Sendo um Cristão de Palavra.

Por george ferreira | 08/05/2009 | Religião

Sendo um Cristão de Palavra.

  • Pr. George Emanuel.
  • Jesus disse: Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do Maligno. (Mat 5:37).

Com relação a sua comunicação para com os outros, e principalmente para com os domésticos da fé, ela deve ser "sim, sim ou não, não". Isto é, uma resposta afirmativa ou negativa com relação aos negócios diários ou sobre qualquer outro assunto quando se trata de empenhar sua boa fama (honra ou palavra). Ou quando responderes negativamente não, não; torna-se dever do cristão refletir duas vezes mais para que depois não volte atrás e sua palavra seja dúbia e sem credito, sendo ele reprovado por falta de personalidade naquilo que a priori disse "não, não".

Em ambos os casos, o nosso Senhor Jesus Cristo, está querendo ressaltar para os discípulos que eles não precisariam jurar por nada, nem sobre o céu ou a terra (não que isso seja errado, havendo é claro uma necessidade, como por exemplo, em juízo, perante um tribunal), pois a palavra deles deveria ser o bastante para as pessoas dêem credito aos seus discursos (Tg 5:12). Isto é, devemos nos tornar conhecido por sermos alguém de palavra. Penso eu, que a veracidade é uma virtude tão rara nos dias atuais, que muitas pessoas que se aproximam de nós, sentem a necessidade de enfatizarem suas declarações com a expressão "eu te prometo que farei isto ou aquilo". Todavia, se todos os cristãos sempre disserem a verdade e cumprirem aquilo que se comprometeram, nunca sentiriam vergonha ou necessidade de ter que se apoiarem em juramentos, promessas ou votos de tolos.

O Evangelho narra que no julgamento de Jesus perante o Sinédrio, os judeus apresentaram testemunhas falsas que acusavam a Jesus de muitas coisas com o propósito de condenarem Jesus a pena capital. Perante aqueles falsos e contraditórios testemunhos, Jesus permaneceu em um misterioso silêncio. Só falou quando o Sumo Sacerdote lhe perguntou: "Tu és o Messias, o Filho de Deus?" (Marcos 14,61). Jesus confessou a verdade ainda que por dizer a verdade fosse sofre tantos ultrajes e a morte na cruz. Jesus exige de seus discípulos toda a verdade, em palavras, pensamentos, vida e obra. (Jo 17:7)

Portanto, o mandamento de Deus em (Mt 5:37) é extremamente necessário, sobretudo quando as relações (amizades, parcerias, sociedades, casamento, irmandade) entre os seres humanos estão marcadas por tantas mentiras, calunias, difamações e falsos testemunhos. Por trás de tudo isso está o maligno fermentando a mente dos homens contra a verdade e o amor de Deus.

·Algumas implicações

1. Jesus ensina-me a dizer sempre a verdade, nem mais, nem menos. Jesus nos ensina com seu exemplo a dizer a verdade, mesmo que isto lhe custasse muitos sofrimentos e até a morte. A verdade, diz Tomás de Aquino, é algo divino: é preciso respeitá-la e amá-la. Às vezes, dizer a verdade custa e exige esforço; mas é preciso que sejamos valentes para dizê-la sempre a verdade e não a mentira. Jesus disse: "Seja vosso modo de falar: sim, sim, ou não, não. O que passar disso vem do Maligno" (Mateus 5,37). É um bom lema que nos ajudará a ser sinceros e leais com Deus, com nós mesmos e com o próximo.

2. A mentira é um mal sem par: Assim como uma pequena chispa de fogo – uma coisa tão insignificante no início – pode destruir um bosque, assim a mentira pode destruir grandes amizades, a confiança dos pais, casamentos e até ministérios. Mentindo-se aos amigos ou aos pais, acaba-se perdendo sua confiança. Depois, ainda que o mentiroso diga a verdade. Para se viver em sociedade é indispensável ser sinceros e dizer a verdade. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo (Ef 4:15 ). Para isso, temos de nos esforçar na sinceridade para conosco mesmos, sem ocultar-nos a verdade. Ainda que nunca se deva mentir, existem ocasiões nas quais se deve calar, para guardar um segredo, ou para não prejudicar outra pessoa, e isto não é pecado. Calar-se não é omissão, é prudência. Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; e o que cerra os seus lábios é tido por entendido. (Pv 17:28).

3. Motivos infundados pelos quais as pessoas mentem: Quero acreditar que alguns irmãos em nosso meio com freqüência mentem por medo ou vergonha; outras vezes, para sair de um apuro ou por atitude precipitada, ou "brincadeira de mau gosto". Salomão, disse: Apanhai-nos as raposas, as raposinhas, que fazem mal às vinhas, porque as nossas vinhas estão em flor. (Ct 2:15). Aconselho a leitura de Song of Solomon by Allen P. Ross (Ph.D); "Raposas eram pragas para as vinhas. E uma vez a vinha simboliza a virgindade da Sulamita, bem como seu amor singelo e puro, a imagem da vinha em flor representa o ápice da brotação do romance ente ela e Salomão. Sendo assim, as raposas iriam significar qualquer coisa que possa estragar e contaminar este relacionamento. A exortação no texto é para remover tudo o que iria estragar seu amor ou estragar a sua relação"[ http://www.christianleadershipcenter.org/songs.htm]. A mentira por menor que seja (raposinha) é terrivelmente danosa a alma do cristão, sendo uma contaminação espiritual que o impede de ter um relacionamento verdadeiro com Cristo.

 

4. A sabedoria de dar honra a quem merece honra: A honra é um bem muito mais importante que os bens materiais. Todos os seres humanos têm o direito a sua boa fama (testemunho); por isso, não podemos roubar ou destruir a honra das pessoas, não importa quem ela seja ou o que fizeram contra nós. Destrói a honra do seu semelhante àquele que difama, espalha fofocas ou lança acusações falsas às ocultas, sempre no intuito de vilipendiar a imagem do irmão. Ou quando as feridas e mazelas da alma não são tratadas por causa da nossa negligencia, procrastinação e orgulho que nos impede de nos humilharmos, conversando o pecado e abandonando o erro correndo para Deus, e não correndo de Deus.

Está também pecando contra Deus quem também viola um segredo, manifestando aquilo que devia guardar para si e para Deus. O "cristão" que também escuta falar mal dos outros-seja de uma pessoa em particular, ou de uma instituição (família, Igreja, etc. Está obrigado a não escutar o que se diz ou a defender com valentia o exame da peneira de Filipenses 4:8; Ef 4:29).

Com respeito a restituir por dever e consciência cristã a honra, Deus quer que sejamos como que guardiões da boa fama dos demais; pois, o que destrói esta boa fama está pecando gravemente. Aquele que prejudicou a boa fama do próximo está obrigado a reparar, isto é, a dizer publicamente que aquilo que tinha dito não é verdade, ou que exagerou. É preciso que se faça a devida reparação – como quando se rouba algo material – para que haja perdão do pecado.

5. Todo cristão tem o direito de cuidar e defender sua boa fama. Durante o juízo perante o Sinédrio, um criado deu uma bofetada em Jesus, que respondia a Caifás. E o Senhor se defendeu, dizendo: "Se falei mal, mostra-me o mal. Mas, se falei bem, por que me bates?" (João 18,23). Jesus dá exemplo de como é necessário defender a boa fama, quando nos atacam injustamente.

6. Podemos ajudar aos demais com a correção fraterna. O amor fraternal nos levará a dizer a verdade com nobreza, a dizer as coisas na frente, nunca nas costas de ninguém. Dizer as coisas com verdade, amor e temperada com o sal da pureza, ajudar a nossos irmãos com a correção fraterna é fundamental para uma plena restauração. Podemos recordar o que disse Jesus: "A verdade vos libertará" (João 8,32).

7. Um propósito digno para a vida do Cristão: Não falar mal dos demais, nem permitir que outros o façam. Se alguma o fez e prejudicou alguém com palavras, deve-se reparar rapidamente o dano causado. Reconhecer as próprias faltas, sem desculpar-se é a suprema virtude de alguém que deseja ser um discípulo de Cristo e ter um coração segundo o coração de Deus.