Sobre Vlad Tepes Dracul

Por Leôncio de Aguiar Vasconcellos Filho | 29/01/2025 | História

Os atuais movimentos geopolíticos nos dão, quase sempre, a falsa sensação de que os governantes da contemporaneidade agem numa espécie de “guerra limpa” nos seus atos de ordenança a violências.

Obviamente, discordo de tal visão: a tortura, como método de combate, infelizmente existe. O que as pessoas não se apercebem é que ela nos remete à Pré-História, passando pela Antiguidade e atingindo um de seus ápices durante a Alta Idade Média. Um dos que torturavam não somente como tática de combate, mas pelo prazer pessoal, era Vlad Tepes Dracul.

Príncipe da Valáquia (região hoje pertencente à Romênia), Vlad caiu e retornou várias vezes ao trono, em razão da instabilidade politica ali então persistente. Mas não importa, eis que, revestido do Poder Absolutista ou fora dele, Vlad não se deixava recorrer ao mais macabro sadismo.

Um dos principais métodos de tortura, por seus capachos empregados durante os períodos de tirania, era o empalamento. Vlad comia ao, simultaneamente, assistir muitas das terríveis mortes materializadas  sob suas ordens, com a inserção de lanças em lentos movimentos, até saírem pelas bocas das vítimas. Daí a alcunha do líder, “Vlad, o Empalador”.

Mas não podemos dizer que Vlad era um psicopata, pois estes possuem distorções químicas cerebrais, que o fazem incapazes de qualquer empatia pelo sofrimento alheio. Isso porque o “Empalador” constantemente recorria à religião, num refúgio perante Deus, a fim de expiar suas faltas. Em dia com suas confissões, retornava ao mesmo comportamento de sempre, sob o manto do perdão eterno. Nada mais era que um típico criminoso, ainda que para os padrões medievais.

Na atualidade, existem muitos “Vlads” nos cargos de liderança, embora pareçam limpos no usar de vestimentas, a fim de parecerem menos porcos. O que muda são os idiomas e seus polos geográficos de domínio, bem como a complacência da perversa mídia, de subentender uma suposta “limpeza” aos atos estatais (vide, meus amigos, o infame termo “limpeza étnica”).