Segurança do Trabalho nos canteiros de obra

Por ROMULO DOS SANTOS BRITO | 10/10/2016 | Engenharia

1. INTRODUÇÃO

1.1. Motivação/ Justificativa

O investimento em segurança do trabalho na construção civil aumenta o grau de conscientização dos empregados. Fazer treinamento de segurança melhora o relacionamento entre eles. O fato de não ocorrer acidente não significa que nunca vai acontecer. Se o gerente de obras e/ou dono da empresa acha que sua função é apenas contratar o serviço de segurança do trabalho e ponto final está cometendo um grave erro. Em um programa de segurança na empresa toda a diretoria deve estar envolvida. Pois de nada adianta treinar os funcionários, fazer campanhas, se a diretoria, a maior responsável pela empresa, não estiver envolvida e engajada com a segurança do trabalho. Se isso acontece á empresa não consegui eficácia no desenvolvimento na área de segurança do trabalho, sem coordenação, perdendo-se tudo o que foi feito, caindo a segurança do trabalho no esquecimento em poucos meses. A primeira coisa a se fazer é manter a mente aberta, conversar com os empregados, com o pessoal da área de segurança, participar do processo. Também é de muita importância assistir palestras e seminários, fazer cursos de atualização sobre gerenciamento, qualidade e meio ambiente. Em muitos desses cursos são ministrados tópicos envolvendo segurança do trabalho, que vem somar-se ao conhecimento necessário para fazer a empresa mais  eficiente, segura, organizada e produtiva.

              Ao longo dos anos, existe cada vez mais a preocupação com o bem estar e com a integridade física dos colaboradores, passando a ser um elemento de destaque na gestão de um negócio. Desenvolveu-se um entendimento de que as pessoas envolvidas no trabalho são o bem mais valioso para uma atividade bem feita que proporciona tornar uma organização competitiva e bem sucedida comercial e socialmente. (DINIZ, 2005).

  Dessa maneira, com as organizações colocando a saúde e a segurança de seus empregados como fator prioritário, várias estratégias, programas e processos têm sido implementados com resultados positivos na redução dos acidentes de trabalho. Assim, os valores em segurança do trabalho estão cada vez mais alinhados à criação de um ambiente onde todos os funcionários estejam motivados para se atingir a excelência em segurança, desenvolvendo um conceito no qual prevalece a preocupação não só com as atitudes tomadas pelos colaboradores, mas também com as consequências dessas atitudes. A conscientização e o treinamento em segurança do trabalho são fatores importantes na gestão da segurança, pois capacitam os empregados para o desempenho de suas  funções no que diz respeito aos riscos inerentes a cada processo, além de ressaltar a importância de seguir os procedimentos de trabalho sem “queimar etapas” e sem se expor aos riscos. Os treinamentos são utilizados para padronizar procedimentos, corrigir desvios e, com isso, prevenir os acidentes de trabalho.

            A conscientizaão do conceito de qualidade no ambiente de trabalho vem atingido a sociedade, exigindo assim melhorias na qualidade de vida no trabalho, mostrando a evolução de novos conceitos sociais.    

             A indústria da construção civil exerce um papel muito importante na economia do Brasil, primeiro fornecendo suporte a outras atividades econômicas e sociais. A partir da segunda guerra mundial está indústria foi a responsável pela montagem da infraestrutura necessária aos sucessivos modelos de desenvolvimento que marcaram a economia nacional, por exemplo, com a construção de ferrovias, rodovias, aeroportos, usinas hidroelétricas, polos industriais, obras de urbanização e saneamento são alguns produtos da indústria da construção associada a este sistema de infraestrutura.

            A indústria da construção civil ainda é considerada atrasada quando se trata detecnológia e de gerenciamento, quando comparamos a outros setores. No desejo de se modernizar, o subsetor de edificações tem demonstrado grandes avanços através da incorporação de novas tecnologias de processos ás suas atividades tradicionais. Porém o gerenciamento da segurança e saúde ocupacional gera grandes problemas,             principalmente devido à dificuldade da gerência em utilizar abordagens mais modernas na concepção de ferramentas de apoio a gestão. Além da inexistência de suporte teórico dirigido ao setor e a existência de uma cultura de negação do risco amplamente difundida entre o pessoal.

          Segundo Saurin (2005), idealmente a responsabilidade pela condução da análise de cada projeto, do ponto de vista da segurança, deve caber ao projetista, pois mais do que qualquer outro, possui controle sobre o processo criativo, o nível de amadurecimento das soluções e o ritmo de desenvolvimento do projeto . Contudo, além do pouco conhecimento em de muitos projetistas acerca do tema segurança, a falta de valorização desta nova atribuição por parte dos clientes constitui uma barreira a ser superada. Enquanto não houver a disseminação do conhecimento por meio de educação formal, este problema pode ser minimizado por meio da realização da avaliação de risco juntamente com um gerente de produção com experiência em gestão de segurança ou com um especialista em segurança. Mas este problema poderia ser resolvido com a inclusão das novas atribuições nos contratos de prestação de serviços dos projetistas.

            Os estudos de Saurin (2005) aponta com clareza a importância de se integrar os projetos á visão de segurança do trabalho, onde dificuldades construtivas poderão ser minimizadas já na fase de projetos ou avaliadas de maneira a serem realizadas com segurança. No decorrer da evolução deste trabalho será descrita a análise técnica feita para um edifício em particular, onde os custos decorrentes das atividades envolvendo basicamente a proteção da saúde e bem estar do trabalhador para a execução de acabamentos de fachadas são desmembrados dos custos essencialmente produtivos.

            Para definir os custos da segurança em uma obra é necessário distingui dos demais custos. Podendo ser subdivididos em custos preventivo e terapêutico. Custo preventivo refere-se a todo investimento empregado para eliminar ou minimizar os riscos que comprometem a saúde e a segurança do trabalhador. Por sua vez, o custo terapêutico é aquele proveniente de gastos relacionados com acidentes de trabalho ocorridos ou mesmo doenças ocupacionais. Os custos de segurança estimados geralmente como verbas consideradas nos orçamentos de obras civis, geralmente compreendem somente os preventivos, pois não há como prever a ocorrência de acidentes ou doenças ocupacionais. O que se sabe é que o custo terapêutico, quando necessário, sempre é muito maior que o custo preventivo e que uma correta análise de risco e cumprimento detalhado de todos os preceitos de segurança necessários, evita a ocorrência de acidentes ou doenças. Por sua vez, a distinção entre o custo preventivo e o produtivo não é de fácil percepção, visto que os mesmos se confundem face ao poder que a mecânica de repetitividade representa na mente dos profissionais de custo. Isto é, as atividades orçadas são tão comuns e repetidas, que passa despercebido ao profissional de custo a identificação dos serviços essencialmente produtivos, dos que representam tão somente a garantia de saúde e segurança ao trabalhador.

A verdadeira função do prevencionista deve estar concentrada na identificação, análise e avaliação correta dos riscos de acidentes que possam produzir danos humanos e materiais á empresa. Deve está dirigida, também ao tratamento adequado que deve ser dado a esses riscos, tanto em termos de ações de prevenção como em termos de estratégias de financiamento de riscos (retenção e transferência de risco), condizentes com a situação econômica da empresa (DE CICCO, 1984 apud LIMA, 1987).

Esta pesquisa constituiu em verificar e discriminar os custos pertencentes a parcela da obra que garante a segurança e a saúde do trabalhador, exemplificando alternativas que incentivem os profissionais a discriminar de maneira clara a parcela de custos de higiene, medicina e segurança do trabalho nas etapas de maiores riscos da obras, de tal forma a ser possível apurara se os montantes investidos no ser humano nestas etapas. Os custos estudados foram os preventivos, já que os terapêuticos se pretende evitar. Como por exemplo e objeto de estudo foi escolhido uma fachada de um edifício residencial. Esta etapa da obra foi alvo de escolha em virtude do seu alto risco de execução, onde a altura de trabalho á a variável determinante de toda proteção coletiva necessária para a execução dos serviços com segurança. Ao longo do desenvolvimento desse trabalho, foram pesquisados e apresentados elementos que auxiliaram os profissionais de custo a responderem o questionamento apresentado anteriormente. A partir dos dados referentes a fachada, estes profissionais poderão melhorar não só os itens relativos a segurança do trabalho, mas, também em outras etapas da obra em que o risco é acentuado. Procura-se deixar claro que é preciso sempre contar com especialistas em segurança do trabalho na análise correta dos riscos das atividades e na detecção das medidas essencialmente prevencionistas dentro dos serviços globais a serem orçados.

Em virtude da crescente demanda pelas certificações de qualidade, ambiental, segurança do trabalho e responsabilidade social, aumenta a necessidade do conhecimento mais preciso dos recursos financeiros investidos na saúde e segurança do trabalhador, bem como no combate ao desperdício, geração racional de resíduos e sua correta disposição.    

            A segurança no trabalho é um tema trabalhado e disseminado em todo o mundo, ultrapassando fronteiras, mesmo que ainda em estágios diferentes em cada continente. Independentemente do porte da organização, este assunto é destaque na rotina de qualquer empresa visto que a responsabilidade social e a preocupação com o bem estar dos funcionários e de seus familiares são assuntos muito discutidos atualmente.

            No Brasil ocorre grande incidência de doenças ocupacionais e o número de acidentes de trabalho. Sendo comprovado através de estatísticas da OIT, entre os países que mais registram acidentes de trabalho no mundo. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho, o país ocupava em 1999, a 15ª posição no ranking de acidentes de trabalho no mundo, conforme dados do site do ministério do trabalho.

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