Será que bandido bom, é realmente bandido morto?

Por Lara Lidia Ventura Damasceno | 03/03/2016 | Sociedade

Nos últimos anos, nós brasileiros estamos passando por uma fase onde a população está extremamente insatisfeita com a corrupção e a criminalidade, onde por muitas vezes, ficamos expostos à violência, tanto da polícia, quanto dos criminosos, e agora da população, que se une para punir por meio dos linchamentos o que julga errado.

Andando na rua dias atrás, vi um menino assaltando uma jovem, as pessoas que ali trafegavam, ao perceber o que estava acontecendo seguraram o malfeitor, o amarraram em um poste e o espancaram, dando início a uma sessão de atrocidades, só parando quando a polícia chegou e o levou. É contraditório quando pensamos que as pessoas promovem linchamentos para corrigir um ato violento, porém a violência usada por elas é extraordinariamente maior, superando a do criminoso.

É importante ressaltar que na nossa Constituição Federal, Artigo 5º inciso III, diz: "Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante." Agora proponho uma indagação: Em ocorridos como este quem é a vítima ou o culpado? A polícia ineficiente e corrupta? Os indivíduos marginalizados? Ou a população farta de ser violentada?

Lamentavelmente, ainda nos faremos tais perguntas muitas vezes, até nossa nação como um todo se convencer que a ilegalidade vem de pequenos anos e que levam a maiores, desejo que a mesma também acredite que a injustiça social é fonte da grande parte da violência. Justiça é sinônimo de igualde, que é sinônimo de paz.