SEQUÊNCIA NARRATIVA

Por MARGARETE PADRE DA SILVA RAMALHO | 21/12/2016 | Literatura

SEQUÊNCIA NARRATIVA - UMA MELHOR ABORDAGEM PARA A INTENÇÃO COMUNICATIVA

Margarete Padre da Silva Ramalho

A sequêncianarrativa nos tipos de gêneros textuais só podem ser explicados a partir de um texto ou em um contexto situacional. O objetivo do presente artigo é levar o leitor a perceber o texto como unidade de sentido distribuído numa sequência narrativa como esquema comunicativo.

O conto, um gênero extremamente popular, alcançou relevância no século XIX pelo escritor Edgar Allan Poe. “Só um minutinho”, tradução de Ana Maria Machado é material de análise nesse artigo, a partir de seus pressupostos apontamentos   analisaremos a complexidade da sequência narrativa a qual o seu entendimento resultará no processo de construção do sentido que levará o leitor a perceber com clareza a intenção comunicativa.

Os textos são unidades de comunicação que compreende uma unidade linguística organizada dentro de uma unidade de sentido ou de intenção buscando um efeito comunicativo no leitor. A comunicação é estabelecida por meio de algum tipo de texto, os textos pertencem a um tipo de gênero, que são unidades singulares que apresentam começo, meio e fim. “[...] não existe limite de tamanho.” (Zanotto,2005 p.37) o que pode ocorrer são as subdivisões que um texto pode apresentar, passando a ser parte de um texto que segundo Bakhtin um texto termina quando o locutor (o enunciador) considera sua produção verbal suficiente o bastante e merecedora de uma atitude responsiva que se caracteriza por meio de uma concordância. Porque todo texto, segundo o linguista pressupõe uma resposta.

No dia a dia nos deparamos com uma diversidade de textos, alguns mais adequados que outros dependendo a que finalidade de escrita se destine. Para Marcuschi (2005), o surgimento dos gêneros está vinculado a ideia da vida cultural e social que vem marcada por várias fazes. Fase anterior a escrita e fase posterior, a cultura impressa que está ligada a fase da industrialização no século XVIII, e em plena fase da denominadacultura eletrônica com o telefone, o gravador, o rádio, a

 

internet nas quais presenciamos uma explosão de novos gêneros e novas formas de comunicação, tanto na oralidade como na escrita.

Novas tecnologias que estão ligadas a área da comunicação propiciam o surgimento de novos gêneros textuais, esses novos gêneros não são inovações absolutas, tem suportes em outros gêneros já existentes. A tecnologia favorece o surgimento de formas inovadoras, mas não absolutamente novas como podemos perceber na linguagem a qual se torna cada vez mais plástica, notando assim uma tendência a servirem de maneira sistemática aos formatos de gêneros prévios para objetivos novos.Segundo Solé, (2005) uma segunda razão que justifica que os distingamos são as diferente expectativas que diferentes textos despertam no leitor.

Observaremos que em “Só um minutinho” a estrutura de texto irá funcionar como esquema de interpretação para o leitor. Percebe-se que o conto se adapta a superestrutura da narrativa que segundo Adam (2008), em sentido amplo toda narrativa é considerada como exposição de fatos reais ou imaginários. O fatos abrangem duas realidades distintas: eventos que são os efeitos de causa e ações que se caracterizam pela presença de um agente. As diferentes formas de construção da narrativa dependem de seu grau de narrativação, uma narrativa é construída somente por uma simples enumeração de uma sequência de ações e ou eventos que possuem um baixo grau de narrativação. Um alto grau de narrativação é constituída de cinco macro proposições narrativa de base: Antes do processo – Pn1 (m1), Início do processo – Pn2 (m2), Curso do processo – Pn3 (m3), Fim do processo – Pn4 (m4), Depois do processo – Pn5(m5). Portanto o autor pressupõe que o texto narrativo apresenta um desenvolvimento cronológico, estado inicial, complicação, ação, resolução e estado final.

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