Saúde do Homem.
Por eliedna seabra | 01/04/2011 | SaúdeAcadêmicos: Adail, Alessandra, Cintia, Eliédna, Geisiane
INTRODUÇÃO
A proposição da política nacional de Atenção Integral à Saúde do homem visa qualificar a atenção à saúde da população masculina na perspectiva de cuidados que preservem a integridade da atenção. O reconhecimento de que a população masculina acessa o sistema de saúde por meio da atenção especializada requer mecanismos de fortalecimentos e qualificação da atenção primária para que a atenção à saúde não se restrinja a recuperação, garantindo, sobretudo a promoção da saúde e a profilaxia a agravos evitáveis.
Os distúrbios do sistema reprodutor masculino incluem uma ampla variedade de condições em geral, que afetam o sistema reprodutor, afetando a sexualidade do paciente, causando constrangimento. A enfermeira de reconhecer a necessidade de privacidade do paciente, bem como de educação, envolvendo questões críticas e sensíveis como o paciente, além da avaliação, tratamento e comunicação efetivos por parte da enfermagem.
Utilizou-se para a realização deste trabalho, pesquisas do tipo bibliográficas, que atende a explicar sobre os determinados problemas que envolvem a saúde do homem, através de referências teóricas publicadas em livros e artigos científicos.
Dessa forma foram levantados objetivos para nortear a pesquisa, como objetivo geral tem-se: compreender sobre a saúde do homem, bem como reprodução,sexualidade e o problema de saúde que o envolvem, e como objetivos específicos: identificar os fatores que levam o homem a determinadas doenças, bem como, o papel do enfermeiro frente a solução para a prevenção e saúde do homem.
Justifica-se a importância desse trabalho pela necessidade de obtenção de conhecimento teórico, para que possamos compreender melhor os fatores de risco e incidência de infecções e enfermidades que cercam a saúde do homem, frente aos seus fatores sociais, questões familiares e compreensão das doenças para mostrar melhor assistência de enfermagem aos mesmos, para dessa forma intervir frente a promoção a saúde e prevenção das doenças.
SAÚDE DO HOMEM
As funções reprodutivas masculinas podem ser divididas em três subníveis principais, a espermatiogênese, que é simplesmente a formação dos espermatozóides; segundo a realização do ato sexual masculino e terceiro a regulação das funções sexuais masculinas pelos diversos hormônios. A essas funções reprodutivas associam-se os efeitos dos hormônios sexuais masculinos sobre os órgãos sexuais acessórios, sobre o metabolismo celular, sobre o crescimento e sobre outras funções corporais (GUYTON E HALL 1998, p. 578).
No homem diversos órgãos servem como partes do trato urinário e do sistema reprodutor masculino incluem os testículos; o canal deferente (ducto deferente; e vesículas seminais; o pênis e determinadas glândulas acessórias como: a próstata e a glândula de cowper. O testículo possui uma dupla função espermatogênese e secreção do hormônio sexual masculino testosterona que produz e preserva as características sexuais masculinas. O pênis desempenha função dupla: ele é o órgão para copula e para micção. A glândula de cowper localiza-se abaixo da próstata. Dentro da face posterior da uretra abocar secreção durante a ejaculação, proporcionando a lubrificação (SMETZER, BORE, HINKLE e CHEEVER 2009).
Os mais importantes sinais nervosos para desenvolver o ato sexual masculino, procedem na glande peniana, pois ela contém um sistema altamente organizado de acordo com os órgãos terminais sensitivos, que passam para o sistema nervoso central, um tipo específico de sensação sexual (Guyton e Hall 1998).
Estímulos psíquicos aumentam significativamente a capacidade de realização do ato sexual de uma pessoa. Os pensamentos sexuais, influenciam na ejaculação sexual. Embora fatores psíquicos desempenham importante papel no ato sexual masculino, podendo iniciá-lo, sendo que o funcionamento cerebral não se torna, fator necessário para sua realização pois alguns estímulos genitais podem causar ejaculação (Guyton e Hall 1998).
A ereção e a primeira manifestação e consequência da estimulação sexual masculina, sendo relacionado ao grau de estimulação, proporção, seja ela psíquica ou física. Sendo causada por impulsos parassimpáticos que vão até o pênis, causando alta pressão para o tecido erétil (Guyton e Hall 1998).
Durante o processo da estimulação sexual, os impulsos parassimpáticos promovem a ereção, fazendo com que as glândulas uretrais secretam muco para fluir durante a relação sexual, lubrificando o coito, promovendo a satisfação sexual. Com a ausência da lubrificação, produz processos dolorosos inibindo a excitação, sem uma relação eficaz, pois boa parte, ou seja a maior parte é proporcionada pelos órgãos femininos (Guyton e Hall 1998).
A emissão e a ejaculação são as culminâncias do ato sexual masculino. Quando o estímulo sexual se torna extremamente intensos, os centros reflexos da medula espinhal começam a emitir impulsos simpáticos, chegam aos órgãos genitais, iniciando a emissão, precursora da ejaculação. A emissão começa pela contração do canal deferente, ocasionando a expulsão do esperma para a porção interna da uretra (Guyton e Hall 1998).
A vasectomia ou esterilização masculina é a ligação e transecção de parte do canal deferente, com ou sem, a remoção de um segmento do canal deferente. Para evitar a passagem do espermatozóide do testículo, o canal deferente é exposto através de uma abertura cirúrgica na bolsa escrotal ou por uma punção empregando uma pinça hemostática afilada e curva. As extremidades seccionadas são ocluídos com ligaduras ou grampos, ou a luz de cada canal deferente é selada através do cautério. Os espermatozóides que são produzidos nos testículos, não podem ascender para o canal deferente, depois dessa cirurgia (Smeltzer et al 2009).
O líquido seminal se produz nas vesículas seminais e próstata, sendo que os mesmos não são afetados devido a vasectomia, de maneira que não ocorre nenhuma diminuição do líquido seminal na ejaculação, não interferindo no prazer sexual, ereção, como muitos homens se preocupam. Os espermatozóides são reabsorvidos pelo corpo, o que não ocorrem a gravidez (Smeltzer et al 2009).
O paciente que se submete a vasectomia, ele é informado sobre a esterilidade, que sua potência sexual não será afetada, sendo que o mesmo assina um formulário de consentimento cirúrgico. Pose acontecer de maneira rara uma reanostomose espontânea do canal deferente possibilitando engravidar a companheira (Smeltzer et al 2009).
Cuidados de Enfermagem
Pode ser aplicado bolsas de gelo, na bolsa escrotal durante várias horas, de maneira intermitente após a cirurgia, reduzindo edema e paliando o desconforto. A enfermeira devem aconselhar o paciente a usar cuecas de algodão, promovendo conforto e sustentação. A relação sexual pode ser reiniciada quando desejado, embora a fertilidade permaneça durante um intervalo de tempo após a vasectomia até que os espermatozóides armazenados tenham sido eliminados (Smeltzer et al 2009).
Para determinar a esterilidade, alguns médicos examinam uma amostra 4 semanas depois da vasectomia, e outros examinam duas amostras consecutivas com intervalo de 1 mês, outros, ainda, consideram um paciente estéril depois de 36 ejaculações. Outros métodos de contracepção devem ser usado até que a infertilidade seja confirmada por um exame do ejaculado (Smeltzer et al 2009, p.1503).
ÁLCOOL EM HOMENS
O álcool é considerado abusivo com mais de quatro doses para as mulheres e mais de cinco para os homens, onde se considera como dose de bebida uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de destilados como uísque ou vodka. As mulheres estão cada vez bebendo exageradamente, apesar desse crescimento entre as mulheres os homens ainda continuam na frente (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2009).
O álcool destaca-se entre as drogas através das suas diversas variantes destiladas e fermentadas, tendo uma popularidade, onde reuni grupos humanos em momentos recreativos, provoca uma relação interpessoal (FILIZOLA et.al 2008).
Os dados que vem aumentando em relação ao alcoolismo trás a necessidade de uma intervenção, combate ao fenômeno do alcoolismo, considerando as peculiaridades, as características, os efeitos e as conseqüências que o álcool trás a sociedade (FILIZOLA et.al 2008).
Segundo Ministério da Saúde 2008:
No Brasil, as informações sobre o consumo abusivo de álcool mostram tendência de crescimento. Em 2008, 19% declaram ter consumido álcool de forma abusiva em alguma ocasião nos últimos 30 dias. Em 2007, foram 17,5%; em 2006, primeiro ano do Vigitel, foram 16,1%. O consumo é mais freqüente em faixas etárias mais jovens ? alcançando 30% dos homens e 10% das mulheres entre 18 e 44 anos.
DISFUNÇÃO ERÉTIL
Definição:
É quando o homem não consegue manter a ereção no ato sexual. Pode haver relatos de ocorrer uma detumescência que quer dizer diminuição da ereção gradativamente. A faixa etária em que ocorre é mais comumente a partir dos 65 anos de idade. A fisiologia da ereção ocorre da seguinte forma: os nervos simpáticos e nervos parassimpáticos inervam o pênis; no momento da ereção os nervos pélvicos levam impulsos parassimpáticos que vão fazer a dilatação dos pequenos vasos e com isso vai ter um aumento sanguíneo da região do pênis, fazendo a expansão de corpos cavernosos (BRUNNER E SUDDARTH 2004).
Causas:
Suas causas podem estar associadas à natureza psicológica como também no organismo do homem. Destaca-se como causas psicológicas: a ansiedade, depressão, a fadiga, a preocupação relacionada à pressão de não conseguir satisfazer a parceira. A disfunção também ocorre de forma orgâncica, sendo suas causas endócrinas como, Diabetes, Hipotireoidismo, Doença vascular oclusiva, suas condições neurológicas, hematológicas (BRUNNER E SUDDARTH 2004).
Sinais e Sintomas:
Os sinais e sintomas da impotência sexual destacam-se: redução do tamanho e da rigidez peniana; incapacidade de obter e manter a ereção; redução dos pêlos corporais; atrofia ou ausência testicular; pênis deformado; doença vascular periférica; neuropatia (distúrbio das funções do sistema nervoso); É importante ressaltar que apenas o envelhecimento não constitui uma causa de impotência (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2010).
Tratamento:
Após ser detectada a impotência sexual através de um diagnóstico clínico, existirão vários recursos para tratamento. Dentre esses recursos tem-se: psicoterapia, reposição hormonal após os 45 anos de idade, auto-injeção, prótese, géis e cremes e enrijecimento por sucção. O tipo de tratamento depende da sua causa e do estilo de vida do indivíduo. (Ministério da Saúde 2010).
DIABETES
O diabete melito é uma síndrome caracterizada por distúrbios metabólicos, de causas múltiplas, em razão de deficiência no processo de produção da secreção de insulina, de forma absoluta ou relativa, gerando um quadro clínico de hiperglicemia (taxas elevadas de glicose no plasma sanguíneo) (LOMBA 2006).
Diabetes tipo 1: Esse tipo predomina por fatores genéticos, possivelmente imunológicos quando se trata de destruição das células pancreáticas beta. Outros fatores também contribuem para essa destruição como é o caso de influências virais. Pessoas com antígeno leucocitário humano tem uma maior probabilidade de desenvolver o diabetes (BRUNNER E SUDDARTH 2004).
O aumento da glicose favorece a lesão de vasos de nervos propiciando o desenvolvimento de doenças. Os sinais e sintomas podem ser poliúria e polidipsia como também ocorre polifagia (DIEPENBROCK 2005).
Diabetes tipo2: É quando o organismo tem uma resistência à insulina devido a resposta inadequada de secreção da insulina nas células beta pancreáticas;a insulina torna-se insuficiente (ROBBINS E COTRAN 2005).
O diabetes tipo2 também conhecido como não-insulino-dependente surge em torno dos 30 anos, podendo muitas vezes ocorrer em pacientes obesos não necessita de insulina exógena para fazer o seu controle, porém nos casos de hiperglemia faz-se necessário utilizar a insulina para correção, se os hipoglicemiantes orais ou a dieta não surgirem efeito desejado (FILHO 2000).
GINECOMASTIA
Definição:
É quando ocorre um aumento exagerado das mamas. Nos rapazes em fase de adolescência a Ginecomastia pode ocorrer devido os hormônios secretados nos testículos. Sua ocorrência pode ser antes como depois da puberdade e também em homens idoso. Sua manifestações aparecem unilateralmente, como massa firme, muitas vezes dolorosa, na região abaixo da aréola. Nos casos de homens na fase adulta a Ginecomastia e difusa e pode estar associada a medicações como por exemplo digitálicos, fenitoína, reserpina, ergotamina,e ranitidina. Os sinais e sintomas apresentados podem ser a dor e a hipersensibilidade (BRUNNER E SUDDARTH 2004).
FIMOSE
A fimose é um distúrbio que ocorrem quando o óstio do prepúcio é pequeno demais para permitir sua retração normal. Anormalmente esse orifício pequeno pode ser resultado de uma anomalia. Mas ocorrem mais freqüentemente de episódios repetidos de infecção que produzem cicatrizes do anel do prepúcio. A fimose tem um papel importante nestas infecções devido interferir na limpeza e permitir o acúmulo de secreções e detritos embaixo do prepúcio favorecendo infecções secundárias e até mesmo carcinoma.
Caso uma pessoa retraia à força sobre a glande do pênis um prepúcio fimótico, uma constrição intensa e tumefação subseqüente, pode impedir o retorno do prepúcio, criando assim uma parafimose, que também é um distúrbio que pode causar constrição uretral e retensão urinária aguda grave (COTRAN, KUMAR e COLLINS 2000).
Para o Ministério da Saúde:
A fimose acontece naturalmente. Por exemplo, em meninos abaixo dos 4 anos de idade, normalmente é difícil se retrair o prepúcio. Porém, em meninos mais velhos e homens adultos, a fimose é ativada freqüentemente por uma infecção abaixo do prepúcio (conhecida como balanite ou balanopostite) ou por outras condições médicas como o diabetes.
Afirma o Ministério da saúde que:
A fimose na maior parte das vezes é um quadro de difícil prevenção. Devendo ser evitando as postites (infecção ou inflamação do prepúcio). Exercício e massagens para retrair o prepúcio deve ser evitados, pois além de causar dor pode provocar sangramentos reduzindo o orifício, tratar as assaduras para evitar infecções e cicatrizes; no primeiro sinal de inflamação ou infecção na cabeça do pênis ou na pele que a recobre procurar o médico.
BALANOPOSTITE
Para Contran, Kumar e Collins (2000):
Balanopostite é uma infecção da glande e do prepúcio, causada por uma grande variedade de microrganismos, sendo os mais comuns: a cândida albicans, bactérias anaeróbicas, bactérias piogênicas e gardenerella. Sabendo que a maioria dos casos ocorridos é devido a má higienização local, com o acumulo de células epiteliais descamadas, suor, resíduos irritando assim o local. Com a persistência dessas infecções, ocorrem as cicatrizes inflamatórias, sendo uma causa comum de fimose.
PRÓSTATA
É um órgão retroperitoneal que circunda o colo da bexiga e uretra e é desprovido de uma cápsula nítida, em uma pessoa adulta pesa cerca de 20g. Se divide classicamente em cinco lobos, onde há uma significativa importante no desenvolvimento de tumores e aumentos benignos,sabendo que, estas divisões são reconhecidas apenas no embrião, pois no adulto, divide-se em quatro zonas ou regiões biológicas: periféricas, central, transicional e periuretral, sendo diferentes em cada região os tipos de lesões proliferativas (COTRAN, KUMAR e COLLINS 2000).
A maioria das hiperplasias acomete as zonas transicional e periuretral, enquanto a maioria dos carcinomas origina na zona periférica.Apenas três processos patológicos afetam a glândula próstata com freqüência: inflamação, aumento nodular benigno e tumores, sendo o aumento nodular benigno o mais comum, na idade avançada (COTRAN, KUMAR e COLLINS 2000).
CARCINOMA DA PRÓSTATA
É a forma mais comum de câncer em homens, sendo a segunda maior causa de morte por câncer. 300.000 novos casos são descobertos anualmente, dos quais 41.000 serão fatais. Sabe-se muito pouco as causas do câncer da próstata, vários fatores como: raça, níveis hormonais, idade, histórico familiar, influências ambientais estão implicados. Existem muitos fatores ambientais candidatos, mas nenhum foi confirmado como fator etiológico, exemplo: o consumo aumentado de gorduras influência aos níveis de hormônios, como a testosterona, afetando o crescimento da próstata, fatores alimentares como: ingestão de vitamina A e beta-caroteno (COTRAN, KUMAR e COLLINS 2000).
Para Contran, Kumar e Collins (2000):
Cerca de 70% dos casos, o carcinoma da próstata, origina-se na zona periférica da glândula, localização posterior, permitindo assim palpá-lo ao toque retal. A sua disseminação ocorre por invasão local direta e através da corrente sanguínea e linfa, envolvendo mais as vesículas seminais e a base da bexiga urinária, podendo resultar em obstrução uretral.
Segundo o Ministério da Saúde:
A incidência do câncer de próstata também chama atenção: é o câncer mais incidente entre os homens na região, com um risco estimado de 69 novos casos a cada 100 mil homens. O câncer de próstata é o mais freqüente em todas as regiões. Em todo o mundo, o câncer de próstata é o sexto tipo mais comum e o mais prevalente entre homens. Mais de três quartos dos casos no mundo ocorrem entre homens acima dos 65 anos. A mortalidade é considerada baixa, desde que o diagnóstico seja feito em estágios iniciais da doença.
Afirma o Ministério da Saúde que:
A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) era de que 49.530 homens tenham câncer de próstata em 2009. Esse número representa 52,43 casos da doença a cada 100 mil homens. Ainda de acordo com o Inca, a taxa de mortalidade por câncer de próstata passou de 6,31 para 13,93, de 1979 para 2006 - aumento de 120%. Como esse tumor geralmente apresenta uma evolução muito lenta, o ministério pretende evitar os óbitos por meio do diagnóstico e tratamento precoce da doença.
EJACULAÇÃO PRECOCE OU RÁPIDA
Segundo Simons apud Tamara (2010):
A ejaculação precoce é uma das disfunções sexuais mas¬culinas mais frequentes, sobretudo entre os homens mais jovens sexualmente ativos, chegando atingir 5%-40% dos homens. Há critérios que ajudam no diagnóstico da EP: quando o homem tem a sensação de estar ejaculando mais rapi¬damente do que gostaria, com a impressão de não conseguir con-trolar a ejaculação e de que essa circunstância está dificultando sua vida sexual e seu relacionamento afetivo.
Para Waldinger MD e Porto R. apud Tamara (2010):
Pesquisadores classificaram o tempo de latência de ejaculação intravaginal, ou seja, o tempo que transcorre entre ocorrer a penetração vaginal e a ejaculação, chegando a um consenso, que homens com valores de menor 1,0 minuto apresentam ejaculação precoce. Deve-se saber que o tempo não é o único aspecto a ser considerado. A EP causa uma sensação de descontrole e promove um impacto negativo na vida do casal. Na maior parte dos casos, a ejaculação precoce está relacionada a causas psicológicas: ansiedade, depressão, deficiência no aprendizado sexual, temor de perder a ereção.
ORQUIEPIDIDIMITE
Definição:
A orquiepididimite acontece como um processo inflamatório acometendo homens de todas as idades. Divide-se em dois processos o de orquite onde o vírus ou a bactéria atingem o testículo geralmente por via hematogênica e a epididimite aguda a migração bacteriana se faz por via retrógada canalicular (deferentes) atingindo secundariamente o testículo. Ela pode apresentar-se como uma verdadeira urgência urológica, necessitando cuidadosamente avaliação. A orquiepididimite é a patologia intraescrotal inflamatória mais comum e frequente após a puberdade (FONSECA 2000).
Sinais e sintomas:
O homem com orquiepididimite apresenta dor ao nível da bolsa escrotal localizada no testículo/epidídimo podendo ou não ser acompanhada de febre. Pode-se constatar o aumento progressivo do volume escrotal. A grande maioria dos casos apresenta a tríade dor, calor e hiperemia local. As náuseas e vômitos podem fazer parte do quadro clínico. Os processos virais e bacterianos apresentam sintomatologia como sinais flogísticos e evolução rápida. As orquiepididimites granulomatosas são de evolução insidiosa e com sintomas comuns às demais orquiepididimites, mas de maneira geral elas se desenvolvem de maneira lenta e crônica (FONSECA 2000).
O TABAGISMO E O CONTROLE DO TABACO NO MUNDO
O tabagismo é considerado uma das principais causas globais de óbito. Calcula-se que o fumo tenha matado quase 5 milhões de pessoas em 2000, sendo responsável por 1 em 10 óbitos de adultos em todo o mundo, sendo que a metade dessas mortes ocorreu em países de baixa renda. No ano de 2000, o tabaco foi responsável por 1 em cada 5 mortes de homens e por 1 em cada 20 mortes de mulheres. Houve 3,7 milhões de mortes de indivíduos do sexo masculino ou 72 % de todos os óbitos associados ao tabaco. Cerca de 60% das mortes entre os homens atribuídas ao tabagismo e 40% das mortes entre as mulheres ocorreram entre pessoas de 35 a 69 anos (IGLESIAS et. al 2007).
Incidência:
Estudos mostram que 14,8% dos jovens entre 18 e 24 anos têm o hábito de fumar. Em 1989, os jovens fumantes eram 29%. De acordo com Deborah Malta, coordenadora da área de doenças e agravos não transmissíveis do Ministério da Saúde, deve se evitar o início do vício entre os adolescentes e jovens para obter um melhor controle do tabagismo (IGLESIAS et. al 2007).
Em 20 anos, metade dos fumantes abandonou o tabagismo. O objetivo do Brasil é reduzir o numero de jovens e mulheres fumantes, apesar de estar entre os países com menor incidência de tabagismo do mundo (IGLESIAS et. al 2007).
VARICOCELE (VARIZES DO TESTÍCULO OU DO ESCROTO)
Definição:
A varicocele é a dilatação da veia responsável pela drenagem do sangue dos testículos, atingindo principalmente o lado esquerdo, podendo ocorrer também em ambos os lados. Essa alteração provoca elevação da temperatura, ocasionando um acúmulo de substâncias nocivas nos testículos, uma menor produção de espermatozóides, podendo levar a uma infertilidade, como também a atrofia dos testículos (CAVALCANTI 2006).
Sinais e sintomas:
A varicocele geralmente não apresenta sintomas, raramente aparecem casos onde há dor no local ou desconforto como a sensação de peso. O homem não sente alterações , porém quando esse problema atinge o seu grau máximo é possível a visualização da veia testicular dilatada sem a necessidade de exames, quando tratada de forma correta não há a evolução para um quadro grave. É muito importante a realização de um diagnóstico precoce (CAVALCANTI 2006).
HIPERTENSÃO ARTERIAL
Definição:
Hipertensão arterial é caracterizada por um aumento da pressão sistólica e diastólica, sendo uma doença sistêmica e multifatorial, onde vários mecanismos estão implicados, mantendo entre si relações ainda não totalmente esclarecidas, que levam ao aumento do débito cardíaco e da resistência vascular periférica (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2008).
Sintomas:
Os sintomas apresentados por uma pessoa com hipertensão arterial são a nictúria, cefaleia unilateral, dificuldade de concentração, sudorese excessiva, ansiedade e irritabilidade excessiva, edema, fadiga fácil, palpitação, pulso periférico cheio (FIGUEIREDO, VIANA E MACHADO 2010).
Incidência:
A hipertensão arterial na população geral é elevada, estima-se que de 15% a 20% da população brasileira adulta seja hipertensa, predominando a faixa adulta, a incidência em crianças e adolescentes não é desprezível, considerando hipertenso o adolescente cujos níveis pressóricos estão na faixa de distribuição entre o percentil 95o e o 99º (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2008).
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
As infecções sexualmente transmissíveis (IST) são aquelas transmitidas através dos contatos mais íntimos de uma relação sexual, encontram-se entre as causas mais comuns de doença no mundo e têm, uma relação estreita com as precárias condições de higiene e com tipo de vida social que a pessoal leva a promiscuidade sexual ( LOMBA 2006).
As infecções sexualmente transmissíveis (IST) é um grande problema de saúde publica, devido á alta incidência de casos os agentes causadores são vírus, bactérias, fungos, os protozoários e outros. Entretanto as que mais ocorrem no sexo masculino são sífilis, blenorragia, herpes genital, Cancro, linfogranulomma venero, condiloma acuminado , AIDS (FIGUEIREDO, VIANA e MACHADO 2009).
Sintomas
Pessoas com IST apresentam Corrimento secreção na uretra peniana no homem, Dores de garganta após sexo oral, Dores no ânus após sexo anal, Lesões de tipo cancro, não dolorosas na área genital, ânus, língua ou garganta, Urina escura; urinar a todo momento, fezes mais claras , pequenas vesículas ou nódulos que se rompem na área genital, febre, dor no corpo, gânglios linfáticos aumentados, Perda de peso, suores noturnos, cansaço inexplicável, infecções raras acontecendo, Verrugas cor da pele na área genital ( LOMBA 2006).
Tratamento
O tratamento das infecções sexualmente transmissíveis é realizado por meio de antibióticos e outros procedimentos e deve ser acompanhado por um profissional de saúde. Este acompanhamento é de fundamental importância, pois a automedicação pode levar à utilização de um medicamento ineficaz ou, até mesmo, ao mascaramento dos sinais e sintomas dificultando um diagnóstico posterior. Para interromper a transmissão dessas doenças e evitar a reinfecção, é fundamental que os parceiros sejam testados e tratados com orientações de um profissional de saúde (OMS 2005).
Prevenção das infecções sexualmente transmissíveis
Para evitar as IST deve-se usar a camisinha em toda relação sexual oral, vaginal ou anal; exigir que o sangue doado de qualquer pessoa seja testado; evitar compartilhar seringas e agulhas com outras pessoas e manter hábitos de higiene, lavando os órgãos genitais diariamente e sempre antes e depois das relações sexuais. Toda pessoa que perceber algo diferente nos órgãos genitais, como coceiras, corrimento, feridas ou verrugas deve procurar o médico. As IST podem se tornar graves se não forem tratadas rapidamente. Apresentando qualquer alteração nos órgãos genitais, procure o centro de saúde mais próximo de sua casa. O tratamento é gratuito (MINISTERIO DA SAÙDE).
Cuidados de enfermagem
Orientar a população masculina sobre o uso de camisinha, estimular a participação dos homens no planejamento familiar, Incentivar ações de prevenção, diagnóstico e terapêutico junto das populações masculinas com comportamentos de risco para IST, Fazer educação em saúde sobre as IST.
SAÚDE DO TRABALHADOR
O trabalho sempre esteve presente nas diversas civilizações, desde os tempos pré-históricos até a atualidade. Entretanto, profundas modificações em sua estrutura e relações aconteceram no decorrer de toda a evolução humana. O processo de trabalho causa desgaste à saúde do trabalhador relacionado a forma de organização e execução do trabalho o que muitas vezes e percebido pelo adoecimento do corpo (FIGUEIREDO, VIANA e MACHADO 2009).
A saúde do trabalhador refere-se uma área técnica da saúde pública que busca intervir na relação entre o sistema de produção e a saúde, no sentido de promover um trabalho que se limita ao invés de desgastar o homem. Assim o SUS criou o programa de atenção á saúde do trabalhador que visa à redução dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, mediante a execução de ações de promoção, reabilitação e vigilância na área de saúde (MINISTERIO DA SAÙDE).
Promoção e defesa da saúde no trabalho através de um conjunto de ações destinadas a prevenção e à assistência e reabilitação dos trabalhadores, visando transformar as condições de trabalho e eliminar sua nocividade. O SUS presta atendimentos aos agravos, sendo necessário buscar as suas causas e nelas intervir, ou seja, transcender as ações curativas para as de prevenção, promoção e vigilância em saúde do trabalhador. Portanto as ações devem ser socializadas e integradas a quem mais interessa melhorar as condições de saúde: os próprios trabalhadores (MINISTERIO DA SAÙDE).
PREVENÇÃO
A Política Nacional de Saúde do Homem é uma resposta a pesquisas que apontaram os pro¬blemas na saúde de pessoas do sexo masculino. Do total de mortes na faixa etária de 20 a 59 anos, 68% são homens. Ou seja, a cada três adul¬tos que morrem no Brasil, dois são homens A falta de atenção com a saúde faz com que a população masculina fique mais propensa a desenvolver enfermidades como doen¬ças cardíacas, hi¬pertensão, diabetes, acidente vascular cerebral (AVC), câncer de próstata, disfunção erétil etc. Patologias as quais com realizações de exames periódicos de prevenção podem ser evitadas ou minimizadas através de um diagnostico precoce (PIRES 2010).
Sendo que a prevenção ainda é o melhor tratamen¬to. É realizada através de uma ação orientada para que o sujeito não adoeça e possa desfrutar de melhor qualidade de vida; sendo necessário envolvê-lo com informações relevantes para que se insira ativamente e possa incorporar hábitos preventivos que contempla as diferentes necessidades de saúde (LIMA 2009).
Por isso, a conscientiza¬ção e fundamental pode ajudar os homens a criar o hábito de consultas e exames periódicos para acompanhamento de fatores de risco. Sendo que a melhor opção de prevenção é hábitos de vida saudáveis que auxilia na proteção de doenças, e ajuda a impedir que as doenças crônicas piorem (PIRES 2010).
Um estilo de vida saudável inclui ter uma ali¬mentação balanceada, não fumar, evitar bebi¬das alcoólicas, manter o peso e fazer pelo menos 30 minutos de atividade física por dia, e prestar atenção à própria saúde e conhecer o histórico familiar também ajudam a prevenir problemas organismo (PIRES 2010).
PRATICAS EDUCATIVAS
A pratica do cuidar na saúde do homem envolve a mudança de comportamentos, pesquisas mostram que os homens pouco cuidam da sua saúde e poucos procuram os serviços de saúde por vários motivos. Entre eles, destacam-se os seguintes: os cuidados em geral são percebidos como femininos, e não mas¬culinos; os homens costumam ser vistos como fortes e invencíveis e, por isso, só buscam ajuda quando os problemas se agravam, quando não conseguem trabalhar; os serviços de atenção bási¬ca costumam ser vistos como lugar de crianças, mulheres e idosos, Desta forma a nova política de atenção à saúde do homem a ser implementada no Sistema Único de Saúde tem por objetivo facilitar e ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde (ROCHA, 2008).
As principais ações relacionadas à saúde do homem são elas: informar a população masculina e a todos de modo geral a importância da prevenção na saúde masculina, para a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz das doenças. Deste modo o homem A saúde do homem merece toda a nossa atenção, deve ser vista de maneira global, dando atenção para as particularidades que envolvem o sexo masculino como: medos, preconceitos, duvidam, inseguranças, impotências, resistência, e desperanças. Assim os enfermeiros devem agir como educadores, esclarecendo as duvidas e orientando em beneficio do seu bem estar e da qualidade de vida (ROCHA, 2008).
Portanto, essa ação vai muito mais além do diagnóstico de doenças, ela exige mudanças culturais no intuito de quebrar paradigmas construídos ao longo do tempo por nossa sociedade, além de contribui para a conscientização do homem sobre a importância de adotar medidas preventivas e de, quando for o caso, dar a devida atenção aos sinais que seu organismo manifesta (PEREIRA 2008).
CONCLUSÃO
Os cuidados e intervenções de enfermagem são fundamentais no processo técnico-científico e atenção a saúde do homem. Compreende-se os assuntos abordados como suas patologias, sinais e sintomas, incidência,intervenções de enfermagem,e abordagem terapêutica.O enfermeiro deve fundamentar seus conhecimentos e aplicá-lo a realidade da sua comunidade com realizações de palestras educativas e intervencionistas priorizando a prevenção em saúde. O homem como integrante da sociedade deve estar em foco pela equipe multidisciplinar, objetivando informar ao mesmo, as necessidades do auto-cuidado e seus reais benefícios tanto para ele como para sua família inserida neste contexto social. Desse modo o conhecimento abordado revelou à potencial necessidade de estar investindo tempo e intervenções para o cuidado e atenção à saúde masculina.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
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