SÓ COM O TEMPO
Por JUNIA PIRES FALCAO | 19/11/2012 | PoesiasO tempo me ensinou, eu era ainda tão moço...
Coisas que eu jamais imaginava
Um dia viesse a aprender.
E tampouco pudesse viver.
Do amor, imaginava, eu muito receberia
E pouco teria que dar. Com a morte
Eu não contava. Sendo ainda tão jovem,
A ela eu não interessava.
A sorte faz o destino. Assim eu pensava.
Nela sim, eu acreditava. Se era destino,
Pra que me preocupar?
E a vida continuava.
Amigos? Com eles sim, eu contava.
Eram sinceros, disso eu tinha certeza.
Por isso quebrei a cara. Não a deles;
Quebrei a minha.
Passada a mocidade, chegada a velhice,
Pra mim - oh! que feliz idade!
Aprendi que o amor não será tudo,
Se tudo você não der.
A morte prefere a todos e chega sem avisar.
A sorte é de quem a tem. Mas quem?
Entre todos os amigos, poucos são os amigos.
Amor eu só tive um. Filhos, meu amor me deu muitos.
Amigos, fiz alguns. E aos filhos dos meus filhos,
Ensino que o tempo, é sempre o melhor professor.
Autora: Junia Pires
2012