Sem Sono
Por Nara Junqueira | 02/03/2008 | Poesias
Há cinqüenta anos dorme um homem na minha cama.
Ele pouco sabe de mim e eu dele nada sei!
Acordo no meio da noite e me ponho a sondá-lo.
Não reparei quando chegou que avançaria sobre o tempo.
Não lhe perguntei se estava de partida. Ou se iria a algum outro lugar.
Não sei o verdadeiro nome dele ou se gosta de lírios.
Nunca o vi estender as mãos para alimentar os pássaros
Ou recolher borboletas que brincam nos dias ensolarados.
Jamais o encontrei debaixo das amoreiras a adivinhar sabores.
Mas foi ficando. Assim meio que sem querer ficar.
Quase não sorria. Tinha os pés fincados na realidade.
E me acostumei com a sua sombra e com a música do seu sono.
Mas me inquieta um homem dormindo há tanto tempo na minha cama.
Queria saber seu nome, os gostos, os prazeres!
Queria tê-lo além do sono, em orgias sobrenaturais.
Escrever-lhe-ei um bilhete com data e hora para resposta.
Vou convidá-lo para dançar e dizer que a mulher ao lado deseja compartilhar sonhos.
Talvez acorde. Talvez sorria.
Ou simplesmente volte a dormir.
Ele pouco sabe de mim e eu dele nada sei!
Acordo no meio da noite e me ponho a sondá-lo.
Não reparei quando chegou que avançaria sobre o tempo.
Não lhe perguntei se estava de partida. Ou se iria a algum outro lugar.
Não sei o verdadeiro nome dele ou se gosta de lírios.
Nunca o vi estender as mãos para alimentar os pássaros
Ou recolher borboletas que brincam nos dias ensolarados.
Jamais o encontrei debaixo das amoreiras a adivinhar sabores.
Mas foi ficando. Assim meio que sem querer ficar.
Quase não sorria. Tinha os pés fincados na realidade.
E me acostumei com a sua sombra e com a música do seu sono.
Mas me inquieta um homem dormindo há tanto tempo na minha cama.
Queria saber seu nome, os gostos, os prazeres!
Queria tê-lo além do sono, em orgias sobrenaturais.
Escrever-lhe-ei um bilhete com data e hora para resposta.
Vou convidá-lo para dançar e dizer que a mulher ao lado deseja compartilhar sonhos.
Talvez acorde. Talvez sorria.
Ou simplesmente volte a dormir.