SÍNDROMES HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO
Por Maryell Alexsandro da Cruz da Conceição | 14/06/2010 | SaúdeHypertension during pregnancy : NURSING CARE ? A REVIEW OF LITERATURE.
La hypertensión durante el embarazo : Cuidados de Enfermería ? UMA REVISIÓN DE LA LITERATURA.
Lívia Lima Barreiros ¹ - (likabarreiros@hotmail.com); Maryell Alexsandro da Cruz da Conceição ¹ - (maryellconceicao@hotmail.com); Taline de Souza Filgueiras ¹ ? (tal_filgueiras@hotmail.com); Wescley Moitinho Cardoso¹? (wescley_t@hotmail.com); Maria Madalena de Souza Matos Torres ²?( madalena@fasb.edu.br).
¹ Acadêmico (as) da graduação do 6º semestre de Enfermagem da Faculdade são Francisco de Barreiras ?FASB, Barreiras - (BA).
² Orientadora, enfermeira docente do curso de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras ? FASB, Barreiras ? BA. Especialista em saúde coletiva (ISC / UFBA) e auditoria de sistemas de saúde (Faculdade Estácio de Sá / RJ).
___________________________________________________________
RESUMO
O objetivo do estudo foi identificar uma estratégia que aborde os cuidados de enfermagem referentes às síndromes hipertensivas específicas da gestação. O procedimento metodológico envolve uma pesquisa de revisão bibliográfica, utilizando-se de referências disponíveis na biblioteca da Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB), além de artigos científicos disponíveis em bancos de dados na internet. Tivemos o intuito de provocarmos a reflexão da atuação do enfermeiro na assistência prestada à gestante de alto-risco.
PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão arterial, Síndromes Hipertensivas Específicas da Gestação, Fisiopatologia, Epidemiologia, Cuidados de Enfermagem.
___________________________________________________________
ABSTRACT
The study was to identify a strategy that addresses the nursing care related to specific hypertensive disorders of pregnancy. The methodological approach involves a literature search, using the references available in the library of San Francisco School of barriers (FASB), and scientific articles available in databases on the Internet. We had the intention to cause the reflection of the nurse within the FHP Program (Family Health), the care provided to pregnant women in high-risk.
KEY WORDS: Hypertension, Acute toxemia, Pathophysiology, Epidemiology, Nursing.
___________________________________________________________
RESUMEN
El estudio fue identificar una estrategia que aborda los cuidados de enfermería específicos relacionados con los trastornos hipertensivos del embarazo. El enfoque metodológico implica una búsqueda bibliográfica, utilizando las referencias disponibles en la biblioteca de San Francisco, la Escuela de las barreras (FASB), y artículos científicos disponibles en bases de datos en Internet. Teníamos la intención de provocar la reflexión de la enfermera en el Programa de PSF (Salud Familiar), la atención prestada a las mujeres embarazadas de alto riesgo.
PALABRAS CLAVE: Hipertensión arterial, la toxemia aguda, fisiopatología, epidemiología, enfermería.
___________________________________________________________
1 INTRODUÇÃO
As síndromes hipertensivas afetam o desenvolvimento da gestação, elevando os índices de interrupção e de mortalidade perinatal em função do inadequado desenvolvimento intra-uterino do concepto. A elevação da pressão arterial em gestante é sinal de alerta para complicações de binômio materno-fetal, podendo colocar em risco a vida de ambos, (ABREU, 2005).
É uma síndrome caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados associados a alterações metabólicas, hormonais e a fenômenos tróficos (hipertrofia cardíaca e vascular), (Sociedade Brasileira de Hipertensão, 2006).
A hipertensão é uma doença que atinge grande parte da população, inclusive gestantes. Pode também ser conhecida como síndrome hipertensiva na gestação, também conhecidas como eclampsia, hipertensão gestacional, pré-eclampsia, síndrome HELLP, (PASTORE; VINADÉ, 2007).
Hipertensão arterial, infecção e hemorragia não estão mais entre as principais causas de morte materna nos países desenvolvidos, porém continuam em destaque nos países em desenvolvimento, como o Brasil, onde a hipertensão arterial é a causa de morte materna mais freqüente, (PASTORE; VINADÉ, 2007).
Presente em 5 a 10 % das gestantes, a hipertensão arterial é a mais comum das doenças, sendo responsável pelo maior índice de morbidade e mortalidade materna e peri-natal, principalmente nos grandes centros urbanos do Brasil. É a principal causa de mortalidade materna, chegando a 35% dos óbitos decorrentes de eclampsia, hemorragia cerebral, edema agudo dos pulmões, insuficiência renal e coagulopatias, (FUSTINONI, 2006).
Este artigo faz um levantamento teórico sobre síndromes da hipertensão gestacional tendo como base literaturas atualizadas e fidedignas. O objetivo do presente trabalho é fazer um alertar aos profissionais de saúde sobre a importância de um pré-natal minucioso, para prevenir síndromes hipertensivas, e até mesmo para um diagnostico precoce, podendo assim fazer um tratamento adequado, evitando conseqüências mais graves para o binômio materno-fetal.
2 METODOLOGIA
O presente trabalho foi de natureza exploratória, onde foi feita revisão literária onde buscamos fazer o levantamento sobre "as síndromes hipertensivas gestacionais e os cuidados de enfermagem".
Handen et al. (2008, p. 93), entende que, trata-se de uma pesquisa exploratória geralmente proporciona maior familiaridade com o problema, ou seja, têm o intuito de torná-lo mais explicativo mais explícito. Seu principal objetivo é o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Embora o planejamento da pesquisa exploratória seja bastante flexível, na maioria dos casos pode assumir a forma de pesquisa bibliográfica ou estudo de caso.
A pesquisa estudo teve como base artigos e livros de autores atualizados e bem conceituados. Os artigos foram selecionados através de uma busca no site de artigos científicos, foi utilizada como palavras chaves de busca, "cuidados de enfermagem na hipertensão gestacional", "hipertensão gestacional", "pré eclampsia", "eclampsia", "síndrome de HELLP".
Após a leitura de todos os textos, enfatizamos o que o profissional de enfermagem deve priorizar durante uma assistência a uma gestante com hipertensão arterial. Onde organizamos um desenvolvimento coerente e lógico, para que com isso possamos alcançar os nossos objetivos no qual é habilitar o enfermeiro a oferecer uma assistência de qualidade diminuindo assim o índice de morbimortalidade ao binômio materno-fetal.
3 REFERÊNCIAL TEÓRICO
A gravidez é um período de profundas modificações no corpo feminino, envolvendo todos os sistemas, que se alteram fisiologicamente à nova condição. Tem seu início na primeira semana e se prolonga até o final da gravidez, quando, após o parto, começa o processo de regressão, ou seja, o retorno às condições anteriores. O processo de regressão tem uma duração aproximadamente 6 semanas, exceto no que diz respeito à amamentação, que só voltam após o período amamentação. As modificações emocionais e psicológicas da mulher durante a gravidez são intensas e podem variar conforme alguns: planejamento anterior da gravidez, relações familiares, quantidade de filhos, entre outros, (FRANZA et al , 2008).
Acredita-se que as alterações fisiológicas são deflagradas por hormônios da unidade feto placentária. As modificações maternas ocorrem conforme o desenvolvimento fetal, (FRANZA et al , 2008).
Segundo Fustinoni (2006), a hipertensão arterial na gestação é definida quando a pressão arterial sistólica/diastólica iguais ou superiores a 140 x 90 mmHg, ou então, com elevação de 30 mmHg na pressão sistólica ou 15 mmHg na diastólica, em relação ao menor valor registrado no segundo trimestre da gestação. Acrescenta, afirmando que a hipertensão é conseqüência da gravidez, comumente aparecendo após a vigésima semana gestacional, e desaparecendo próximo a sexta semana pós-parto.
Conforme Montenegro & Filho (2008), a toxemia gravídica são responsáveis por 70% das desordens hipertensivas na gestação, enquanto que a hipertensão crônica é responsável por 30% dos casos.
Com base neste índice, classificaremos neste presente trabalho as síndromes hipertensivas na gestação em dois grupos: Toxemia (Pré-Eclampsia, Eclampsia, Síndrome de HELLP); Hipertensão Crônica.
3.1 TOXEMIA
Toxemia é a hipertensão induzida pela gravidez. Ocorre na última metade da gestação e se caracteriza por hipertensão, edema e proteinúria (presença de proteína na urina). A etiologia ainda permanece desconhecida, porém, existe um grupo de risco como: idade da mãe (precoce ou avançada), nuliparidade, gestações múltiplas, diabetes e hipertensão, (FRANZA et al , 2008).
A toxemia pode ser prevenida com um correto acompanhamento no pré-natal, assiduidade nas consultas, reconhecimento e tratamento dos sinais precoces de doença por parte do pessoal de saúde, (FRANZA et al , 2008).
3.1.1 Pré-Eclâmpsia
É conhecida também como doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) ou moléstia hipertensiva da gravidez (MHEG). É o desenvolvimento de hipertensão arterial com proteinúria significante e/ou edema de mãos e face. Ocorre após a vigésima semana de gravidez. A pré-eclâmpsia está relacionada também ao aparecimento de hipertensão arterial acompanhada de proteinúria em gestação acima de vinte semanas, podendo haver ou não edema. Antes desse período, pode surgir acompanhando a doença trofoblástica gestacional. Acredita-se que o edema é um achado tão comum em gestantes que sua presença ou ausência não deve impedir o diagnóstico de pré-eclâmpsia, (FUSTINONI, 2006).
Cerca de 4% das gestantes apresentam um aumento rápido da pressão arterial, juntamente com grande perda de proteína pela urina, normalmente nos últimos quatro meses da gestação, a pré-eclampsia se caracteriza pela retenção de água e sal pelos rins, ganho de peso e desenvolvimento de edema. Contudo, ocorre espasmo arterial em muitas partes do corpo da mãe, mais significativamente nos rins, no cérebro e no fígado. Os efeitos renais são causados, ao menos em parte, por tufos glomerulares espessados, contendo um depósito protéico nas membranas basais (GUYTON & HALL, 2008). Podemos classificar a pré-eclampsia em dois grupos de acordo com sua manifestação clínica, pré-eclampsia leve e pré-eclampsia grave (TABELA 1).
TABELA 1
Classificação da Pré-Eclampsia
Pré-Eclampsia Leve Pré-Eclampsia Grave
Pressão sanguínea ≥ 140/90 (2 ocasiões espaçadas de 6h)
Proteinúria ≥ 300mg/24 h
ou
≥ 1 + (2 amostras espaçadas de 6 h) Pressão sanguínea ≥ 160/110 (2 ocasiões espaçadas de 6h)
Proteinúria ≥ 5g/24 h
ou
≥ 3+ (2amostras espaçadas de 6 h)
Oliguria
Trombocitopenia . Acessado em: 15 de Outubro de 2009.
8. PEIXOTO, Magda V.; MARTINEZ, Michelle D.; VALLE, Norma Sueli B.:Síndromes Hipertensivas na Gestação: estratégias cuidados de enfermagem. Disponível em: