Senegal e Marrocos: o Islão Sufi

Por Lahcen EL MOUTAQI | 07/01/2015 | Religião

Fiel ao seu compromisso inabalável para a promoção de seus laços seculares e profundos das diferentes confrarias Sufis de renascimento cultural e religioso, Senegal realizou, sábado 02/01/2015, em Tivaouane (noroeste do Senegal) ás cerimônias da celebração do "gamou" (Eid Al Mawlid ) que é um dia de festa celebrado por muitos muçulmanos pelo nascimento do profeta Maomé.

 As comemorações entre os muçulmano do Eid Mawlid ( 570-632)  refletem muitas conotações espirituais e religiosas.

 Para a comunidade da confrarias Tijanes, Abdellatif Begdouri Achkari, Chefe de Gabinete do Ministro das doações e dos Assuntos Islâmicos  atua como líder de uma delegação marroquina, composta por representantes da Embaixada de Marrocos em Dakar, celebram uma linha de pensamento muito restrito de sobrevivência material e espiritual.  

 O porta-voz da grande família Tijane Sy, Serigne Abdoul Aziz Sy Al Amine, dignitários e seguidores de Tijanes, representantes de autoridades senegalesas apontam a  versão mais plausível e conhecida da cidade religiosa de Tivaouane que incalca os valores de piedade e de extrema devoção, representada nos mausoléus ou nos santuários mais importantes do sufismo.

Na margem  dessa cerimônia, Sr. Begdouri Achkari, membro e representante dos seguidores do sufismo, quase de tariqas ou confrarias, ressaltou o papel da participação do reino nessa comemoração do gamouconsiderado como uma forma de exercício legítimo de poder político e espiritual sobre o outro.

Sob a influência ou direção dos líderes religiosos, Marrocos atua junto com os seguidores e dignitários desses diferentes confrarias sufis da África Ocidental em geral, e em particular Senegal, com um novo preconceito sobre o sufismo que difere e contradiz com o Terrorismo e ao islã frequentemente associado aos países árabes.

Criado originariamente para pesquisar em profundidade a religião e a história das relações espirituais, Marrocos compartilha com Senegal o berço do movimento da Tariqa Tijaniyya, cuja cidade de Fés (nordeste do reino) abriga o mausoléu do Sheikh fundador da confraria conhecido por suas ideais espirituais, valores nobres do Sufismo e espinha dorsal da Tariqa Tijanya, base fundamental da consagração dos valores da tolerância, da paz e da estabilidade.

Hoje, segundo os sofistas, esses valores fundamentais toranaram a Tariqa Tijanya como um factor de estabilidade e modelo de sustentabilidade, de equilíbrio e de convivência, cuja expressão mais visível seja refletida no eixo de fraternidade e de amizade entre Marrocos-Senegal, inspirados pela preservação dos valores nobres, fundadores do Islã tolerante.

A tradição anual da Tariqa Tijanya  -Gamou- reúne dezenas de milhares de devotos das diferentes regiões do Senegal. Seu objetivo é a comemoração da pura tradição espiritual da Tariqa, nas diferentes mesquitas e mausoléus da cidade religiosa de Tivaouane.

Essa celebração em Tivaouane, que coincide com o aniversário do nascimento do Profeta Maomé (que paz de Deus esteja com ele), esabrocha dentro da cultura islâmica seus ensinamentos e doutrina da família de Tijanes Sy.

O decano da família, El Hadj Malick Sy (1855-1922) foi um dos primeiros a organizar no Senegal o – Gamou-. Ao longo de sua vida, dedicou-se como servo incansável do Islã e da Tariqa Tijania, tendo por objetivo espalhar por todo o Senegal e para além do país, através de  muitos "muqaddams" (grandes discípulos), formados e enviados em vários países da África Ocidental para pregar e promover o caminho Sufi fundado por Sheikh Sidi Ahmed Tijani (1150-1230 Hégira).

A ascensão da confraria Tijaniya em África do oeste é devido a El Hadj Omar Tall (1794-1864), quando tinha voltado da peregrinação dos lugares santos do Islã, grande discípulo do Sheikh Sidi Ahmed Tijani e do marroquino Mohamed El Ghali Boutaleb El Fassi que lhe atribuiu o título do califa dos Tidjanes.

No Senegal, o mérito da propagação da ordem voltou para El Hadji Malick Sy, nascido em Dagana, atual região de Saint-Louis (Norte), conhecida como Tivaouane desde 1902, permitiu que essa cidade sob a sua liderança permanecia o centro de aprendizagem e de cultura islâmica, bem como da celebração do –Gamou- como uma tradição anual.

 Depois de sua morte em 1922, seu filho Ababacar Sy tornou-se o primeiro califa. Mansour Sy, irmão do falecido, sucedeu em 1957, mas morreu quatro dias depois.

 El Hadji Abdoul Aziz Sy aka conhecido como "Dabbakh" (1904-1997) assumiu a liderança por um período de 40 anos (1957-1997), foi substituído por Serigne Mansour Sy, em nome do "Borom Daraji" (mestre da escola corânica em Wolof), falecido 08 de dezembro 2012, em Paris (França).

 Serigne Ahmed Cheikh Tidiane Sy, dito "Maktoum", líder espiritual e guia da sucessão, ele é conhecido como tenaz defensor da integridade territorial, do património natural e da cultural sofista dos paises africanos.