Satisfação de Equipes de Trabalho

Por Andre Gustavo Cosme dos Anjos | 22/07/2010 | Adm

RESENHA



PUENTE-PALACIOS, Katia Elizabeth e BORGES-ANDRADE, Jairo Eduardo. O Efeito da Interdependência na Satisfação de Equipes de Trabalho: um Estudo Multinível. RAC, v.9, n. 3, Jul./Set. 2005: 57-78.


Para os autores, as equipes de trabalho em decorrência de sua estrutura, é imprescindível a interação dos membros, pois os objetivos só serão atingidos a partir do esforço conjunto. Ainda para eles a natureza das equipes de trabalho invariavelmente envolve dependência de seus membros, em maior ou menor grau.
De acordo com os autores, o modelo destaca a participação de um conjunto reduzido de variáveis, tendo em vista o poder explicativo atribuído a elas na predição do desempenho de equipes. É importante a adoção deste tipo de modelo teórico que radica na possibilidade de investigação de contribuições diferentes, dependendo do nível que as variáveis representam, o que seria impossível adotar modelos de único nível.
Segundo os autores, os modelos multinível constituem-se de proposições teóricas relativas aos mais diversos campos e têm como característica principal a presença de elementos explicativos, oriundos de diferentes níveis. Exemplos como duplas, grupos, subunidades e unidades são níveis que podem oferecer á compreensão de determinado comportamento.
Para a construção de interações o pesquisador precisa contar com referencial teórico ou empírico que sustente a pertinência das relações esperadas. Ainda para os autores, pessoas motivadas estão mais satisfeitas, desde que pertençam a equipes nas quais exista suporte social ao desempenho dependendo do nível da equipe.
Ainda segundo os autores, quanto maior a interdependência de resultados, maior a efetividade da equipe. Para outros autores estudados por Puente-Palacios e Borges-Andrade, os sistemas de recompensas são interdependentes em que as recompensas são outorgadas ao grupo, baseadas no desempenho coletivo, distribuídas entre os membros sem levar em consideração o desempenho individual..
Para os autores, o princípio subjacente é que, se as equipes são unidades de desempenho compostas com o objetivo de atingir metas específicas, o sucesso ou fracasso será coletivamente recompensado.
Segundo os autores, ampliam-se a complexidade e o grau de dificuldade das tarefas na medida em que os membros precisam de maior assistência dos seus colegas para cumprir o trabalho, mais elevado ainda é o nível de dependência de tarefas nessa equipe.
Os autores defendem que, embora o desenho das tarefas exija pouca dependência, os membros são capazes de administrá-las de maneira a maximizar esse nível, quando isto traz ganhos ou evita alguma perda considerada importante. Muito embora o desenho das tarefas traga embutido determinado grau de dependência, os membros das equipes podem maximizá-la ou minimizá-la de acordo com as suas necessidades e preferências.
Na perspectiva dos autores, espera-se que a variável do segundo nível que é a interdependência de resultados afete a relação entre aquelas do primeiro que é a interdependência de tarefas e satisfação modificando a relação existente.
Por outro lado, pesquisas focalizam os resultados do desempenho das equipes de trabalho e investigam a participação desta variável possibilitando o efeito de construtos do campo de estudo segundo os autores.
Os autores ainda esclarecem que a definição oferecida é adequada tanto para indivíduos quanto para grupos, e pode ser aplicada às relações de trabalho no contexto das equipes. Os autores enfatizam a manifestação das organizações atuantes que normalmente não desintegram após a conclusão de um trabalho, dessa forma, o que acontece durante a execução da tarefa pode afetar a sobrevivência da equipe.
Os autores ainda afirmam que o trabalho realizado por equipes consiste em cuidar dos passos e procedimentos burocráticos necessários para atingir os objetivos relacionados com o gerenciamento de recursos humanos.
Voltando a interdependência de resultados, os autores verificaram que o nível dos indivíduos das equipes mostraram respostas diferentes entre os membros das mesmas equipes, não sendo verificado uma opinião comum entre os mesmos.
A análise multinível oferece um índice de ajuste de modelo, denominado deviance que revela a adequação dos dados coletados ao modelo teórico proposto pela tabela 1 sobre a análise multinível hierárquica para os preditores da satisfação com a equipe. Os dados postos na tabela revelam que quanto mais os membros das equipes percebem depender dos outros para atingir seus resultados, mais fortes as crenças deles sobre a efetividades das equipes, e quanto menor a dependência de tarefas nas suas equipes, maior a sua satisfação de acordo com os autores.
Em decorrência os autores consideraram necessário realizar duas regressões adicionais denominadas coeficiente de inclinação simples. Para eles, os resultados revelam que as pessoas acreditam que as equipes de trabalho são unidades de desempenho efetivas e que dependem dos colegas para atingir os seus resultados em que estes estão mais satisfeitos com a equipe de trabalho do que as que percebem os seus resultados menos interdependentes.
Os autores em suas conclusões defendem que em decorrência da dinâmica característica do trabalho em equipes, é possível que percepções convergentes surjam como consequência da interação e convivência dos membros, tornando coletivamente sustentadas. Assim existe um padrão por equipe de trabalho.
Para os autores foi verificado que tanto indivíduos quanto equipes diferem no seu nível de satisfação. Os autores ainda constataram que as equipes de trabalho são consideradas quanto ao maior nível de dependência de resultados e, a partir disso, maior será o seu nível de satisfação.
Os autores perceberam que indivíduos com maiores níveis de dependência de resultados afirmaram estar mais satisfeitos com a equipe de trabalho, ficando evidenciada apenas em equipes caracterizadas pela elevada interdependência de tarefas. Ainda para os mesmos a compreensão das diferenças, faz-se necessária a investigação de características dos indivíduos.
Finalmente os autores utilizaram modelos teóricos de multinível, destacando a utilização da prática corriqueira em não constituir a explicação de comportamentos organizacionais na literatura internacional. Eles enfatizam que no Brasil é difícil encontrar estudos na área pois evidenciam as vantagens decorrentes da adoção destes modelos sejam empíricos ou teóricos para reinterpretar os resultados de investigação sob a perspectiva logicista na análise de dados, respeitando os princípios teóricos matemáticos para os modelos de desenho multinível.

1. O QUE É UM MODELO MULTINIVEL QUE O ARTIGO ABORDA

2. PORQUE É IMPORTANTE PARA O ESTUDO DE EQUIPES USAR ESSE TIPO DE MODELO

3. QUAIS OS PRINCIPAIS ACHADOS E RESULTADOS DA PESQUISA DE PUENTE-PALACIOS E DE BORGES ANDRADE, PUBLICADO NESTE ARTIGO

4. QUAL ERA A HIPÓTESE DOS AUTORES DO ARTIGO (PUENTES-PALACIOS E DE BORGES ANDRADE) ESSA HIPOTESE FOI CONFIRMADA

5. EXPLIQUE A SEGUINTE RELAÇÃO: DEPENDENCIA DOS COLEGAS X SATISFAÇÃO COM O TRABALHO EM EQUIPE


RESPOSTAS

1 - O modelo multinível é constituído de proposições teóricas relativas aos mais diversos campos e têm como característica principal a presença de elementos explicativos, oriundos de diferentes níveis, destaca a participação de um conjunto reduzido de variáveis, tendo em vista o poder explicativo atribuído a elas na predição do desempenho de equipes.

2 - É importante a adoção deste tipo de modelo teórico que radica na possibilidade de investigação de contribuições diferentes, dependendo do nível que as variáveis representam, o que seria impossível adotar modelos de único nível. Duplas, grupos, subunidades e unidades são níveis que podem oferecer á compreensão de determinado comportamento, havendo interação entre as pessoas.

3 - Quanto maior a interdependência de resultados, maior a efetividade da equipe. Assim, os membros são capazes de administrar de maneira a maximizar esse nível, quando isto traz ganhos ou evita alguma perda considerada importante. Muito embora o desenho das tarefas traga embutido determinado grau de dependência, os membros das equipes podem maximizá-la ou minimizá-la de acordo com as suas necessidades e preferências.

4 - A hipótese dos autores é que as equipes de trabalho em decorrência de sua estrutura possibilitam a interação dos membros. Ainda para eles, a natureza das equipes de trabalho invariavelmente envolve dependência de seus membros, em maior ou menor grau, sendo portanto, confirmada a hipótese.

5 - Percebe-se que indivíduos com maiores níveis de dependência de resultados estão mais satisfeitos com a equipe de trabalho, ficando evidenciada apenas em equipes caracterizadas pela elevada interdependência de tarefas. Isso ocorre devido alguns indivíduos nas organizações estarem mais propensos a se escorar nos outros, por isso, que os indivíduos estão satisfeitos com as equipes de trabalho, porém quando há competência por parte dos integrantes da equipe, também há uma satisfação em razão da partilha de tarefas e, todos trabalhando para conseguir seu objetivo em prol da equipe, para isso é necessário que haja compreensão das diferenças.