Sígnos Inexistentes.

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 10/11/2013 | Literatura

Como surgiu o mundo.

Não tenho nada a dizer.

Além de uma intuição.

Indescritível.

Sei o significado profundo.

A respeito da verdade referida.

Um é segredo apenas meu.

Uma existência toda.

Para construir o seu entendimento.

Um  silêncio profundamente meu.

Irracional a sua compreensão.

Foi elaborada à custa de lágrimas.

Desde criança tinha essa pergunta.

Todos me ensinaram erradamente.

Os filósofos não me souberam explicar.

Os físicos também não.

Os padres mentiram.

Os biólogos tentaram entender.

Mas imaginaram a história.

Já não seu final.

Solitariamente.

As tardes durante muitos anos.

Tentava imaginar.

Mas tudo que pensava era absurdo.

Inquieto imaginava comigo mesmo.

Qual o mistério desse silêncio.

Que não posso entendê-lo.

Trinta anos lendo.

Os melhores livros do mundo.

De todas as disciplinas.

Em uma bela manhã.

Surgiu em meu cérebro.

A primeira intuição.

Estapafúrdia.

A princípio.

Apenas imaginei.

Não poderia pensar que fosse.

  Tão simples a resposta.

A origem da anterioridade.

 Dela mesma.

O que seria essa etimologia.

O seu significado profundo.

Absurdo as explicações.

A primeira delas mitológicas.

Antes o nada depois deus.

Mas como o nada pode.

Criá-lo.

Obviamente a ideia.

 É uma fantasia.

Então quem criou o mundo.

Outra irracionalidade.

O nada não poderia.

Elaborar.

O mundo não foi criado.

Muito menos inventado.

Ele sempre existiu.

A explicação de tudo isso.

De forma magnânima.

Mas o nada se fez matéria.

Exatamente a explicação.

Imagina o infinito.

Vazio e indefinido.

Imagina a ausência de luz.

O mais absoluto escuro.

Imagina a ausência.

 De energia.

Pense agora.

 Em uma temperatura.

Supernegativa.

Reflete.

O universo todo cheio de gelo.

Então o gelo começou a sofrer.

Nele mesmo o mecanismo.

Da energização.

Contínuas revoluções químicas.

Sendo posteriormente.

Bilhões de explosões.

Constituindo trilhões e trilhões.

De universos contínuos.

Nós seres humanos somos.

O resultado dessas explosões.

Elétricas.

O mundo acaba e recomeça.

Continuamente.

De tempos em tempos.

Tudo se repete em todos.

Os lugares do infinito.

Quando as estrelas.

 Acabarem.

Seu hidrogênio.

E tudo que existe sobre.

O cosmo.

Volta para ele mesmo.

Para ser apenas o cosmo.

O homem é um minúsculo.

Grão de areia perdido.

Na infinidade do nada.

Repetindo eternamente.

Sem significação.

Como sinais de sígnos.

Inexistentes.                                             

Edjar Dias de Vasconcelos.