Silêncio do Tempo.
Por Edjar Dias de Vasconcelos | 17/05/2013 | PoesiasO Silêncio do Tempo.
De onde vem.
Para onde pretende ir.
Entra aqui e pretende sair.
Sem deixar sinais.
Como uma luz que acende e apaga.
O destino que teve que deixar.
A fúria que provocou vossa sombra.
O que restará da vossa penúria.
Enfeitam as mãos os pés que amparam.
O chão coberto de enigmas.
O homem que foge das reminiscências.
Embala a sorte.
Sente o delírio.
Esquece o destino.
Como se nada tivesse acontecido.
Solitariamente nesse caminho.
Perdidamente as encostas.
Destina o silêncio.
O que deve dizer.
O vosso devaneio.
Carrega o fardo.
Sente a distância o tempo sumir.
Que dor estranha.
Sucumbe a despedida.
Vagueia as trevas na imensidão da luz.
Que destino é esse.
Esguia ao vento a hedionda sombra.
Que medo.
Vosso propósito.
Hediondo pensamento entre os escombros.
Do destino comum.
As malhas da sina.
Predestinação.
Que coisa é essa.
Que não se destina.
A misericórdia.
Afaga a mágoa.
Dos sete sinais.
Que transformam em gritos.
Os nichos dos reis.
Não se recorda da anterioridade.
Que coisa é essa.
Dos tempos modernos.
A eternidade da imaginação.
O trapaceio do pensamento.
De onde é que veio.
Para onde vai.
Nem veio e nem vai.
Tão pouco pode ficar aqui.
O caminho é apenas a interrupção da vossa volúpia.
Léguas sem fim.
Sinais do tempo esquecido.
Utopia tudo se evapora até a semente.
O colossal da semeadura.
Homem que fala.
Reflete a intuição.
Vossos segredos.
Tempo perdido.
Esquecido na imensidão
Do vosso folclore.
O rasto que sobrou será conduzido eternamente.
Pelo vento.
Argila de insônias.
Mas tudo dilacera até mesmo a inexistência.
O momento oportuno oferece.
Agonia do éden.
Espreitam os olhos em becos impróprios.
A poesia.
Mastigam as sobras intermináveis.
Dos vossos caminhos.
O que rastejam e voam.
Inclinam e cai.
Para onde vão.
Não quer entrar.
Sonha o beijo.
Recebe o desalento olhar.
De onde veio.
Para onde vai.
Para nenhum lugar.
Nem sequer pode por aqui ficar.
Deve ir antes de vir.
Esse é o segredo da descoberta.
Mundo que é mundo.
Gente que é gente.
Isso acaba.
Inicia o princípio.
Do começo do fim.
De tudo que teve início.
Melhor acreditar no espírito da alienação.
O grito desalento dos sonhos perdidos.
Nessa vaga imensidão.
Edjar Dias de Vasconcelos.