SAÚDE E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

Por CLÁUDIO DE OLIVEIRA LIMA | 14/07/2011 | Psicologia

SAÚDE E O AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL


Segundo o autogerenciamento vivencial, o que pode diferenciar uma pessoa doente de uma saudável, sem restringir à alimentação e à prática de exercícios físicos, é a maneira como elas lidam com as tensões, sejam de âmbito pessoal , social ou profissional.
Enquanto não tivermos consciência de que o nosso bem-estar ocorre no intervalo entre o término de uma tensão e o começo de outra, não saberemos como manter a saúde estável. Para entender melhor a questão, vamos conhecer o significado de uma palavra científica chamada resiliência, que, para o autogerenciamento vivencial, esclarece o conceito de saúde.
Resiliência ou resilência é um conceito da Física, que se refere à propriedade de que são dotados alguns materiais, de acumular energia quando exigidos ou submetidos a estresse, sem ocorrer ruptura. Após a tensão cessar, poderá ou não haver uma deformação residual, causada pela histerese do material. Por exemplo, como o que acontece com um elástico, ou melhor, com uma vara de salto em altura, que se verga até certo limite sem se quebrar e depois retorna à forma original, dissipando a energia acumulada e lançando o atleta para o alto.
Resiliência para a Física é, portanto, a capacidade de um material voltar ao seu estado normal, depois de ter sofrido tensão.
A psicologia tomou emprestado tal conceito, definindo resiliência como a capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse, etc. - sem entrar em desequilíbrio psicológico.
Em suma, resiliência, para a Psicologia, é a capacidade de a pessoa voltar ao seu estado normal, depois de ter sofrido tensão.
O corpo, na visão do autogerenciamento vivencial, não é visto só como morada da alma, mas também como parte ativa no processo da vida.
Ele faz parte da interação da pessoa consigo mesma e da pessoa com o mundo que a rodeia; sente e responde aos estímulos interno e externos.
As pressões internas e externas, ocorridas no nosso dia- a- dia, poderão interferir em nosso equilíbrio orgânico e psicossocial, quando a nossa capacidade de resiliência estiver comprometida, produzindo desequilíbrios psicossociais e corporais que no decorrer do tempo poderão se manifestar como doenças físicas e/ou psíquicas.
A noção de que para sermos saudáveis basta à preocupação com a alimentação e com os exercícios regulares, não é suficiente para esclarecer aspectos mais amplos da vida.
Na verdade, comer alimentos sadios e fazer exercícios regularmente são hábitos que não garantem a todos uma saúde plena. Precisamos, em muitos casos, aprender a gerenciar a nossa capacidade de voltar ao normal, após ter sofrido algum tipo de tensão, já que o acúmulo de tensão pode nos levar a um quadro de stress e este, por sua vez, a um desequilíbrio psico-orgânico.
Não podemos esquecer que somos seres compostos de matéria e energia. Possuímos a capacidade de produzir, de transmutar, de conectar e de sentir diferentes formas de vibrações energéticas. Logo, de nada adiantarão uma alimentação sadia e a prática de exercícios físicos regulares, se não nos preocupamos com a quantidade e qualidade dos alimentos energéticos que estamos produzindo e ingerindo em nossas relações vivenciais. Tais alimentos influenciam enormemente o nosso estado psicossocial e orgânico.
Faz-se, sem dúvida, necessário que reavaliemos o conceito de saúde e passemos a vê-la sobre esses três aspectos mencionados acima. Não podemos esquecer que eles estão num mesmo nível de importância. Uma boa saúde depende que haja um equilíbrio entre eles.
Daí a importância do autogerenciamento vivencial na preservação da nossa saúde, pois ele nos alerta que devemos gerenciar não só a nossa alimentação e as nossas atividades físicas, mas também a nossa lógica vivencial, responsável pela quantidade e qualidade dos nossos alimentos vivenciais. É preciso ter sempre em mente que a lógica vivencial age sobre o pensamento, a vontade, as ações, a harmonia, o equilíbrio, enfim, sobre a saúde como um todo.
Somos, na verdade, os grandes gestores da saúde, já que escolhemos a quantidade e a qualidade dos alimentos. Nós mesmos é que estabelecemos o que vamos fazer com as nossas vidas. Se vamos viver com os devidos cuidados ou se vamos ignorá-los, entregando-nos ao desregramento.

Nota sobre o stress:

Convém salientar, recorrendo ainda ao conceito de resiliência, que "estar sob tensão", não significa necessariamente "estar estressado". Para que uma pessoa apresente um quadro (sinais e sintomas) de stress é preciso que, após ter vivenciado uma situação de tensão, tenha dificuldade em voltar ao seu estado de equilíbrio, precisando de ajuda para consegui-lo. Nesse caso, normalmente, será indicada a ela uma medicação que produzirá alívio. O importante é entender que tal solução é provisória, já que a pessoa não aprendeu ainda a gerenciar as próprias tensões.
Interferências externas podem nos ajudar a amenizar tensões, mas não devemos esquecer que, em relação à produção de tensão, nós é que somos os únicos responsáveis. Temos que assumir a responsabilidade pelo que fazemos com nossas vidas.

Outro ponto interessante. Não é o fato de estarmos fazendo muitas coisas que provoca o stress , pois há pessoas com poucas atividades que se revelam estressadas. |Tudo, na realidade, tem como causa principal a maneira como gerenciamos nossas relações vivenciais. Ou seja, problemas não significam necessariamente stress.

Drº Cláudio de Oliveira Lima ? psicólogo

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