Sangue de Serpentes
Por Hector Fly . | 28/06/2011 | ContosSangue de Serpente
Hector Fly
Alguma coisa acontecera naquele fim de tarde na cidade de Kansas City. As pessoas estavam muito nervosas. Os carros passavam com muita pressa e em qualquer lugar que passasse falavam-se sempre no mesmo assunto. Os prédios pareciam estar caindo sobre sua cabeça como se estivesse com um peso muito forte em suas costas que não dá pra tirar.
A pergunta ficara na cabeça: Quem matou a aluna Veruska Smith? Encontrada com o rosto sangrando na última noite, de baixo da ponte com três pedras na barriga. Seja o que for que acontecera, a pessoa que fez isso deverá que pagar pelo que aconteceu. A menina estava apedrejada e acorrentada, os policiais chegaram para ver o que ocorrera nessa manhã.
Uns diziam que foi Deus que fez que ela pagasse por seus pecados, outros diziam que foram assassinos e outros que uma espécie de extraterrestre atacara a cidade. Seja o que for...
...terá que pagar pelo que aconteceu.
Abril, 1978
A escola Nova América era uma das melhores dos Estados Unidos, havia alunos de todos os lugares por lá. Não existia nenhum aluno que não passasse de ano, todos tinham um ótimo rendimento escolar e inaceitável alunos que não fossem de classe nobre.
O poder era a coisa mais importante naquela escola, todos invejavam o aluno Mark L. McKayler, filho do poderoso dono da escola.
Mark McKayler andava sempre com seu melhor amigo John Bruhl que também era popular só por ser amigo de Mark. O que talvez estivesse na cabeça deles de ir aquele lago naquela noite de sexta-feira...
John chegara a sua casa com sua irmã Wendy, estava com vontade de esganar ela.
WENDY. Você não vai contar nada pra eles, vai?
John não respondera, foi direto á cozinha onde estavam seus pais até que sua mãe pergunta por que tanta euforia.
JOHN. Não é nada... Nada...
John virou-se e fixou seus olhos nos de Wendy e subiu para o quarto. Mas Wendy vai atrás dele e entra no quarto dele.
WENDY. Por que você quer fazer isso comigo?
JOHN. Por que será que você arrisca tanto? Sabe muito bem o que o papai e a mamãe vão dizer! Você é apenas uma garota!
WENDY. Já tenho 15 anos, John!
JOHN. Sabe que se o papai souber de seu namoro escondido... Que eu nem sei quem é.
WENDY. Você está com ciúme?
JOHN. Você é minha irmã, Wendy! Devo dizer o melhor pra você. Quero apenas o seu bem.
WENDY. Nossa! John! Nunca pensei em ouvir isso de você.
Essa conversa talvez fosse um motivo de que eles iriam fazer no lago naquela noite de sexta feira...
John falava com Mark no telefone, estavam marcando de irem se encontrar no parque antes do sol se por para jogar basquete.
John na verdade tinha muito ciúme de sua irmã, pois ele a amava de verdade, queria protegê-la para evitar confusões em casa com seus pais. Sempre que Wendy se mete em encrencas, John não se metia no meio, mas passava perto fingindo que nada tinha acontecido. Esse é o modo de dizer que vai contar tudo para seus pais, pois ele tinha que contar, seus pais deram ordens, porque são gêmeos. I
Mark, ou melhor, Dado, era como todos o chamavam, estava na quadra do parque Hell Ville com uma camiseta vermelha com o número dezessete atrás e um boné preto de marca famosa, sua bermuda não era de marca e uma bola de basquete na mão. John chegara com uma camiseta igual à de Dado, mas a dele era azul escuro e continha o número quinze. Mark jogou a bola com força em direção á John para que ele pegasse. Ele agarrou e depois jogou a bola dentro da cesta que estava em seu lado.
DADO. Faltam cinco minutos.
JOHN. Cinco minutos... Pra quê?
DADO. Pra você me deixar fazer essa cesta!
Dado passara a bola por baixo das pernas de John e ia em direção a cesta.
Não havia ninguém no parque, nem mesmo os vigias. O Parque Hell Ville não recebia muito gente assim, sua fama parecia ser por isso. Havia bastantes arbustos perto de uma rua estreita que ficava naquele parque escuro. Poucas lâmpadas estavam funcionando, umas ficam piscando. O parque era conhecido como Vila do Inferno, apesar do nome já dizer que ou o que ele é na verdade.
DADO. Por que você ta olhando pra trás, cara?
JOHN. Não é melhor a gente ir embora? Esse parque me dá medo. (assustado)
DADO. Você não é um homem? Não é nem Cinco da tarde ainda.
JOHN. É, mas o que acontece é que esse parque é escuro.
DADO. Tá a fim de se divertir hoje?
JOHN. De que jeito? Brincando nesse parque?
Dado ficou quieto esperando John dizer mais alguma coisa.
JOHN. Não sei não, cara...
DADO. Não vai ter problema nenhum cara.
JOHN. Como sabe? (meio nervoso)
DADO. Confia em mim!Amanhã não tem aula e afinal, hoje é sexta-feira! Dia treze de abril.
JOHN. Eu sei disso, e daí? Por causa disso não iríamos causar problemas? Ninguém vem aqui á noite, eu já vou! Fique se quiser.
John virou-se e foi caminhando em direção á rua.
DADO. Tá legal, cara! Tá a fim de pegar um cinema?
JOHN. Eu vou embora!
DADO. Espera!
Mark fora atrás de John, enquanto ele não parava de andar.
JOHN. Temos um trabalho escolar pra fazer, não é?
DADO. Não preciso fazer dever nenhum! Meu pai é o diretor da escola.
JOHN. Eu preciso ir embora, já está escurecendo.
DADO. Ainda não escureceu! Vem comigo e não foge.
John pensou um pouco e achou melhor não ir, até que Dado virou-se a ele e disse que ele iria gostar. Então ele concordou.
Não era normalmente um lugar, era o ferro velho da cidade, só havia carros velhos e quebrados de seja lá de onde viera.
JOHN. Por que me trouxe pra este lugar?
DADO. Continua me seguindo.
Dado chegara perto de um carro enferrujado e abriu a porta dele. Nele havia plásticas vazias. Então Dado levantou o colchão do banco traseiro do carro e pegou uma sacola cheia de saches. Ele abriu a sacola e pegou um sache que estava lá dentro e levantou para o alto. John perguntou a ele o que era. Ele respondeu que era a vida. Assim, Dado subiu em cima do carro e falou bem alto: - É A VIDA MEU AMIGO!
DADO. Vai uma?
JOHN. Cara... Não brinca com isso não...
Ele desceu do carro e foi em direção á John meio constrangido pela resposta de John. Ele pegou a sacola e ficou abrindo os saches e deixando o pó que havia dentro cair dentro do saco. Chegou perto de John , abriu o saco, encheu a mão de pó e jogou no rosto de John.
DADO. Prova!
John ficou olhando para Dado com um olhar severo enquanto ele o desafiava com o saco na mão.
JOHN. Me dá isso!
John pegou com agressividade o saco das mãos de Dado e começou a cheirar. Enquanto Dado ficava apenas repetindo a frase:- É a vida, meu amigo... A vida...
JOHN. Tá legal, agora eu vou embora.
DADO. Peraí, meu amigo, não quer que eu te mostre outros tipos?
JOHN. Dado pára, não quero ficar em cana, vam´bora e larga isso.
DADO. Vai então! Já que é isso que você quer.
JOHN. Cara, presta atenção no que você ta fazendo, falo isso porque sou seu amigo.
Dado chegou perto de John, fixou seus olhos no dele e disse com rispidez.
DADO. Se fosse meu amigo... Confiava em mim...
John virou-se dele e foi pra outro lado do carro.
DADO. Se não quiser cheirar tudo bem! Só digo que eu conheci uma vadia bem gostosa que doida pra dar pra mim!
John ficara quieto enquanto Dado continuava cheirando.
DADO. Que foi? Não vai falar nada? Vai virar biba agora?
JOHN. Que bom pra você...
O celular de Dado toca e ele ver pelo identificador de chamadas um número de telefone e logo reconhece.
DADO. Tá vendo John! é ela, só falar nela que um sinal como esse aparece, não é impressionante?
JOHN. É Dado... Muito impressionante, muito... (ironicamente)
Dado atende o celular e fala com a garota que implora dele estar com ela as sete da noite, mas ele diz que esta com um amigo. A garota parecia insistente, ela disse que estava com vontade de fazer aquilo. Dado logo adivinhou o que ela queria dizer com aquilo...
DADO. Que horas são, John?
JOHN. Quase sete.
DADO. Ta bom.
Dado confirma ao telefone com a garota e desliga mandando um beijo.
JOHN. É a vadia que você disse?
DADO. É ela mesma, e ta doidinha pra dar pra mim... E VAI SER HOJE! HOJE! É SETE HORAS QUE AQUELA PROSTITUTA VAI SABER QUEM É MARK MCKAYLER!
JOHN. Não sei como você consegue.
DADO. Não? Quer saber mesmo? Então prova isso?
Ele pegou outra vez o pó e deu na mão de John, ele ficou sem saber o que fazer com aquilo, não sabia se era mesmo a coisa certa a fazer. Mas de tanta insistência de Dado que ele pegou com firmeza e começou a cheirar.
Algum tempo depois, eles voltaram ao parque Hell Ville, John finalmente estava com coragem, apesar de estar mais tonto do que Dado.
JOHN. Que ótimo lugar que marcou pra ficar com uma garota...
DADO. Eu, você sabe, tenho sempre as melhores ideias...
John avista do outro lado da rua, saindo de uma farmácia sua irmã Wendy.
JOHN. Aquela lá é minha irmã, cara.
DADO. Qual? Aquela de preto?
JOHN. Não a de camisa verde do lado da de camisa preta se ligou?
DADO. To ligado...
Wendy vinha em direção a eles e John logo desconfia e fica fazendo perguntas a si mesmo de como ela o viu aqui de tão escuro. Ela vem se aproximando aos poucos e os dois ficavam calados sem nada a dizer.
WENDY. Oi!
JOHN. O que faz aqui?
WENDY. Ora, eu te vi de lá e vim pra te... Pra te... Pra ver o que você estava fazendo ou até o que vai fazer ora... Pra mim não ir embora sozinha.
JOHN. Esse aqui é meu amigo Dado, você já sabe né. Filho do diretor...
WENDY. OI! Prazer em conhecê-lo.
JOHN. Eu to esperando uma garota aqui com o Dado, se quiser ir embora vai, eu vou demorar um pouco.
WENDY. Eu fico, não tem nada pra fazer mesmo.
Wendy se senta no meio dos dois no banco da praça.
JOHN. Vai ficar esperando mais Dado? Já são sete e dez e ela não chegou.
DADO. Vamos esperara mais um pouco.
WENDY. Tá a fim de zoar? (olhando para os dois)
JOHN. É o que? Zoar?
DADO. É o que eu to precisando fazer...
JOHN. EI Wendy! Por que você ta fumando?
WENDY. Cai na real John, mamãe e papai não estão aqui, devia me defender por tais motivos.
DADO. Deixa ela John, deixa sua irmã se divertir, assim como você...
WENDY. Como assim? Você também tava fum...
DADO. Pó! Quer?
WENDY. Você tem pó aí?
Dado passa um pouco de pó da mão de Wendy e ela rapidamente sente o cheiro, enquanto John fica meio constrangido ao ver sua irmã cheirando aquele tipo de droga.
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