São Paulo optou pelo fascismo
Por Fernando Grecco | 06/10/2010 | PolíticaPor Fernando Grecco
"Um partido é a loucura de muitos em benefício de uns poucos." (Alexander Pope)
Mais uma vez prevaleceu, em São Paulo, a ignorância política de nossos conterrâneos. As forças do mal se sobressaíram. Dessa vez, se eternizarão no poder, praticando, sempre, todo tipo de malefício ao povo. A ganância e a cobiça são os sustentáculos às medidas de caráter geral em nosso território.
Há anos, certo partido denominado "social-democrata" vem promovendo o aparelhamento total do nosso estado, estraçalhando qualquer nova liderança política que poderia ser uma eventual alternativa para nos livrarmos desse conservadorismo tão atroz às nossas crianças, idosos, enfim, aos mais necessitados que são frutos da insensibilidade e do repúdio do poder público. Evidentemente nos referimos ao PSDB, uma sigla de clara tendência fascista, já que se respalda por práticas políticas autoritárias, antidemocráticas e avessas ao povo brasileiro.
Somente considerando uma total alienação política dos paulistas é que podemos compreender a eleição de Geraldo Alckmin ao governo do estado. Alckmin, ao deixar o governo em abril de 2006 para disputar à Presidência da República, deixou um rombo no Estado na ordem de R$ 1,2 bilhão, obrigando o então governador em exercício, Claudio Lembo, a realizar cortes drásticos em setores como Saúde, Educação e Segurança. Fernando Braga, à época secretario estadual de Planejamento, confirmou à jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo, que "houve diminuição no ritmo da velocidade das obras".
Em 26/03/06, a Folha Online divulgou documentos que comprovaram que o governo de Geraldo Alckmin beneficiou aliados ao direcionar recursos da antiga Nossa Caixa para a imprensa, no caso jornais, revistas, programas de rádio e televisão que eram então sustentados ou indicados por deputados da base aliada na Assembléia Legislativa. No mesmo ano, na seqüência dos escândalos envolvendo o banco estatal, Alckmin foi capa da revista Ch?an Tao. A revista havia recebido, no mesmo mês, o valor aproximado de R$ 60 mil, a título de patrocínio, da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep). Detalhe, a revista pertencia ao amigo e acupunturista de Geraldo, o médico Jou Eel Jia. Além disso, os filhos de ambos são sócios em uma loja de produtos naturais.
Nessa empreitada de "auxílio" aos mais próximos, o Banco Nossa Caixa adquiriu, em duplicada, 500 fornos a gás pelo valor de R$ 400 mil ao programa das padarias artesanais criado pela então primeira-dama Lu Alckmin. Nada de irregular até o Ministério Público instaurar procedimento investigativo a fim de se apurar as razões pelas quais o banco ocultara os registros dessa despesa adicional.
Alckmin, enquanto governador, barrou mais de setenta CPIs na Assembléia Legislativa de São Paulo. Entre elas, as mais importantes tratariam do CDHU, FEBEM, Rodoanel, Aprofundamento da Calha do Rio Tietê, Cessão de Área Pública à TV e Rádio Canção Nova, Contratos de Publicidade da Nossa Caixa, Execuções na Castelinho, Irregularidades em Empréstimos à Eletropaulo, CPI de 980 Contratos, Áreas Contaminadas, Favorecimento à Coca-Cola, Renúncia Fiscal e Tributária, Guerra Fiscal, Fraudes da Empresa Telefônica etc.
Enfim, centenas ou milhares de irregularidades se sucederam durante a gestão Alckmin. Evidentemente, um percentual ínfimo foi divulgado pela grande impressa, uma vez haver interesses comuns entre governos do PSDB e a mídia majoritária.
Pobre São Paulo, entregue a um homem antipopular, a um partido tão agressivo, hostil ao povo. Não nos resta qualquer expectativa de melhoria no que depender do Executivo Estadual. Esperaremos, com absoluta certeza, a continuidade de uma política de pedágios extorsivos, de sucateamento, cada vez mais, da Polícia Civil, de uma segurança pública entregue a interesses eleitorais vis, de uma saúde desumanizada e de uma educação sem qualquer compromisso com a juventude.
Assim, as pessoas de bem que ainda restam nesse país, homens, mulheres, jovens, idosos, lideranças religiosas, enfim, seres que ainda são dotados de certa esperança com relação à condição humana, devem, todos, se unirem no intuito de se evitar o maior de todos os males que pode nos acometer nesse momento: a eleição de José Serra.
Fernando Grecco é articulista da Folha de Votorantim.
E-mail: fer.grecco@yahoo.com.br