Será que essa quarentena é um tempo perdido?

Vemos hoje muitas brincadeiras na internet falando pra cancelar 2020, pois não estamos aproveitando e então não devemos contá-lo como um ano válido. A gente ri e até concorda em parte. Mas a grande verdade é que, aproveitando ou não, o tempo está passando e ele não volta! E isso não é diferente para o ano escolar.

Quando ouço relatos de pais tirando os filhos das escolas nesse período de isolamento, me pergunto se eles entendem o prejuízo que isso traz. Sim, pois o ano escolar está acontecendo, o ensino não pode parar. Embora o ministério da educação tenha feito algumas alterações quanto à carga letiva neste ano, tem muita matéria ainda a ser lecionada e a única alternativa encontrada foi o ensino à distância.

Muitos pais, principalmente da educação infantil e das séries inicias estão tirando os filhos das escolas, pois acham que o ensino remoto não vai dar certo e que estão jogando dinheiro fora. O que eles não entendem é o enorme atraso que isso pode causar. Conteúdos estão sendo dados, atividades estão sendo feitas e avaliações, também. Sim, de forma virtual, à distância, mas com todas as ferramentas possíveis e com todo o esforço dos professores pra esse conteúdo ser aprendido.

Uma família tirar a criança da escola, achando que quando voltar ela vai retomar tudo de onde parou é uma grande ilusão, pois o calendário escolar vai continuar enquanto a matrícula estiver cancelada, assim como o aprendizado. Claro que há casos em que, de fato, existe uma dificuldade financeira, pois muitas pessoas perderam empregos e renda. E, por isso mesmo, muitas escolas estão com políticas de descontos, ou negociando prazos, mas isso não deve impactar no ensino. Achar que está “economizando” é um pensamento, no mínimo, irresponsável.

As férias foram antecipadas e as escolas tentaram se preparar para o novo: o ensino à distância. Sim!!! Tentaram e estão tentando diariamente. E acreditem: é imensamente difícil! Em tempos normais, o professor planejava sua aula, chegava no horário, passava o conteúdo e atividades, tirava dúvidas, fazia avaliações e tudo acontecia de forma muito natural. Só precisava do quadro, pincel, papel e caneta. E a interação com os alunos era imediata e real. Hoje, é necessário celular moderno, boa câmera, luz, som, boa internet e o professor grava uma aula com a sala vazia. Grava, regrava, revê, refaz, e muitos ainda reclamam porque não chegou no horário, porque travou a aula ao vivo, ou por isso ou por aquilo. O tira-dúvidas é pelo telefone e as atividades e avaliações são virtuais. E tudo isso é muito mais difícil dessa forma!

Mais do que nunca a educação precisa ser valorizada! Os esforços de escolas e professores precisam ser exaltados. O ensino à distância pode, sim, ser muito bem aproveitado e atingir o objetivo da aprendizagem. As famílias precisam depositar suas fichas nas escolas, acreditar, ajudar, sugerir, dialogar. Não privem seus filhos desse ensino. Dêem esse crédito. Seja na educação infantil ou nos ensinos fundamental e médio, todos estão dando seu melhor pra tudo acontecer.

Estamos isolados, mas o tempo está passando.

A educação precisa ser vista como prioridade pelas famílias, assim como é pela escola.

É tempo de união e de fé.