SIM, SOU LOUCA

Por MARIA ELISA COUTO BRAZ | 09/04/2016 | Crônicas

SIM, SOU LOUCA

 Louca, louca sim, é assim que me chamam por acreditar no amor, dançar a som do vento e cantar no coral dos pássaros, ao amanhecer.

Mas que importa se louca for? Se ficar encantada com o som da flauta de Pan, que só eu escuto porque estou amando?

Sim, quero ser louca, quero brincar na chuva, me maravilhar com os desenhos das nuvens no céu, deitar na grama verde e sentir o seu frescor, quando esta, ainda está molhada pelo sereno da madrugada.

Quero dar bom dia ao sol por aquecer meu corpo e dar novo colorido à vida que renasce depois de uma noite banhada pela luz da lua.

Sim, devo ser louca, falo sozinha, falo comigo, e dou boas risadas de piadas que eu mesmo conto, me emociono com uma bela canção ou um filme na televisão.

Sou louca porque sou feliz, porque sou livre como o vento e como os pássaros que voam em um céu sereno. Nenhuma corrente me pode prender, eis porque sou louca, minha liberdade não está neste corpo que o tempo pode desgastar e que ao pó vai retornar. Minha louca liberdade está no espírito que nada nem ninguém pode aprisionar.

Quando me perguntam: Louca a quem tu amas? Rindo eu respondo – Eu amo a vida, tal qual ela se apresenta, amo essa natureza palpitante da qual eu faço parte, amo a flor que nasce para encantar os olhos dos que sabem e podem ver; amo o fruto que brota e que sacia a fome dos caminhantes; amo a árvore que nos dá sombra nas quentes tardes de verão.

Ó! Como sou feliz nesta minha loucura, dentro dela não há censura, não há preconceitos e nem preceitos todos são aceitos.

Aprendi que é melhor ser louca, mas ser feliz. 

Lisa Braz