SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA NOS ADOLESCENTES

Por Gleicy Batista | 31/05/2009 | Saúde

1Acadêmica do 7º semestre de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. Email: nana@alunos.fasb.edu.br

2Acadêmica do 7º semestre de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. Email: JBC@alunos.fasb.edu.br

3Acadêmica do 7º semestre de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. Email: juscileimartim@alunos.fasb.edu.br

4Acadêmica do 7º semestre de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. Email: kelmajuliane@alunos.fasb.edu.br

5Acadêmica do 7º semestre de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. Email: lindaura@alunos.fasb.edu.br

6Acadêmica do 3º semestre de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB.

7Acadêmico do 7º semestre de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. Email: rogerinho@alunos.fasb.edu.br

8 Enfermeira e docente do departamento de Saúde da Faculdade São Francisco de Barreiras-FASB. E-mail: Danusasb@fasb.edu.br

Segundo dados da pesquisa, nos últimos anos a síndrome da imunodeficiência adquirida vêm elevando gradativamente na vida dos adolescentes. De acordo com os critérios da organização mundial de saúde, o Brasil têm uma epidemia concentrada, com taxa de 0,6% na população de 15 a 49 anos. O que equivale em termos a 322.845 casos notificados até 09/2006. Portanto o objetivo deste estudo e identificar as medidas preventivas visando educação em saúde, refletir sobre a importância de conhecer e prevenir a SIDA. A intervenção do projeto se catalogou na necessidade de informação e conscientização junto aos adolescentes da escola Marcos Freire da cidade de Barreiras-BA. O que se torna evidente a obrigação e a necessidade da atuação na atenção e assistência exclusiva para estes adolescentes, enfatizando que os meios de conhecimentos propostos a eles devem ser mais eficazes na prevenção da AIDS.

PALAVRAS-CHAVE: HIV, Adolescentes, Epidemiologia, Brasil.

INTRODUÇÃO

Em junho de 1981, o Centro de Controle de Doenças, órgão americano equivalente aos Serviços de Laboratório de Saúde Publica do Reino Unido, relatou um inexplicável surto de cinco casos de pneumonia pelo pneumocystis carinii em Los Angeles, em homens homossexuais (PEAKMAN e VERGANI, 1999).

Para Peakman e vergani (1999) até então, esta infecção era vista tipicamente em indivíduos imunocomprometidos, mais frequentemente em pacientes transplantados, imunossuprimidos e pacientes com doenças hemolíticas malignas, submetidos à terapia citotóxica. A notícia espalhou-se por toda a América, onde os médicos começaram a referir que por mais de dois anos vinham presenciando estranhas doenças em homens jovens, apresentando infecção do Sistema Nervoso Central (SNC) pelo protozoário parasita toxoplasma gondii, graves infecções da pele por herpes, infecção disseminada com cândida albicans, assim como manifestações não relacionadas à infecção, como extrema perda de peso, febre, linfadenopatia e o aparecimento de um tumor, o sarcoma de kaposi, inicialmente relacionado a homens velhos.

No Brasil, a aids foi identificada pela primeira vez em 1982, quando o diagnóstico foi feito em sete pacientes homo ou bissexuais. Um caso foi reconhecido retrospectivamente, no estado de São Paulo, como tendo ocorrido em 1980. Nos últimos anos, vêm ocorrendo importantes mudanças no perfil epidemiológico da aids. A epidemia que, em sua primeira fase (1980 a 1986), caracterizava-se pela preponderância da transmissão em homens homo e bissexuais, de escolaridade elevada, em sua segunda fase (1987 a 1991), passou a caracterizar-se pela transmissão sanguínea, especialmente na subcategoria de usuários de drogas injetáveis (UDI), dando início nesta fase a um processo mais ou menos simultâneo de pauperização e interiorização da epidemia, ou seja, mais pessoas com baixa escolaridade e de pequenas cidades do interior estavam se infectando (BRASIL, 1999).

Portanto, (idem), finalmente, em sua terceira fase (1992 até os dias atuais), um grande aumento de casos por exposição heterossexual vem sendo observado, assumindo cada vez maior importância a introdução de casos do sexo feminino.

Para Brasil (2003), o relatório AIDS no mundo relata que a cada ano mais de 150 milhões de jovens entre 13 e 24 anos tornam-se sexualmente ativos. No Brasil, está ocorrendo um aumento contínuo de gravidez na adolescência, ao contrário da tendência de decréscimo da taxa de fecundidade das mulheres de outras faixas etárias. Ao mesmo tempo pesquisas recentes permitiram constatar que a idade da infecção pelo HIV está se tornando cada vez mais precoce.

Salienta Dória et al (s.d), que estes dois fatores revelam a ocorrência de relações sexuais desprotegidas entre adolescentes. Os jovens relatam não usar preservativos, pois pode gerar desconfiança em relação à fidelidade do casal, criando assim, uma falsa imagem de segurança, negando os riscos inerentes ao não uso do preservativo.

Segundo critérios da organização mundial de saúde, o Brasil tem uma epidemia concentrada, com taxa de 0,6% na população de 15 a 49 anos, sendo que nós temos 322.845 casos notificados até 09/2006 (BRASIL, 2008).

Em 2006, considerando dados peculiares, foram registrados 32.965 casos representando uma taxa de incidência de 19,5 casos de AIDS a cada 100 mil habitantes (BRASIL, 2008).

No argumento de Brasil (1999) a Secretaria de Políticas de Saúde, relata que a sexualidade tem grande importância no desenvolvimento e na vida psíquica das pessoas, pois independentemente da potencialidade reprodutiva relaciona-se com a busca do prazer, necessidade fundamental dos seres humanos, e principalmente dos adolescentes. Estes se encontram numa fase de explosão hormonal, de emoção, de mudança de papel e, portanto, estão muito mais suscetíveis a situações de riscos.

Segundo Brasil (2002) Apud Dória et al (s.d), para que ocorra uma prevenção e consequente diminuição dos casos de AIDS entre adolescentes, é necessário que eles sejam envolvidos em programas sociais embasados nos problemas, crenças e a realidade social de cada grupo de adolescentes, visando à educação em saúde a fim de incentivar a adoção de medidas protetoras.

Avaliação de ações educativas na escola no processo de conscientização, informação e reflexão no combate à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

Lomba e Lomba (2000), informam que atualmente os órgãos governamentais já estão desenvolvendo programas educativos, porém ainda de forma tímida comparada com a gravidade do problema. Segundo eles, os adolescentes deveriam ter nas escolas de primeiro e segundo graus aulas de educação sexual e DST/AIDS incluídas em suas matérias, pois a desinformação é a grande responsável pelo número crescente dessas doenças em nosso país.

Para a ABIA (Associação Brasileira Interdisciplinar da Aids) (1994), até que a sociedade como um todo, em todos os níveis do governo e em todos os setores da sociedade civil, assuma o ônus da orientação sexual clara e objetiva, não haverá solução para a epidemia de AIDS.

Enfatiza Paiva (1994), que um dos grandes obstáculos da ação preventiva em muitos países, inclusive no Brasil, é o fato de as políticas públicas não levarem em conta a cultura sexual das populações e sub-populações focalizadas. A média de idade da primeira relação sexual com penetração, no Brasil, estimada a partir das declarações de respondentes com faixa etária de 16 a 19 anos, é de 14 anos e quatro meses para os adolescentes e de 15 anos e dois meses para as adolescentes.

Portanto, Berquó (2000) Apud Brigido e Lúcio (2007), corroboram quando dizem que, a pobreza, a violência, a exploração sexual e a dificuldade de acesso aos cuidados com a saúde aumentam bastante a vulnerabilidade dos adolescentes ao HIV. Entre os brasileiros de 16 a 25 anos, somente 52,8% dos homens e 35,4% das mulheres declararam utilizar sistematicamente o preservativo.

Segundo as informações levantadas, surge o seguinte questionamento: De que forma as ações educativas na escola podem contribuir no processo de conscientização, informação e reflexão no combate à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida?

Desta forma, temos como objetivo geral identificar as medidas preventivas visando educação em saúde, refletir sobre a importância de conhecer e prevenir a SIDA, e como objetivos específicos informar sobre os métodos contraceptivos, enfocando os oferecidos pelo Sistema Único de Saúde, fazer comparações entre as formas de contato que propiciam contágio e as que não envolvem riscos, averiguar a participação dos profissionais de enfermagem, pais e escola na promoção de saúde, bem como possibilitar a formação de jovens multiplicadores como forma de ampliar e apresentar a temática SIDA em outros ambientes.

Sendo assim, este trabalho se fundamentou na necessidade de criar um espaço para que este assunto esteja presente em forma de informação e conscientização. Daí a importância dos estudantes de enfermagem se colocarem à disposição dessa proposta nas escolas a partir de um trabalho interdisciplinar, com atividades contínuas e que possibilitem o engajamento dos adolescentes nesse processo no sentido de reverter o alto índice de transmissão da AIDS.

A presente pesquisa teve como finalidade orientar os adolescentes do Colégio Marcos Freire da Cidade de Barreiras-Ba sobre a sexualidade, bem como sobre os riscos de transmissão do HIV/AIDS em adolescentes.

METODOLOGIA

A amostra de estudo foi extraída de 18 adolescentes que cursam o ensino fundamental na Escola Estadual Marcos Freire da Cidade de Barreiras-BA, em outubro de 2008, sendo que 55% do sexo feminino e 45% do sexo masculino, com média de idade de 16 a 18 anos.

O presente projeto foi submetido à avaliação e aprovação das instituições participantes "Escola Estadual Marcos Freire e da Faculdade São Francisco de Barreiras", através da representação do responsável pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Onde recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB, sem restrições.

Utilizamos uma abordagem metodológica por meio de palestra educativa com dinâmicas. O que proporcionou no ambiente escolar um espaço de reflexão, discussão e informação do tema, no qual os adolescentes se situaram pessoalmente, expressando suas dificuldades, resistências, dúvidas, anseios e opiniões, favorecendo a construção de um saber compartilhado.

No entanto, fizemos o uso de uma linguagem clara e objetiva, sem perder de vista o caráter científico e ao final da palestra abrimos espaço para as dúvidas e esclarecimentos.

Distribuímos materiais informativos sobre a transmissão e prevenção da AIDS, depois da palestra para que os alunos pudessem esclarecer suas dúvidas e saber onde procurar os serviços especializados.

DISCUSSÃO E RESULTADOS

Ministramos uma palestra na biblioteca da escola onde questionamos e argumentamos com 18 adolescentes com idade média de 14 a 18 anos do ensino fundamental sobre as suas experiências sexuais, atitudes em relação ao preservativo, comunicação sobre a sexualidade, conhecimento ligado à transmissão do HIV e DSTs, sentimentos em relação ao risco de infecção, e comportamentos de risco em relação a AIDS.

Enfatiza Guimarães e Novaes (1999), que ao analisar grupo de adolescentes ficam evidenciados baixos indicadores de desenvolvimento humano na educação sexual, que caracteriza adolescentes pertencentes a um grupo vulnerável a DST e AIDS, como referência as condições educativas.

Para Mann et al. (1992), a vulnerabilidade dos adolescentes a DST e AIDS, pode-se entender que se repercute no país como todo e não leva em conta a educação sexual. Provavelmente este índice de vulnerabilidade coletiva, vem em geral do fato de que a anticoncepção e o medo da AIDS não estão nas preocupações dos adolescentes. Eles estão mais preocupados com o sentir prazer, se acham indestrutíveis e aí, não se preocupam com a prevenção e acabam se expondo muito a AIDS.

A partir das respostas obtidas e a reação dos adolescentes no meio escolar citado, percebemos que os pais e o estado são os grandes responsáveis pelo aumento da AIDS, nesta faixa etária, por não dar explicações necessárias, para que os mesmo fiquem "conscientes" sobre a contaminação da AIDS. Dentre os comportamentos analisados, destacamos dois, que são pertinentes aos adolescentes deste estudo: o baixo nível de conhecimento e o uso de preservativo em pequena escala.

Entretanto, o temor referente à AIDS encontrar-se presente na população estudada, logo que a maior parte dos questionamentos mencionados mostra os sentimentos por meio dos alunos, que admitem não se protegerem da doença.

Uma característica requerida que precede para informações sobre a AIDS é a conversa sobre a sexualidade. Apesar de questionado aos estudantes, a maioria deles responderam negativamente (65%). Por não terem diálogo acerca da sexualidade na escola e com seus pais, acabam não tendo facilidade e domínio sobre o assunto. Para 20% dos respondentes, os principais interlocutores para este assunto são os colegas, ao mesmo tempo (25%) afirmaram que existe o diálogo sobre sexualidade com os próprios pais. Os adolescentes afirmam ainda duas principais fontes de informação sobre AIDS, que são a televisão (50%) e a escola (25%).

Um dos indispensáveis comportamentos de risco à AIDS é a relação sexual sem preservativo. Entre os adolescentes do estudo, 25% mencionaram que de dois a três e 15% mencionaram que de quatro ou mais parceiros sexuais nos últimos 12 meses. Em relação ao uso do preservativo entre os que mencionaram relacionamento fixo, observou-se que 15% afirmam usá-lo sempre, ao longo do último relacionamento, e 16% afirmam usá-lo na última relação sexual. Por meio de uma análise exclusiva com aqueles que tiveram relação sexual com penetração, mais da metade dos participantes 65% declararam pelo menos uma experiência sexual arriscada.

Observamos que os principais pretextos para o não-uso do preservativo em relacionamento com companheiro fixo acontecem pelo fato de terem confiança nos companheiros e os mesmos não gostam de usar. No caso das mulheres, foi achada percentualidade mais alta de respostas, 52% alegaram que os parceiros não aceitam, comparativamente aos homens. Nos parceiros não fixos entre os adolescentes do sexo masculino, prevaleceu que não dispunha no momento do relacionamento, não deu tempo e não gosta, e entre as mulheres, destacou-se a confiança no companheiro e que não dispunha no momento.

Entretanto, ao analisar os comportamentos importantes relacionados ao HIV, pudemos observar que entre os adolescentes avaliados, os homens têm maior número de parceiras. Ao mesmo tempo ambos têm predisposição à DST e AIDS devido ao não uso dos métodos contraceptivos, por exemplo, a "camisinha".

Um dos grandes problemas dos adolescentes é o não entendimento real, e a maneira de se comportarem diante dos seus parceiros, ficando mais susceptíveis à DST e AIDS.

Para os adolescentes conscientes com relação o uso do preservativo, foi identificado frequência mais alta, compreensão da educação sexual e a maioria tem parceiro fixo.

A frequência dos adolescentes no uso do preservativo com parceiro não fixo ao longo da vida e na última relação sexual, menos da metade dos adolescentes, referiram seu uso.

Ainda disseram que os panfletos, educação escolar, profissionais de saúde e a família não passam informações necessárias sobre assunto que envolve a sexualidade.

Os subsídios da pesquisa ao mesmo tempo mostram que os profissionais de saúde têm pouca participação no fornecimento de conhecimento sobre a AIDS nas escolas. Todavia, 53% dos adolescentes relataram que não dispõem de profissionais de saúde como fonte fundamental de informação sobre AIDS, e disseram que esses profissionais seriam as pessoas mais aceitas pelos estudantes para abordar sobre AIDS na sua escola.

A afinidade de diálogo com os adultos segundo os estudantes é um problema que se delonga, uma vez que 25% dos respondedores, dizem que os pais estão habitualmente falando sobre a sexualidade e que um em cada quatro teve uma relação sexual sem preservativo.

As informações a respeito da AIDS são um fator significante para a precaução desta doença. Compreende que a maioria dos respondedores demonstrou informações sobre as principais maneiras de transmissão do HIV. Para Nettina (2003), o HIV ocorre por via sexual, sanguínea, uso de drogas injetáveis, transmissão da mãe para o filho durante a gestação, parto ou por aleitamento materno.

Contudo, apesar das formas de transmissão do HIV serem destacadas pelos meios de telecomunicação, planfetos, literaturas etc., mais de 32% dos adolescentes estão desinformados sobre a não-transmissão ao doar sangue, e em conviver com paciente com HIV que estar internado em uma mesma clínica ou hospital.

Noventa por cento dos respondedores confessaram ter intuito de utilizar o preservativo ordenadamente nas relações sexuais. Este tipo de finalidade esta mais fidedigna nas adolescentes do que nos adolescentes. As relações sexuais sem uso de preservativo e a intenção em utilizá-lo, ainda que estes adolescentes afirmassem ter este objetivo, a desinformação, o desconhecimento em relação aos riscos do não uso e as consequências que podem trazer ainda são deficientes. Com isso percebe-se a carência de precaução, proteção e prevenção na maioria das escolas brasileiras.

A ingesta excessiva de álcool cataloga metodicamente maneiras menos adequadas à utilização do preservativo, isto designa uma maneira contraditória à saúde, submergindo percepções de diferente circunstância ou elemento que é capaz de afetar a saúde deste adolescente. Aqueles que se dispõe de meio de comunicação como principal maneira de conhecimento sobre o HIV mostraram comportamentos adequados à prevenção da AIDS. Esses desígnios mostram ao mesmo tempo e coloca em assunto o papel do sistema de telecomunicação brasileiro no que descrever importância à precaução desta epidemia. No geral os alunos mostraram dificuldade de informação sobre a transmissão do HIV, e são menos aderentes à utilização do preservativo.

A partir da ilustração de dois comportamentos descritos, destacamos duas situações questionadas por dois adolescentes, que foi relatada durante a discussão. O adolescente X pergunta "se eu beijar uma adolescente portadora do vírus HIV, eu irei pegar AIDS"?. Conforme a literatura científica, Nettina (2003), argumenta que, só se você tivesse com alguma ruptura e sua parceira também. Nesta situação, você poderia sim contrair a doença.

Um outro adolescente pergunta "se eu tivesse uma DST poderia adquirir o vírus do HIV"?

Para Nettina (2003), tal adolescente teria mais probabilidade de adquirir o vírus. Porque as DSTs lesionam partes íntegras da genitália deixando-a mais susceptível a se infectar pelo vírus.

Enfatiza Guilhem (2000), Apud Nunes (2004), que os adolescentes não têm culpa pela transmissão do HIV. Isto porque os mesmos participam de um processo cultural, social, moral e educacional que coloca a sexualidade como uma circunstância não tão importante.

Munoz e Fortes (1998) Apud Nunes (2004), reforçam que os adolescentes apresentam características de desigualdade em relação à educação sexual e classe social ou ao nível cultural, pontuado pelo baixo nível de conhecimento sobre sexualidade, que os colocam com um grupo vulnerável. É esta vulnerabilidade que leva à redução e perda da liberdade individual, levando à diminuição da autonomia. Neste caso, mesmo pessoas consideradas esclarecidas e eticamente autônomas podem não apresentar autonomia para tomada de algumas decisões, como no caso do uso do preservativo.

A vulnerabilidade dos adolescentes frente a AIDS é estarem submissos, devido a uma multiplicidade de parceiros sexuais e dos riscos da prática do sexo desprotegido.

Entretanto, esclarecemos algumas dúvidas aos adolescentes durante a palestra sobre a AIDS com o uso de uma linguagem clara e objetiva, sem perder de vista o caráter científico, o que possibilitou-nos, no final da palestra, a abertura de um espaço para as orientações e explicações.

Estas informações, embora relativas a um pequeno grupo de adolescentes de uma escola na Cidade de Barreiras-Ba, puderam ser o reflexo de como está a educação e a proteção social no nosso Brasil.

CONCLUSÃO

Percebemos que na prevenção da AIDS são necessárias ações educativas nas escolas, pois oferecem possibilidades de informações, orientações e discussão dos obstáculos educacionais, emocionais e culturais que impedem a adoção de condutas preventivas.

Devido ao tempo de permanência dos jovens na escola e às oportunidades de trocas de diálogo com os educadores, a escola não pode se omitir diante da relevância dessas questões, constituindo local privilegiado para a abordagem na prevenção à AIDS.

Observamos em nossa pesquisa que o uso do preservativo é baixo, mesmo já mencionado o assunto em outras oportunidades com disseram os adolescentes. Isto mostra o baixo nível de conhecimento juntamente com a promiscuidade sexual aumentando assim cada vez mais as possibilidades de riscos.Neste sentido, a avaliação deste trabalho se assentou na necessidade de uma educação continuada junto aos adolescentes.

Contudo, podemos afirmar que a implantação da orientação sexual na escola Marcos Freire contribuiria para o bem-estar dos adolescentes na vivência da sua sexualidade atual e futura.

Diante disso, do ponto de vista situacional no que diz respeito aos adolescentes da escola Marcos Freire de Barreiras-BA, aconselhamos medidas dinâmicas e eficazes para a precaução, proteção e prevenção da AIDS. Através de táticas ajustadoras e multiplicadoras por parte dos professores com a participação dos pais, familiares e o convite para profissionais de saúde como fonte de conhecimento na anticoncepção da AIDS.

No presente estudo torna-se evidente uma maior responsabilidade, bem como a necessidade de atuação na atenção à assistência exclusiva para estes adolescentes, enfatizando que os meios de conhecimento propostos a eles devem ser mais eficazes para a prevenção da AIDS.

REFERÊNCIAS:

Associação Brasileira Interdisciplinar da Aids (AIBA), 1994

BRASIL/MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis. 3ª ed. Brasília, 1999.

----------------------- Secretaria de Políticas de Saúde. Saúde e desenvolvimento da juventude brasileira: construindo uma agenda nacional. Brasília, 1999.

----------------------- Secretaria de políticas de saúde. Coordenação Nacional de DST e AIDS. Vigilância do HIV no Brasil: Novas Diretrizes. Brasília, 2002.

------------------------ Manual do multiplicador; Adolescente. Programa Nacional de DST e AIDS. Brasília, 2003.

------------------------- Portal de Serviços do Governo. Disponível em: http://www.aids.gov/data/pages/lumiso. Acesso em: 25.08.2008.

apud Brigido e Lúcio (2007),

apud Dória et al (s.d),

GUIMARÃES, M. C. S. NOVAES S. C. Autonomia Reduzida e vulnerabilidade: Liberdade de Decisão, Diferença e Desigualdade. Bioética, 1999.

LOMBA, Marcos e LOMBA, André, Resgate Saúde – Medicina Sexual - o Estudo da Sexualidade Humana, Olinda: Grupo Universo, 2000.

MANN. J. TARANTOLA D.J.M.; NETTER T.W. AIDS um the world. Harvard university press: Cambridge, 1992.

NETTINA, Sandra M.: Prática de Enfermagem. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

apud Nunes (2004),

PAIVA V. Sexualidade e gênero num trabalho com adolescentes para prevenção do HIV/Aids. In: Parker R, Bastos C, Galvão J, Pedrosa JS, editores. A Aids no Brasil (1982-1992). Rio de Janeiro: ABIA/IMS-UERJ/ Relume-Dumará; 1994.

PEAKMAN, M. e VERGANI D. Imunologia Básica e Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.