SACRIFÍCIO
Por Nara Junqueira | 09/10/2009 | Poesias
Ver-te assim nos braços dela é dor que devo suportar.
Até que morra em mim esse amar em segredo!
Até que toda a poesia abandone esta atmosfera em que vivo mergulhada
E a realidade, enfim, me convença a caminhar por outra estrada.
Ver-te feliz me dá alento e também inveja.
Quisera ver-te cabisbaixo e triste a vagar na bruma.
Quisera receber de tuas mãos flores e versos amorosos.
Quisera ver uma lágrima quente descer pela tua face na minha partida.
Mas não, tua existência é toda dela!
É dela a mão que acaricia a tua face quando a noite chega.
É dela a voz que te desperta nas manhãs frias.
E serão dela as tuas melhores intenções de amor.
Ver-te assim nos braços dela é dor que devo suportar.
Até que o trem apite anunciando a chegada de uma nova estação.
Até que outro passageiro ocupe o teu lugar e eu possa voltar a sonhar.