso ter”.
Isso mostra que o acesso a linha de crédito não é a solução. O consumo é ilusório, mas é um mecanismo de manutenção do sistema do capital. As pessoas estão cada dia mais endividadas. Não existe no Brasil uma política séria a respeito de uma melhor distribuição de renda e de uma formação humana para o uso desta renda dentro das necessidades básicas de sobrevivência. Existe sim, um processo perverso de adestramento social e acadêmico para manter o sistema onde quem pode manda é quem tem juízo obedece.