Ser professor

Por Ivens Messias de Oliveira Pereira | 13/04/2012 | Educação

SER PROFESSOR

 

            Segundo dito popular, a profissão de professor á um das mais antigas do mundo e tudo depende dos ensinamentos dos professores. Como em outras profissões há uma distância entre os sonhos e a realidade. No começo, recém formados, os jovens professores compensam com o entusiasmo a falta de experiência e de formação nos métodos e técnicas de comunicação em sala de aula, de gestão do processo de ensino-aprendizagem 1.

            Ser professor hoje é uma tarefa bem difícil, mas prazerosa, pois ele precisa se dedicar, e muito, aos estudos, a pesquisa, ao seu desenvolvimento profissional e aos seus alunos. Como mediador da aprendizagem, participa ativamente do processo de aprender, incentivando a busca de novos saberes, sendo detentor de senso crítico, conhecendo profundamente o campo do saber que pretende ensinar, além de ser capaz de produzir novos conhecimentos, através da realidade que o cerca.  Quanta coisa um único professor deve obter, sendo que isso não é tudo, existem mais inúmeras coisas que ele precisa como paciência, criatividade, humildade, carisma, domínio próprio e de público. Portanto, notamos que a profissão docente é uma das mais difíceis, pois temos desafios todos os dias, como ensinar o aluno a pensar, a pesquisar, etc. Até mesmo o professor aprende todos os dias, e a formação continuada deve ser uma constante na vida dele e, até mesmo, de todos os profissionais 2.

            Poucas profissões, em todo o mundo, gozam de tanto prestígio junto à sociedade quanto os professores. Transmitir conhecimento, a crianças ou adultos, é tido como uma bela 'vocação' pela maioria das pessoas. Como toda a sociedade, porém, o trabalho realizado pelos docentes sofreu profundas alterações nos últimos anos. As bases para as transformações estão na própria evolução vivida no mundo. E não apenas tecnológica, mas também de comportamento, pedagógica, na administração do ensino, no comportamento dos alunos e no reconhecimento pelo trabalho. Em outra situação, ser professor tem sido mais uma vivencia de dor do que de dom. A violência nas Escolas ultrapassou todos os limites. O aluno em geral, tem uma grande noção sobre os seus direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, dando-lhes a liberdade no ambiente escolar. No final a violência sobra para todos os membros da comunidade escolar. As pessoas não entendem que junto com o direito vem o dever da obrigação e do respeito humano. Porém nem os pais de alunos e muito menos os alunos entendem essa dinâmica social 3.

            Pode-se dizer que nunca foi tão difícil ser professor como nos dias de hoje. A trajetória da profissão docente tem estreita ligação com a história da educação escolar e com os impasses e desafios por ela enfrentados. A industrialização teve seus reflexos organizacionais empresariais, nos moldes taylorista-fordista refletidos no âmbito escolar, tirando do professor, em grande medida, a função de pensar/agir sobre o processo pedagógico, função que coube aos especialistas. A relação vertical dos órgãos oficiais educacionais ao propor reformas e novas propostas educacionais, vêm alijando o professor das discussões próprias da função. A profissão docente, nas últimas décadas, se depara com um processo de valorização/desvalorização, crítica e perda de identidade. Embora não nos detenhamos especificamente nessa trajetória histórica, consideramos, nos aspectos que nos propusemos a abordar, os reflexos desse processo. Cabe ressaltar também que o ensino, como ofício, é um conjunto de tarefas técnico-didáticas, decorrentes do conhecimento científico e de relações humanas estruturadas de determinada maneira na escola. O planejamento individual e coletivo, o contato com pais, participação de comissões, reuniões, elaboração de relatórios e informes escritos etc. engendra um mosaico de atividades que, na vivência de cada profissional, se organiza e ganha significado 4.

            Para ensinar não é suficiente conhecer os conteúdos, é preciso saber o que seja a educação e como se configura quanto ao homem educar e quanto ao projeto de uma sociedade justa e desenvolvida. É necessário considerar que há uma diferença entre o professor e o educador: enquanto aquele quantifica segundo a lógica de cada instituição e adere à rotina de atribuir graus e conceitos e à imposição do planejamento, este cria e descreve mundos e leva o aluno a perceber os mundos como foram descritos. A formação para a função docente exige o desenvolvimento de competências polivalentes, que abranjam conteúdos de naturezas diversas, não só conhecimentos gerais das diversas áreas do conhecimento, como também conhecimentos específicos relativos ao fazer pedagógico 5.

     Apesar de todos esses aspectos negativos que envolvem a classe docente, ser professor deve ser muito mais um dom que a própria dor. Ser professor hoje é viver intensamente o seu tempo com consciência e sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro para a humanidade sem educadores. Os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em conhecimento e em consciência crí­tica, mas também formam pessoas 3.

 

            Referencias

 

1. MORAN, J. M. Novos desafios para o educador. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá; 5ª. Edição.  Papirurs Educação, 2007.  p. 73-86.

2  SANTOS, T. C. P. M., ULIANI, C. S. Profissionalização Docente: Ser professor nos dia s de hoje. In: Revista Profissão Mestre. Ano 6. n° 61. Outubro de 2004. Pgs. 18- 26.Disponível  em:http://www.pedagobrasil.com.br/pedagogia/profissionalizacaodocente.htm . Acesso: 03/11/2011

3. THOMAZ, J. R. Ser Professor hoje. 2009. Disponível em:http://www.webartigos.com/artigos/ser-professor-hoje/25671/          Acesso: 03/11/2011

4. HAGEMEYE, R. C. C. Dilemas e desafios da função docente na sociedade atual: Os sentidos da mudança. Revista Educar. No. 24. Editora UFPR.2004.  Disponível em: http://educa.fcc.org.br/pdf/er/n24/n24a05.pdf Acesso: 01/11/2011.

5. FUNGHETTO. S. S., NETTO, R.C.C., Ser Professor: Formação e subjetividade. Disponível em: http://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/index.php/face/article/viewFile/618/403. Acesso: 04/11/2011.