Sobre textos e contextos
Por Edson Terto da Silva | 30/07/2010 | FilosofiaEdson Silva
Quem tem paciência de nos honrar com a leitura de nossos textos, deve lembrar que recentemente fizemos discussão filosófica sobre a importância de cada letra, pingo ou acento para comunicar corretamente alguma coisa. Ninguém é perfeito, todos somos sujeitos aos equívocos e, dependendo da situação, eles podem até comprometer o que poderia ser um bom trabalho.
Pois bem, se já falamos sobre pingos e letras, desta vez eu e alguns amigos filosofamos sobre textos e contextos, sem que ninguém quisesse ser dono da verdade absoluta, mesmo porque quem garante que ela existe? Da outra vez (e pode ser consultado no site webartigosos.com) falamos da falta de uma simples letra, de um acento ou colocar uma letra a mais pode mudar nomes e até situações.
Desta vez, após a segunda rodada de guaraná light sem gelo, entramos na questão e as palavras iguais ao serem usadas num texto, elas podem provocar confusão? Houve murmurinho de disse me disse, uns acharam que não, outros que sim, alguns nem um nem outro, pelo contrário e vice e versa, além do famoso: "veja bem" Por fim, não me lembro mais qual dos amigos falou: "Lógico que a mesma palavra altera a comunicação, trata-se de contexto"
Logo surgiu umas palavras como exemplos em situações comuns. "Fulano levará a namorada domingo ao zoológico para dar comida aos macacos..." Antes de alguém gritar toca Raul, outro já emendou: "Fulano não levou a namorada domingo ao zoológico para dar comida aos macacos, pois o pneu do carro furou e o macaco não estava no porta-malas" Distraído, outro emenda : "Se o cara tivesse macaco no porta-malas do carro não ia levar a namorada ao zoológico para dar comida aos macacos...dheeerrrrrrrr"
Outro, que tinha tomado dose tripla de guaraná, sugere mudar de bicho e começa falar de zebra. "Dia destes, eu ia levar uma mina para ver zebras no zoológico, mas deu zebra", disse ele antes de chamar o garçom outra vez. Eu e quase todos na mesa ficamos com cara de "ué?!" e ele completou: "A mina tinha namorado e não pode ir". Então respondemos em coro: "Ah, bom entendi!"
Pra terminar a noite, lembramos do recado útil a qualquer homem público que não seja o Odorico Paraguaçu de O Bem Amado. Mesmo que a obra inaugurada seja importante e vai resolver os principais problemas da comunidade jamais diga: "O que abunda não acaba". Vai que tem um namorado ciumento e sem estudo por perto. Ele pode pensar que estão cantando a mina dele, que de uma hora para outra vive querendo ir ver zebras no zoológico, não é?
Edson Silva, 48 anos, jornalista, Campinas
edsonsilvajornalista@yahoo.com.br