Sobre o Processo de Transformação da Prática Pedagógica

Por Antonio Marcos Foureaux costa | 17/11/2014 | Resumos

Resenha Crítica – A fim de consubstanciarmos, os enfronhamentos que serão aqui delineados, apresentamos a epígrafe proposta por Vasconcelos: “É lição sabida que o novo não se constrói e nem surge por passe de mágica. O novo nasce do arcaico, mas não repete o arcaico. O novo cria outros paradigmas, mas preserva do arcaico (,)valores e práticas indispensáveis à construção da ponte para o futuro. A transição do velhopara o novo é um processo. Em uma determinada hora, os dois convivem lado a lado. Como numa corrida de bastão. Até que é chegado o momento em que o novo ganha velocidade e ocupa o palco da História e deste se retira o arcaico para desempenhar as funções de referência, de arquivo, de memória, de cultura. Esta concepção do processo histórico é uma norma que é visível até mesmo nos tensos momentos de ruptura” (GOES, 1997 apud: opcit). Ao refletirmos sobre o anteriormente apresentado, é possível compreendermos como a prática docente tem sido impelida a mudar – el câmbio de la prática docente. As mudanças descritas pela litratura acadêmica, a respeito da regência em cursos de ensino superior,afasta a ideia de que as mudanças esperadas não serão alcançadas sem que haja uma compreensão do que essas mudanças representam. Significar a prática. Haja vista que,frente a eminência de novos paradígmas, eclode, também, uma necessidade, ainda maior, de que sejam elaboradas experências práticas, capazes de averiguar a eficácia ou não, desses paradígmas hodiernos. Assim, Verificar a efetiva aplicabilidade de novas formas de ensejar a prática pedagógica, exige que possamos dar detida atenção à aprendizagem. E, mais, como ela se dá? Que fatores contribuíriam, de fato, para a promoção dos discentes assistidos pelos docentes? Pensemos um pouco sobre esse termo: assistir. Este verbo, em sentido estrictu, e em função do contexto em que é empregado,não prevê o imobílismo ou a passividade docente. Muito pelo contrário, assistir pode encontrar correspondência em outro termo, verbo: mediar. A mediação delimita a aquisição de um conjunto de atitudes para o desenvolvimento – desarollo – de posturas cógnitivas, psicoafetivas, didáticas e metodológicas capazes de não só otimizar, mas de permitir que os alunos possam atribuir sentido, ao que lhe fôra apresentado, como objeto de estudo. Frente aos significados propostos, deve nascer à apropriação e, uma posterior contribuição significativa por parte dos estudantes. Diante dessa nova compreensão da prática docente, analisemos alguns pontos que foram demandados pela epígrafe: “... O novo nasce do arcaico, mas não o repete o arcaico...”( opcit). Ponderado, Goes delineia o nascedouro de todo novo: do antigo. Sua concepção ressalta a importância em não nos desvencilharmos da base sólida, apregoada pelo passado. Muito embora, venha o novo. Também, é possível detectarmos, numa perspectiva inovadora da prática:a presença do professor está implícita na ideia de antigo, na ideia de experiência, de vivência, de saber acurado. E uma capaz de orientar seu seguidor nos caminhos para o alcance deuma postura também, sábia. Todavia, como realizar esta tarefa sem definir essa prática a partir de processos criticizadores? No tocante a este questionamento, ganha sentido a expressão: “... superação dialética é simultâneamente a negação de uma determinada realidade, a conservação de algo essencial que existe nesta realidade negada e a elevação dela a um nível superior “( KONDER, 1981 apud: opcit). Com base nessa plataforma ideológica, é mister destacar a soma de ações vistas como distintas e, em oposição uma a outra. Em verdade, não há apenas uma opisição, com vistas a uma pejoração emocional daquilo que tende a ser negado ou ampliado, suplantado. Fato é que, busca-se “nesta realidade negada” é “ a elevação dela a um nível superior”. Nesse sentido, o novo ressiginifica o antigo. E para tanto, a atribuição de novos sentidos aos antigos significados passa a ser requisito. Afastando sua radical negação, posição assumida, em virtude de uma interpretação apressada e não dialética da prática docente a ser postergada, mas em apectoscoerentes para esta postergação. Frente às reflexões aqui desenhadas também é corretolevarmos em consideração: as novas formas de encarar a prática docente são, fundalmentalmente, propositoras de uma nova espistemologia. Subjacente às novas formas de educar. Pois, não é mais aceitável, academicamente falando, que antigos pressupostos reiteradores do privilégio dos bem nascidos, sua dotação de um espírito virtuoso, o dógma da tradição dentre outros ainda ganhem espaço. Isto porque, o maniqueísmo não oferece modelos capazes de direcionar a compreensão dos fenômenos que envolvem a aprendizagem desde o século XX, quando da emergência das ciências sociais. Tem sido recorrente entre os pesquisadores o estudo de como quadros paradoxais é transposto, por meio da resiliência de educandos obstinados. Os estudos dos efeitos dessas obstinações e resiliências propulsoras do sucesso e da inclusão acadêmica. Tem demonstrado o quanto o dualismo e a bipolaridade refletiam na dicotomia que embasava a ideia de lugares para poucos nas Faculdades e Universidades. Visto que, os indivíduos estudantes, cativos do imobilismo, e da passividade. Eram vítimas do amordaçamento de sua criticidade. O silenciamento de suas subjetividades como pensadores. Tal realidade explica porque temos tantos registros de trangressão da ordem para que sobreviesse o novo, de outras épocas, se pese Galileu Galilei. Contemporaneamente, há uma ugência para que este debate, sobre a importância da prática docente. Sua compreenção, atravésdos processos que possibilitam e/ou, tem possibilitado uma transformação pedagógica. Seja fruto de estudos a fim de que, seu amplo entendimento possa situar a difusão de diferentes posturas que ensejam o uma ótica dialética de aprendizagem e, por sua vez, de ensino. Desta maneira, gradativamente, essas mudanças decantarão, nos projetando para outros hávidos processos, contínuos,de reinvenção da docência. Por fim, equilibradamente, possamos encontrar um lugar de fato e de direito para o Novo e o Velho. Mediante uma prática que respeita os processos históricos que os significaram. Enquanto faces análogas às ideias de promoção do conhecimento e dos indivíduos que o produzem possam adquirir significado e sentido. Ainda que, por enquanto convivamos com uma auto-inlcusão ou uma inclusão nos moldes que podemos, hoje, propciar. Referências: VASCONCELOS, Celso dos Santos. Para onde vai o professor? Resgate do professor como sujeito de transformação. Cap. VII. 10. Ed. São Paulo. Libertad, 2003.