SAIBA DIZER NÃO ÁS IDEIAS DOS COLABORADORES

Por Nadia Maria Januario | 29/07/2020 | Adm

SAIBA DIZER NÃO ÁS IDEIAS DOS COLABORADORES

Há formas de, sem desmotivar, dar retorno á pessoa ou equipe. 

Líder sofre! Depois de tanto discurso sobre o estímulo ás ideias das equipes, sobre o desastre motivacional que é ter uma ideia rejeitada, vem a cruel realidade: você terá de dizer não a algumas ideias. È que elas podem não estar adequadas ao momento ou á cultura da empresa, podem ter custo muito alto de implementação ou já ter sido testadas e reprovadas. E podem ser ruins mesmo.

È claro que você não vai contribuir para a implementação de uma má ideia. E também não quer se tornar o vilão do programa de sugestões, nem ser acusado de pôr fogo por um lado e abafar pelo outro, não é? Há formas de, sem desmotivar, dar retorno á pessoa ou equipe que deu a ideia. Vou enumerá-las e prefiro começar com o que você não deve fazer:

1. Jamais esqueça, abandone ou adie a resposta – Se você acha que a pessoa ou equipe que deu a ideia também vai esquecê-la, perca as esperanças. As pessoas se apegam ás ideias delas. Mesmo quando as sugestões não envolvem prêmios, elas mexem com a autoestima. O esquecimento é pior do que um não.

2. Nunca rejeite a ideia para copiá-la depois – Veja como funciona a mente humana: ao ouvir uma novidade, por condicionamento, você tende a rejeitá-la. A novidade se aloja no seu cérebro e, na segunda vez que se deparar com ela, sua rejeição já será menor, o que pode levá-lo a aceitar a sugestão do segundo proponente. Na terceira vez, a sugestão poderá “brotar espontaneamente” da sua cabeça. Cuidado! Os programas de sugestões e todos os procedimentos formais de registro de ideias evitam essas injustiças e mal entendidos. Não permita que sua equipe deixe as ideias soltas, mencionadas apenas no cafezinho ou no elevador.

3. Aja preventivamente – Deixe bem claro quais os tipos de ideia que a empresa quer. Algumas pessoas confundem o estímulo á criatividade com o “liberou geral” e temem podar o processo criativo ao determinar limites logo no início.

4. Não rejeite uma ideia porque não a entendeu – Boas ideias podem ser desperdiçadas se não forem bem explicadas. Solicite esclarecimentos ou peça a quem a propôs para reescrevê-la. Cuidado com os gênios incompreendidos.

5. Se a proposta demandar mais criatividade, avise – Sugestões com alto custo de implementação, que necessitarão de negociações específicas, ou ideias que podem ser aprimoradas merecem uma segunda chance. Antes de rejeitar a proposta, aponte seus aspectos negativos e peça a quem teve a ideia para tentar aprimorá-la. È possível que a pessoa desista (ponto para você, que não posou de carrasco) e é possível que traga a solução (mil pontos para você que ajudou a ressuscitar uma ideia!).

6. Desvincule a ideia da pessoa – Não avalie uma pessoa pela ideia que teve, nem positivamente. Não chame a pessoa de gênio, mas diga que a ideia é genial. Esse vínculo dificulta o feedback quando a ideia é negativa e raramente é justo, pois as ideias sempre tem contribuições de outros, mesmo que involuntárias.

7. Transforme você a ideia – Quem conhece bem o processo criativo sabe que sua essência tem muito de “nada se perde, tudo se transforma”. Se você abandonar o espírito avaliador e adotar a postura de validador – aquele que se esforça para fazer valer a ideia -, contribuirá para a transformação de uma má ideia. Aliás, muitas ideias famosas surgiram assim.

Finalizando: o papel de um líder é estimular a criatividade de seus colaboradores, mas nada o impede de ser criativo também!

Nádia Januário

Bacharel Administração com Habilitação em Marketing

Especialista em gestão de pessoas

Autora do livro: Tendências Globais em Gestão Treinamento e Desenvolvimento – ano 2020

 

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