SEGUNDA PARTE DA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MATEMÁTICA NA ESCOLA SUPERIOR PEDAGÓGICA DO CUANDO CUBANGO - ANGOLA

Por José Luis Sabonete Calulo | 05/05/2020 | Educação

Autor: MSc. José Luis Sabonete Calulo  

Docente da Escola Superior Pedagógica do Cuando Cubango, com a categoria de Assistente

 E-mail: jsabonetecalulo@gmail.com/ sabonetejluis1@hotmail.com

Resumo

Este artigo tem como finalidade, abordar temáticas relacionadas com a unidade curricular Análise Matemática I, facilitando assim, a compreensão dos tipos de funções e interpretação, contribuindo para alcançar o perfil de um profissional à altura de satisfazer as exigências da sociedade. Por outro lado, este artigo tem como finalidade, resumir o estudo das principais funções abordadas ao longo dos níveis anteriores. Todavia, faremos referência aos aspectos relacionados com a transformação de funções, deste o ponto de vista teórico, assim como, os relacionados com a prática de exercícios. Finalmente, apresentamos as actividades autónomas dos estudantes, conclusões, recomendações e bibliografia.

 

Tipos de funções

Neste artigo, faremos abordagem  das seguintes funções:

  •          Função injetora ou injetiva

Nessa função, cada elemento do domínio (x) associa-se a um único elemento da imagem f(x). Todavia, podem existir elementos do contradomínio que não são imagem. Quando isso acontece, dizemos que o contradomínio e imagem são diferentes. Veja um exemplo:

  •          Conjunto dos elementos do domínio da função: D(f) = {-1,5, +2, +8}
  •          Conjunto dos elementos da imagem da função: Im(f) = {A, C, D}
  •          Conjunto dos elementos do contradomínio da função: CD(f) = {A, B, C, D}

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  •          Função Sobrejectora ou sobrejectiva

Na função sobrejectiva, todos os elementos do domínio possuem um elemento na imagem. Pode acontecer de dois elementos do domínio possuírem a mesma imagem. Nesse caso, imagem e contradomínio possuem a mesma quantidade de elementos.

  •          Conjunto dos elementos do domínio da função: D(f) = {-10, 2, 8, 25}
  •          Conjunto dos elementos da imagem da função: Im (f) = {A, B, C}
  •          Conjunto dos elementos do contradomínio da função: CD (f) = {A, B, C}

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  •          Função bijectora ou bijectiva

Essa função é ao mesmo tempo injectora e sobrejectora, pois, cada elemento de x relaciona-se a um único elemento de f(x). Nessa função, não acontece dois números distintos possuírem a mesma imagem, e o contradomínio e a imagem possuem a mesma quantidade de elementos.

  •          Conjunto dos elementos do domínio da função: D(f) = {-12, 0, , 5}
  •          Conjunto dos elementos da imagem da função: Im (f) = {A, B, C, D}
  •          Conjunto dos elementos do contradomínio da função: CD (f) = {A, B, C, D}

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 Até ao último ano do Ensino Médio ou equiparado, geralmente estudam-se diferentes funções, onde destacamos algumas:

1 – Função constante;

2 – Função par;

3 – Função ímpar;

4 – Função afim ou polinomial do primeiro grau;

5 – Função Linear;

6 – Função crescente;

7 – Função decrescente;

8 – Função quadrática ou polinomial do segundo grau;

9 – Função modular;

10 – Função exponencial;

11 – Função logarítmica;

12 – Funções trigonométricas.

Mostraremos agora o gráfico e a fórmula geral de cada uma das funções referenciadas acima:

1 - Função constante

Na função constante, todo valor do domínio (x) tem a mesma imagem (y).

Fórmula geral da função constante:

f(x) = c

x = Domínio

f(x) = Imagem

c = constante, que pode ser qualquer número do conjunto dos reais.

Exemplo de gráfico da função constante: f(x) = 2

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2 – Função Par

A função par é simétrica em relação ao eixo vertical, ou seja, à ordenada y. Entenda simetria como sendo uma figura/gráfico que, ao dividi-la em partes iguais e sobrepô-las, as partes coincidem-se perfeitamente.

Fórmula geral da função par:

f(x) = f(- x)

x = domínio

f(x) = imagem

- x = simétrico do domínio

Exemplo de gráfico da função par: f(x) = x^2

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3 – Função ímpar

A função ímpar é simétrica (figura/gráfico que, ao dividi-la em partes iguais e sobrepô-las, as partes coincidem-se perfeitamente) em relação ao eixo horizontal, ou seja, à abscissa x.

Fórmula geral da função ímpar

f(– x) = – f(x)

– x = domínio

f(– x) = imagem

- f(x) = simétrico da imagem

Exemplo de gráfico da função ímpar: f(x) = 3x

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4 – Função afim ou polinomial do primeiro grau

Para saber se uma função é polinomial do primeiro grau, devemos observar o maior grau da variável x (termo desconhecido), que sempre deve ser igual a 1. Nessa função, o gráfico é uma recta. Além disso, ela possui: domínio x, imagem f(x) e coeficientes a e b.

Fórmula geral da função afim ou polinomial do primeiro grau

f(x) = ax + b

x = domínio

f(x) = imagem

a = coeficiente

b = coeficiente

Exemplo de gráfico da função polinomial do primeiro grau: f(x) = 4x + 1

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5 – Função Linear

A função linear tem sua origem na função do primeiro grau (f(x) = ax + b). Trata-se de um caso particular, pois b sempre será igual a zero.

Fórmula geral da função linear

f(x) = ax

x = domínio

f(x) = imagem

= coeficiente

Exemplo de gráfico da função linear: f(x) = -x/3

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6 – Função crescente

A função polinomial do primeiro grau será crescente quando o coeficiente a for diferente de zero e maior que um (a > 1).

Fórmula geral da função crescente

f(x) = ax + b

x = domínio

f(x) = imagem

a = coeficiente sempre positivo

b = coeficiente

Exemplo de gráfico da função crescente: f(x) = 5x

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7 – Função decrescente

Na função decrescente, o coeficiente a da função do primeiro grau (f(x) = ax + b) é sempre negativo.

Fórmula geral da função decrescente

f(x) = - ax + b

x= domínio/ incógnita

f(x) = imagem

- a = coeficiente sempre negativo

b = coeficiente

Exemplo de gráfico da função decrescente: f(x) = - 5x

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8 – Função quadrática ou polinomial do segundo grau

Identificamos que uma função é do segundo grau quando o maior expoente que acompanha a variável x (termo desconhecido) é 2. O gráfico da função polinomial do segundo grau sempre será uma parábola. A sua concavidade muda de acordo com o valor do coeficiente a. Sendo assim, se a é positivo, a concavidade é para cima e, se for negativo, é para baixo.

Fórmula geral da função quadrática ou polinomial do segundo grau

f(x) = ax2 + bx + c

x = domínio

f(x) = imagem

a = coeficiente que determina a concavidade da parábola.

b = coeficiente.

c = coeficiente.

Exemplo de gráfico da função polinomial do segundo grau: f(x) = x^2 – 6x + 5

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9 – Função modular

A função modular apresenta o módulo, que é considerado o valor absoluto de um número e é caracterizado por | |. Como o módulo sempre é positivo, esse valor pode ser obtido tanto negativo quanto positivo. Exemplo: |x| = + x ou |-x| = x.

Fórmula geral da função modular

f(x) = x, se x≥ 0

ou

f(x) = – x, se x < 0

x = domínio

f(x) = imagem

- x = simétrico do domínio

Exemplo de gráfico da função modular: f(x) =             

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10 – Função exponencial

Uma função será considerada exponencial quando a variável x estiver no expoente em relação à base de um termo numérico ou algébrico. Caso esse termo seja maior que 1, o gráfico da função exponencial é crescente. Mas se o termo for um número entre 0 e 1, o gráfico da função exponencial é decrescente.

Fórmula geral da função exponencial

f(x) = ax

a > 1 ou 0 < a < 1

x = domínio

f(x) = imagem

Termo numérico ou algébrico

Exemplo de gráfico da função exponencial crescente: f(x) = (2)^x  para a = 2

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Exemplo de gráfico da função exponencial decrescente: f(x) = (1/2)^x para a = ½

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11 - Função logarítmica

Na função logarítmica, o domínio é o conjunto dos números reais maiores que zero e o contradomínio é o conjunto dos elementos dependentes da função, sendo todos números reais.

Fórmula geral da função logarítmica

f(x) = loga x

a = base do logaritmo

f(x) = Imagem/ logaritmando

x = Domínio/ logaritmo

Exemplo de gráfico da função logarítmica: f(x) = log (5x - 6)

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12 – Funções trigonométricas

As funções trigonométricas são consideradas funções angulares e são utilizadas para o estudo dos triângulos e em fenômenos periódicos. Podem ser caracterizadas como razão de coordenadas dos pontos de um círculo unitário. As funções consideradas elementares são:

 Seno: f(x) = sen x

 Cosseno: f(x) = cos x

 Tangente: f(x) = tg x

Exemplo de gráfico da função trigonométrica seno: f(x) = senx

O gráfico da função y = sen x é chamado senoide.

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Resumindo, temos:

1- Função y = sen x ou f(x) = sen x

2- O domínio é D(f) = IR

3- O conjunto-imagem é Im(f) = [-1;1].

4- A função é periódica, de período 2π.

5- O sinal da função é:

                  positivo no 1º e 2º quadrantes;

                  negativo no 3º e 4º quadrantes.

6- A função é ímpar.

7- A função é crescente no 1º e 4º quadrantes e decrescente no 2º e 3º quadrantes.

            Exemplo: Mostre que a função definida por f(x)=sen(x) é ímpar, isto é, sen(-a)=-sen(a), para qualquer a real.

sen(-a)

=

sen(2-a)

 

=

sen(2).cos(a) - cos(2).sen(a)

 

=

0 . cos(a) - 1 . sen(a)

 

=

-sen(a)

 

Exemplo de gráfico da função trigonométrica cosseno: f(x) = cosx

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Resumindo temos:

1- Função y = cos x ou f(x) = cos x

2- O domínio é D(f) = R

3- O conjunto imagem é Im(f) = [-1;1]

4- A função é periódica de período 2π.

5- O sinal da função é:

                    positivo no 1º e 4º quadrantes;

                    negativo no 2º e 3º quadrantes.

6 - A função é função par.

7- A função é crescente no 3º e 4º quadrantes e decrescente no 1° e 2º quadrantes.

Exemplo: Mostre que a função definida por f(x)=cos(x) é par, isto é, cos(-a) = cos(a), para qualquer a real.

cos(-a)

=

cos(2-a)

 

=

cos(2).cos(a) + sen(2).sen(a)

 

=

1.cos(a) + 0.sen(a)

 

=

cos(a)

 

Exemplo de gráfico da função tangente: f(x) = tg (x)                                                      

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Resumindo temos:

1- Função y = tg x ou f(x) = tg x

2- O domínio é D(f) = {x E R/ x# π/2 + k . π, k E Z}

3- O conjunto imagem é Im(f) = R.

4- A função é periódica, de período π.

5- O sinal da função é:

                   positivo no 1º e 3º quadrantes;

                   negativo no 2º e 4º quadrantes.

6- A função é uma função Ímpar.

7- A função é crescente em todos os quadrantes.

Resumo

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y=senx

y=cosx

y=tgx

Domínio

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Imagem

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Período

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Transformações dos gráficos

Sejam as funções:   f(x)=A+B*sen(Cx) ou  f(x)=A+B*cos(Cx) 

A......Desloca o gráfico A unidades para cima quando for maior que zero ou para baixo quando for menor que zero (A<0). Afecta a imagem. A recta  é um eixo de simetria da curva.

B.....Altera a amplitude sem alterar o período. Afecta a imagem. Reflecte o gráfico em torno eixo de simetria se negativo.

C..... Altera o período. Não afecta a imagem. .

Exercícios

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Resolução

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2.      Esboce o gráfico da função .

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Trabalho autónomo do Estudante:  VER EM PDF

Faça analise das demais propriedades do gráfico acima. D

Represente graficamente as seguintes funções no mesmo referencial. E

Respostas dos trabalhos autónomos dos Estudantes

Trabalho autónomo do Estudante: E

Conclusões

·         Este artigo é de vital importância para o aperfeiçoamento de habilidades em temáticas relacionadas ao estudo de funções e não só;

·         Os exercícios ora apresentados, apresentam uma graduação, que possibilita a apropriação do conhecimento por parte do estudante;

·         As actividades autónomas apresentadas, visam potenciar os estudantes, com ferramentas fundamentais para o desenvolvimento do pensamento lógico, e concomitantemente, as habilidades intelectuais.

Recomendações

·         Que o presente artigo, sirva de material de apoio aos estudantes do curso de Ensino da Matemática da Escola Superior Pedagógica do Cuando Cubango e não só;

·         Que outros investigadores continuem a investigar estas temáticas, por forma a enriquecer as fontes de consultas;

·         Que os leitores deste artigo, façam uma análise critica construtiva, visando a melhoria e enriquecimento do mesmo.

Bibliografia

Demidovitch, B. (1993). Problemas e Exercícios de Análise Matemática. Lisboa - Portugal: Escolar Editora.

Maqueira, R., & Mrtínez, C. R. (2003). Laboratório de Matemática Superior. La Habana: Editorial Felix Vareira.

Stewart, J. (2009). Cálculo con Trnscendentes Temperanas. Habana: Editorial Félix Varela.

Sydsaeter, K., & Hammond, P. J. (2003). Matemáticas para el Análisis Económico- Volumen I. La Habana: Editórial Félix Varela.

 

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