Síndrome do Pânico - Como reconhecer o problema?
Por Marcelo Souza | 22/01/2009 | PsicologiaImaginem Rodrigo*, uma vida normal, estuda, trabalha na bolsa de valores de SP. Um dia estava na academia levantando pesos e sentiu uma enorme vontade de sair correndo, seu coração estava disparado e sentia falta de ar, uma angustia enorme e um grande medo de algo que nem ele mesmo sabia. Ficou desesperado, pois imaginou que iria ter um ataque Cardíaco. Correu ao hospital e nada foi encontrado nos exames, em poucos minutos Rodrigo estava bem de novo sem entender o que tinha acontecido. (* Nome fictício)
Relatos assim não são incomuns para os psicólogos e psiquiatras. Definida como Síndrome do Pânico, teve uma maior divulgação na década de 90. Por ter sido mais estudada em todos os seus aspectos, entendemos muito mais suas formas de manifestação alem de uma maior pesquisa na efetividade de tratamentos, seja medicamentoso ou Psicoterápico.
O transtorno do Pânico é diferente de outras formas de transtornos de Ansiedade existentes. Os sintomas são como uma preparação Biológica para fugir de uma ameaça iminente de perigo. Se sabe que a Síndrome do Pânico é uma ativação dos sistemas de defesa do organismo aparentemente sem nenhuma causa ( embora tenha, mas muitas vezes a pessoa não consegue entende-la ). Essas causas são Bio-psíquicas, ou seja, possuem fundo psicológico e de problemas relacionados a sinapses dos neuro-transmissores.
Se caracteriza por :
- Contração / tensão muscular, rijeza
- Palpitações / taquicardia (o coração dispara)
- Tontura, atordoamento, náusea
- Dificuldade de respirar ou respiração muito rápida ( Hiperventilação )
- Calafrios ou ondas de calor, sudorese
- Confusão, pensamento rápido
- Medo de perder o controle, fazer algo embaraçoso
- Medo de morrer
- Vertigens ou sensação de debilidade
- Terror - sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes a acontecer e de que se está impotente para evitar tal acontecimento
- Sensação de "estar sonhando" ou distorções de percepção da realidade
Existem diversos subtipos de Síndrome do Pânico, em algumas pessoas aparece a forma "pura" sem outros sintomas, mas existem pessoas que apresentam Síndrome do Pânico com Agorafobia ( Fobia de Lugares Públicos ou situações onde ficaria muito difícil de fugir caso aconteça um ataque de pânico ). Pessoas com Síndrome do Pânico com Agorafobia são aquelas que se trancam em casa. Esse subtipo é o mais comum.
O tratamento da Síndrome do Pânico sempre é realizado pelo Psicólogo e pelo psiquiatra, pois o tratamento envolve medicação. Isso é, medicação que atua diretamente nos processos de ansiedade. Porem a medicação por sí só não é eficiente, sendo necessária a atuação psicoterápica para procedimentos de enfrentamento e controle das crises.
Existem diversos estudos que mostram que a junção do tratamento Psicológico e Psiquiátrico é muito mais eficiente do que tratamentos ou só psicológicos ou só psiquiátricos. Por isso é necessária a integração dos profissionais da Saúde, sempre visando o melhor para o seu cliente.
As Psicoterapias Comportamentais e Cognitivo Comportamentais são as mais eficientes e sempre indicadas para tratamento de Transtornos de Ansiedade como a Síndrome do Pânico.
Atenção :
Se conhecerem alguem que possua comportamentos condizentes com a Síndrome do Pânico é sempre muito importante procurar um psicólogo qualificado ou um médico para averiguar a possibilidade de Pânico e começar o tratamento mais efetivo para aquela pessoa.
Síndrome do Pânico é uma doença, não é loucura e não é falta de vergonha como muito se pregou no passado. Hoje sabemos que é uma doença que causa intenso sofrimento e deve ser tratada o mais rápido possível para que a pessoa recupere sua alegria de viver sem estar sempre ansiosa e com medo de ter outro ataque.